Ultimamente passo os meus dias praticamente em silêncio. Escolhi estar assim, talvez a única boa herança de uma depressão que afligiu-me durante anos. Por agora estacionada, quiçá adormecida.
Sei que sou cada vez mais antigo, entretanto para nada velho. A humilde sapiência que o passar do tempo trouxe-me através da maturidade, permite a triagem contínua aos olhos e ao cérebro.
Porra, um milhão de vezes porra!
Pensar que a evolução da inteligência humana faz-se acompanhar, em grande escala, pelo crescimento da vulgaridade da escória do que teima em dizer-se representante do que resta de humanidade.
Uma guerra por aqui, um atentado por ali, outro drone com bombas, derramam dejetos e deformidades de pensamentos pervertidos e, acima de tudo, invertidos.
A realidade, que deveria ser límpida, traz consigo o terror da imposturice.
Como muito talvez viva outro quarto de século. Quem sabe bem menos! O certo é que o mutismo, o meu, acompanha-se da calmaria.
De resto... puta que pariu! Puta que pariu um milhão de vezes!
Nesse mundo de Marçais e Deolanes eu quero ter a entrada proibida.
Isso me basta!
TEXTO DE:
Antonio Gonzalez
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