domingo, 24 de dezembro de 2017

O Italiano, o Juiz, e a indignação direita-esquerda-volver!

Corro novamente o risco aqui de ser chamado de esquerdopata ou comunista pelos leitores cuja capacidade de interpretar um texto fica mais ao lado da imaginação e da vontade de "mitar" ou "lacrar" suas opiniões do que da lógica e da sadia arte de concordar e discordar de outros seres humanos.

Mas antes de terminar de escrever, deixo claro aqui que não tenho intenção nenhuma de votar em nenhum dos dois "pré-candidatos" ( se disser candidato é crime ).

O que quer analisar aqui, é o fato de que os defensores da teoria do golpe, talvez ( e apenas talvez ) aqui em Mato Grosso do Sul, tenham razão.

Mas afinal, por que você diz isso?

Ora, vamos analisar as candidaturas de Andrea Puccinelli e Odilon de Oliveira ao cargo de governador do estado.

Um, até certo tempo atrás era o juiz mais famoso e elogiado do estado pelo seu comportamento exemplar no combate ao crime.
O outro, ex-prefeito e ex-governador, além de responder por diversos processos, já passou noite na cadeia e já andou desfilando com tornozeleira eletrônica nas pernas de saracura.

Porém, a teoria de indignação seletiva ganha força quando se trata do italiano.

Os mesmos sul-matogrossense que lotaram as ruas contra a corrupção do governo Dilma começam a criar as mais variadas desculpas para não ver as corrupções do italiano. Chegando mesmo a transformar o até então "batman " da nossa justiça e exemplo no estado em um subversivo comunista.

A desculpa para votar em Puccinelli fechando os olhos para seus crimes vão desde o antigo "rouba mas fez", até o " ele é contra o PT", passando pelo agora na moda "ele é contra o socialismo".

Até mesmo o juiz Odilon agora é taxado de " esquerdopata" e a desculpa é de que ele se filiou no PDT e que o PDT seria um PT sem grife.

Usam os processos de Dagoberto Nogueira para dizer que o juiz se associou a criminosos. Como se os processos do deputado tivessem e ser respondidos pelo juiz, mas fecham os olhos para os processos do próprio italiano.

Ou seja, na onda da indignação seletiva, vale dizer que ser "de esquerda" é pior do que já ter dormido preso ou ter usado tornozeleira.

Isso porque o juiz nem é tão esquerdoso assim. Mas para defender seu "mito" qualquer argumento é valido e bem-vindo.

Chegou hora do povo do estado desmentir essa de que a indignação é só contra o PT e não eleger um italiano cheio de processos.

Ou, em outro caso, confirmar esse fato, elegendo um corrupto "de direita" e "esquerdizando" um juiz até ontem, Honestíssimo!

Com a palavra, você eleitor...

E já posso prever os mitosos e lacradores de um lado dizendo que esse texto é uma surra nos golpistas, do outro lado, que é um mimimi esquerdoso...

Tudo para, claro, defender seu lado independente da honestidade.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Prenderam o Maluf, mas qual?

Reproduzimos aqui um texto de Fernando Horta.

Esperamos que o leitor saiba interpretar um texto e que não conclua que somos a favor da impunidade

Também dispensamos mimados que quando leem o nome de Temer, já venham falar em esquerda e Lula. Esse tipo de leitor teria mais utilidade para a Revista Veja ou o site Brasil 247.

No mais, boa leitura.


MALUF E A CHOCANTE COVARDIA QUE SE TORNOU A JUSTIÇA BRASILEIRA

Sou de uma geração para quem Maluf era o exemplo mais bem acabado do problema do Brasil.
Todos sabiam que era corrupto, todos sabiam que roubava, e ainda assim ele fazia tudo e dava gargalhadas sobre nossas cabeças.
Maluf ensinou que não se deve mexer com corruptos em altos postos. Era o exemplo da tese do Caligaris no livro "Hello, Brasil".
Maluf fazia e o Estado brasileiro, por conivência ou inépcia, aceitava.
Por anos quisemos Maluf preso. Quisemos ver aquele sorriso cínico atrás das grades. Por anos o Estado brasileiro nada fez.
O problema é que quem está sendo preso não é aquele Maluf.
Aquele que roubava e tinha desde delegado até presidente para lhe proteger as costas.
Aquele Maluf que chamava general de exército pelo apelido.
Aquele Maluf sambou na cara do povo brasileiro por décadas.
O que está sendo preso é um velho doente, sem mais qualquer ligação ou serventia aos atuais corruptos.
O Maluf que está sendo preso é usado como troféu para mostrar como as "instituições brasileiras estão funcionando".
O Maluf de hoje está na presidência. Zoando com a cara de toda a população. Tendo de delegado chefe da PF, até ministro  para lhe proteger as costas.
O Maluf de hoje rouba e coloca o dinheiro em malas filmadas e o Estado brasileiro nada faz.
O Maluf de hoje, aquele da presidência, manda até prender o Maluf de verdade. Manda e o STF obedece porque o Estado brasileiro continua inepto ou conivente.
Só que agora adicionou também o sadismo e as quebras das próprias leis. O novo Estado brasileiro, o que prende velhos decrépitos de 80 anos, tortura pessoas para obter "delações premiadas", e forja e manipula provas para usar contra seus desafetos é pior que aquele Maluf, o velho Maluf.
O Estado brasileiro se tornou putrefato e ao prender velhos de 80 anos com histórias criminosas continua mostrando que sempre existirá um Maluf que manda e que não tem nada a Temer.

                                           Fernando Horta