quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Cláudia Leitte e seu Axé Gospel

Durante uma apresentação a cantora Claudia Leitte mudou a letra da canção “Caranguejo”. Em determinado momento da canção a artista trocou as palavras “saudando a rainha Yemanjá” para “eu canto meu rei Yeshua”, que significa Jesus em hebraico.

Tal postura fez com que muitas pessoas ficassem chateadas com a cantora, até porque não é a primeira vez que isso acontece. Em fevereiro deste ano, durante outro evento, Claudia fez a mesma mudança e à época os mesmo questionamentos sobre a postura dela também geraram polêmica.

Se você perguntar a ela, agora, dentro da casa dela, entrevista exclusiva no Câmera Record com o Roberto Cabrini, sem raiva, rancor, sem ressentimento algum, você colocar a mão no ombro dela e perguntar porque ela trocou a letra da música de Yemanjá, para Yeshuá, o que gerou uma polêmica no meio de um show, decepcionando milhões de pessoas, ela vai dizer exatamente isso: “Eu fiz porque eu creio que Jesus é o rei das águas, dos mares, da Terra, e não Yemanjá.” É isso meus senhores. Claudia Leitte é CRENTE. E o crente serve para crer. E ela faz apenas o que crente faz: CRER.

E ela crê na doutrina evangélica neopentecostal, invasiva, impositiva, que diz que Jesus é o dono da coisa toda. Que o Brasil é do senhor Jesus.

Portanto, é objetivo da Igreja levar o nome de Jesus a toda pessoa, povo e nação, em outras palavras, SUBJUGANDO, IMPONDO, DETURPANDO e TRANSFORMANDO toda e qualquer cultura, pensamento, poder que se recusa a servir essa ideologia. Isso tem um nome: Teologia da Prosperidade e Domínio.

Claudia Leitte acredita, de fato, que essa é a missão dela, como crente em Cristo; assim como os Atletas de Cristo que induzem apontar os braços para o céu assim que condensa um gol. Ela acredita real. Ela não é contra ninguém no mundo, em tese. Ela só é radicalmente a favor de um Jesus que ela aprendeu que vai dominar a Terra.

Ela deve ter chegando em casa e orado, entregando a Deus todas as “hostilidades” que fazem contra ela. Ela realmente pensa assim.

A Bahia está sendo um laboratório interessante de como um país rompe com a sua história para mudar o rumo, a mesma Bahia que começou o Brasil.

Baby do Brasil, no meio do carnaval, dizendo que o Apocalipse começou e devemos nos converter - teologia do domínio.

Netinho pregando arminha com a mão no trio elétrico - teologia do domínio.

Claudia Leitte mudando a letra - teologia do domínio.

O problema é que o Brasil está mudando. Antes, tinham os blocos de Carnaval de Jesus. Agora eles querem mais. Eles querem ser o próprio Carnaval. Querem a Estação Primeira de Mangueira cantando o hino da Assembléia de Deus, e dinheiro para financiar não é o problema, pagam a vista.

E vou te dizer, esse plano começou há 50 anos com Edir Macedo inaugurando a Igreja Universal do Reino de Deus pregando no coreto do Jardim do Meier. Eles venceram e seguem vencendo. Claudia Leitte, se processada, será mártir da fé e mais gente vai aderir a teologia.

O Brasil é do Senhor Jesus. O Deus da carnificina. Do policial no quartel ao traficante no Complexo de Israel. Do cantor gospel do púlpito a zona sul de Caetano Veloso.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A Lava-Jato dos tempos do Sinédrio

Jesus foi acusado pelo Sinédrio, o conselho judaico que representava os interesses religiosos junto ao Império Romano, de blasfêmia. Segundo o conselho, Jesus era um pecador por se declarar Filho de Deus e o Messias.

Entretanto, o Sinédrio não tinha poder para executar uma sentença de morte. Por isso, encaminhou o caso às autoridades romanas, acrescentando a acusação de "desordeiro", ou seja, alguém que poderia ser uma ameaça ao poder do imperador.

Antes do julgamento inicial, Jesus foi traído por seu discípulo Judas Iscariotes, sendo levado ao Sinédrio em um processo irregular, conduzido no período noturno (o que era proibido pela lei judaica) e baseado em testemunhos contraditórios. A afirmativa de Jesus de ser Filho de Deus escandalizou o conselho, que decidiu condená-lo.

Na segunda instância, Jesus foi julgado pelo Império Romano, com a acusação adicional de "desordeiro" apresentada pelo Sinédrio. O caso foi analisado por Pôncio Pilatos, procurador e prefeito da província da Judeia.

Pilatos percebeu que as acusações contra Jesus eram motivadas por vingança religiosa e declarou-o inocente, enviando-o a Herodes Antipas, governador da Galileia. Herodes também não encontrou culpa em Jesus e o devolveu a Pilatos.

Pressionado pela multidão, Pilatos tentou transferir a responsabilidade, levando o caso ao júri popular. Ele sugeriu libertar Jesus como parte da tradição da Páscoa, mas o povo escolheu Barrabás, um líder envolvido em movimentos de resistência contra o Império Romano.

Diante da pressão popular e temendo uma revolta, Pilatos "lavou as mãos", simbolizando que não assumia responsabilidade pela morte de Jesus, mas autorizou sua execução. Assim, um homem inocente foi condenado à crucificação.

Essa história é rica em nuances e nos convida à reflexão:

a) Cuidado com quem você confia. Judas, o tesoureiro dos discípulos, roubava do grupo e não hesitou em trair Jesus por 30 moedas de prata;
b) Questione as leis. Muitas vezes, elas são manipuladas para proteger interesses específicos e prejudicar os vulneráveis;
c) Nem sempre a voz do povo é justa. A "opinião popular" pode ser influenciada por elites ou interesses dominantes, levando a decisões injustas;
d) Nunca "lave as mãos" diante de uma injustiça. A neutralidade em momentos críticos é uma forma de conivência.

Feliz Natal para você e sua família! Que essa data seja um momento de reflexão, amor ao próximo e solidariedade com aqueles que enfrentam as injustiças de um sistema desigual.

Lembre-se: enquanto Barrabás representava uma resistência política, Jesus trouxe uma perspectiva política e espiritual, que transcende o mundo material, aceitando seu papel nessa passagem terrena com coragem e propósito.

Que possamos aprender com Ele a promover a justiça, o amor e a compaixão em nosso dia a dia.

TEXTO DE:

Polícia "não tô nem aí" Militar

Tarcísio de Freitas é um grande exemplo da célebre frase “Quem planta, colhe!”. Ele está colhendo o  fruto que ele plantou. É o chamado “Bem feito!” no jargão popular; quando ele disse “Tô nem aí” em declarações públicas, ele está falando diretamente também para a tropa dele, a política de segurança do “Tô nem aí!”, e a tropa se comporta claramente, principalmente para a população pobre, preta e favelada que não está “Nem aí”.

O problema não é só essa frase do Tarcísio, e sim o que o guarda da esquina ou o comandante da ROTA vai interpretar com essa frase. E o guarda da esquina está jogando trabalhador de cima da ponte, esse mesmo guarda que foi absolvido de um homicídio por legítima defesa com nada mais nada menos 12 tiros. 

Imagine um governador de Estado dizendo para a sua tropa “Não tô nem aí!”. É apito de cachorro para adestrar a tropa. É óbvio que o Tarcísio de Freitas não ordenou que o guarda jogasse o trabalhador de cima da ponte; não deve concordar com isso mas tem o DNA dele da responsabilidade política direta para com essas atrocidades, porque a tropa é o reflexo do seu líder direto. Um governador tem que ter muita cautela quando se fala, se pronuncia; é o seu dever.

E ele fez uma “mea culpa” dizendo que errou em suas análises sobre a câmera corporal dos policiais. Pois bem, essa retratação é a tal moderação da Faria Lima-Luciano Huck e do Centrão que apostam nele para 2026. Ele não fala diretamente para a população, ele se pronuncia diretamente para seus patrocinadores diretos. Moderação com sangue nas mãos não é moderação, é no mínimo um remorso a meia boca, até a página 2.

Aguardem para os próximos capítulos porque não se doutrina uma tropa do dia para noite, há métodos, há teorias envolvidas. E quando se permite misturar ódio, Bíblia na mão e teoria da prosperidade dentro dos quartéis boa coisa não virá. Administração do Caos total.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

Os Campeões de F1 sem grana

"É impensável que um mortal normal ou um pai com uma renda normal possa pagar. Já vemos isso nas classes Bambini, nas classes juniores, há uma ou duas categorias nas corridas de clubes onde é possível, mas além disso, sem apoio, fica muito difícil"

(Ralf Schumacher)


O Automobilismo é um esporte de rendimento que exige um grau alto de investimento para chegar, isso desde a base no kart, a migração para as categorias fórmula, a inserção a categorias de base na Europa e quem sabe chegar na Fórmula 1.

Normalmente o jovem recebe um suporte familiar desde cedo e ele vai galgando voos maiores e simultaneamente as cifras ficam cada vez mais altas. O automobilismo é um esporte caro. E que se desenvolveu de forma que é esperado que os próprios pilotos tragam consigo um pacote de patrocínio e talento, ainda que o equilíbrio dessa fórmula admita quantidades diferentes de um ou de outro.

Se puxar o histórico de campeões da F1; há pilotos que nasceram em berços de ouro como Senna e Lauda, há pilotos que galgaram suas trajetórias através de conhecimentos múltiplos como Brabham e Piquet, por exemplo, e também há pilotos cuja suas realidades não diziam que eles conseguiriam ser pilotos, quiçá chegarem na F1; como Schumacher e Hamilton. E os dois curiosamente não só chegaram na F1 como conseguiram vitórias e títulos e por ironia do destino são os recordistas como os maiores vencedores.

O pai de Schumacher era zelador de um pequeno kartódromo no interior da Alemanha, e percebeu o talento de seu filho e foi correndo atrás em ferros velhos para conseguir peças e pneus usados e montava o kart em suas folgas para o filho. Com as vitórias alcançadas, Schumacher atraiu a atenção da Mercedes que o levou para o Mundial de Marcas e foi a fiadora para a sua entrada na F1. De lá pra cá foram sete títulos, dois com a Benetton e cinco com a Ferrari.

O pai de Hamilton percebeu desde cedo o talento de seu filho e se virava entre 3 a 4 empregos para mantê-lo competindo. E Lewis foi se dedicando cada vez mais, a tal ponto de atrair a atenção de Ron Dennis que o apoiou nas divisões de base até a sua estreia na F1 pela McLaren onde conquistou o seu primeiro título, os outros seis títulos foram pela equipe Mercedes.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

sábado, 21 de dezembro de 2024

A Conspiração Mercado/Banco Central/Imprensa Golpista contra Lula

O Mercado quer Lula fora do governo, principalmente antes de 2026, e por isso trama todo esse jogo de especulação para jogar o Brasil numa recessão e abrir as portas para um possível impeachment. O Mercado não vê a chance do Lula sair através do rito democrático porque todas as pesquisas apontam vitória de Lula em todos os cenários, vai querer apelar para a mesma tática usada e aplicada na queda de Dilma Rousseff.

É extremamente revoltante a lógica que o Mercado e o Banco Central impõem no país. O Mercado projetou um PIB de 1,7% para 2024, a economia deve entregar 3,5%, mais que o dobro do previsto. A inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,87%, apenas 0,37 pontos acima do teto da meta, puxada por fatores externos e sazonais: Câmbio, Commodities (alta nas carnes, soja e café) e Clima (a agropecuária caiu 3,5% reduzindo a oferta de alimentos).

O mesmo mercado que errou feio o PIB agora dramatiza a inflação como se o Brasil tivesse à beira do abismo. E não, não está.

Mas o Mercado usa isso para exigir cortes de gastos em nome da “responsabilidade fiscal”, porém a imprensa golpista passa pano e cortina de fumaça na transparência das emendas parlamentares impostas pelo STF.

O governo atende com 70 bilhões de reais em cortes anuais, praticamente o que eles exigiram, mesmo assim o Mercado reage com histeria e o Banco Central aumenta em 1% prometendo mais 2%. O que isso significa? Cada 1% de aumento na Selic adiciona 50 bilhões de reais ao ano em juros da dívida pública.

Com 3% o custo adicional será de 150 bilhões por ano - mais que o dobro dos cortes feito pelo governo. Cortam 70 bilhões do orçamento para transferir 150 bilhões aos rentistas. Isso não é “responsabilidade fiscal”, é uma transferência massiva de renda dos mais pobres para os mais ricos; Roberto Campos Neto que o diga.

Aumentar a Selic não abaixa o preço do café, carne ou dólar. Juros altos não resolvem os problemas que dizem combater. Eles reduzem investimentos, travam o crescimento e drenam recursos de áreas essenciais. No fundo a lógica é sempre a mesma: TIRAR DO ORÇAMENTO DO POBRE PARA ENCHER O BOLSO DO RICO.

Quando o governo propõe aliviar quem ganha até 5 mil reais e taxar quem ganha mais de 50 mil, o mercado grita: Por que?

Porque isso inverteria o jogo. Esse é o mercado “neutro” e “nada ideológico” que diz que o “Brasil quebrou” enquanto exaltam através de editorial a Argentina como um “paraíso”.

Um bando de bandidos parasitas que querem acabar com o Brasil.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Tiradas do Thiago Muniz

1) Quando o Gerson Camarotti começar a falar que o mercado está nervoso por causa do presidente, tenha ciência que ele é CASADO com Junia Gama, nada mais nada menos que sócia da XP Investimentos. Entendeu a parcialidade? A fiadora da Faria Lima tomou Rivotril com o pacote de isenção do Imposto de Renda.

2) Lamento por demais ver a FIFA atender aos anseios de seus patrocinadores em detrimento dos clubes sulamericanos. E a Conmebol só consegue rugir somente na sua sede no Paraguai. Mesmo com a Argentina sendo a atual campeã mundial, o capital ainda dita concentrado na Europa. Algo tem que se fazer, senão nem a periferia do futebol vai querer jogar por aqui.

3) É… a casa caiu para o Braga Netto. O primeiro general 4 estrelas preso na história do Brasil. Imaginemos quantos generais fizeram merda, golpes e corrupção na história do Brasil para se chegar em um Braga Netto. Como diz Thomas Sankara: “Um militar sem formação política é um criminoso em potencial.

4) A batata está assando cada vez mais para a extrema direita. Seja parlamentares, cidadãos comuns, Xis-9, empresários, Balneário Camboriú, Agropop e até para o ex-presidente. Quem se mistura com porcos, farelo come.

5) Eduquem seus filhos para não passar vergonha dentro de aviões.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Braga Netto inaugura prisão para generais golpistas no Brasil

#Repost @jamilchade_oficial

...

A prisão do general Braga Netto por tentativa de golpe de estado é um marco na história da defesa da democracia no Brasil e revela que, hoje, o país pode ter armas institucionais para blindar o estado de direito. Trata-se do primeiro militar do mais alto escalão a ser preso. 

Os golpistas de 1937 não foram aos tribunais, nem os golpistas de 1955 e nem de 1961. Em 1964, não apenas eles não enfrentaram a Justiça como, hoje, continuam blindados pela lei de anistia. Os torturadores de Rubens Paiva, por exemplo, continuam a receber uma pensão que nos custa a cada ano mais de R$ 1 milhão.

Respeitando toda a possibilidade de que Braga Netto possa se defender, que a presunção de inocência seja preservada, que não haja uma perseguição política, sua prisão é um recado claro de que o mandato de militares é o de defender a Constituição. E ponto final.

Num mundo que está prestes a ver Donald Trump anistiar todos os responsáveis pelos ataques contra a democracia americana, em 6 de janeiro de 2021, o Brasil opta por um caminho radicalmente oposto.

Já há uma tentativa bolsonarista de usar seu aliado na Casa Branca para descrever o Brasil como uma “ditadura” e pedir sanções internacionais. A prisão deste fim de semana deve reforçar essa campanha, já que todos sabem que Braga Netto não será o último a viver essa situação.

Mas fica cada vez mais evidente que as instituições brasileiras decidiram romper com o caminho que marcou nossa história.

Um site de humor constatou que a prisão de Braga Netto vai encerrando o ano de 1964. Coincidência ou não, ela ocorre quando o dia raiou, depois de um 13 de dezembro - data da instauração do AI-5. De fato, ela tem o potencial de encerrar a teimosia de um país que, ao longo de sua história, escolheu a anistia e a ordem de “olhar para o futuro e esquecer o passado” como instrumento de paz social. E nunca funcionou.

Viva a democracia!


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General Preso

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Suspeito é Bolsonaro, não Moraes

O Supremo Tribunal Federal conclui nesta sexta-feira o julgamento de uma ação que questiona a condução do ministro Alexandre de Moraes na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que resultou no indiciamento do ex-presidente sujo de farofa e outras 36 pessoas.

Até o momento, oito ministros já votaram contra o pedido, que foi apresentado pelo próprio ex-presidente. Apenas os ministros Nunes Marques e André Mendonça, que foram indicados à Corte pelo imundo, ainda não se manifestaram.

O relator é o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que votou para rejeitar o recurso. O ministro foi acompanhado por Cármen Lúcia, Luíz Fux, Edson Fachim, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. O próprio Moraes declarpu-se impedido de votar.

O pedido de impedimento de Alexandre de Moraes é apenas mais um movimento da ala nazibozista de manter a caterva unida nas redes sociais já que é um pedido burro e inútil.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Aqueles que me desejam a morte

O mercado reage positivamente com a internação de Lula, Ibovespa sobe 2,1%, SELIC sobe meio por cento, NASDAQ subiu 3,2%, carteira de ações do Roberto Campos Neto sobe 4,3% batendo o recorde do ano.

Balneário Camboriú e Barra da Tijuca decretam feriado, Elon Musk posta um vídeo desejando a morte do atual presidente do Brasil.

Jojo Todynho e Antonia Fontenelle desfilam nuas com a bandeira do Brasil na avenida das Américas altura do New York City Center.

Silvio Santos e Roberto Marinho participam de sessão de descarrego ao vivo junto com Edir Macedo no “Fala que eu te escuto”.

Viúvas velhas ordinárias do WhatsApp enfiando o dedo no c*** de Viúvos velhos ordinários do WhatsApp.

Orgia, bacanal, com chantilly dentro dos porões do Jardim Pernambuco.

Negociações fraudulentas nos hospitais federais somado a sessões de massagem tailandesa de parlamentares do PL e União Brasil.

William Bonner provoca um editorial sugerindo a cremação de Lula ao vivo no Jornal Nacional.

O Fantástico faz uma reportagem entrevistando o corpo médico do hospital Albert Einstein induzindo que não houve internação.

O Agropop monta um mega evento com Gusttavo Lima, Sérgio Reis, Leonardo e Amado Batista com entrada gratuita para bolsominions com camisa amarela e descontos na soja e carne bovina.

Artur Lira inventa um novo esquema de emenda parlamentar chamada “Papai barba” e passa a boiada no Pix em mais de 5 bilhões de reais direto para Alagoas.

Neymar aproveita e compra vários triplex de Carlos Bolsonaro na Muzema.

Jair Bolsonaro envia um vídeo de “solidariedade” para Lula dentro das 4 linhas da Constituição e emenda pedindo a anistia.

TEXTO DE:

Thiago Muniz

sábado, 7 de dezembro de 2024

Um Mundo que jamais voltará

Vivemos num mundo tão globalizado e nichado que em determinados momentos esquecemos do significado do senso humano, da boa e velha roda de conversa com amigos e/ou irmãos; e nesse intervalo de tempo nos tornamos egoístas da própria vida. A tecnologia foi crucial para tudo isso, para o bem e para o mal. Nos tornamos cínicos, impacientes e sem auto crítica.

As pessoas 40+, vão entender de certa forma o que estou dizendo, pois vivemos num mundo pré-globalização que possuía um visão diferente da que temos atualmente. 

Um fato que por um tempo se tornou rotina na minha vida; assistir programas de televisão e no dia seguinte debater e conversar entre meus amigos de escola. Todo domingo de noite pós Fantástico existia um programa chamado “Sai de Baixo”, um sitcom de humor protagonizado por grandes atores que foi um fenômeno de audiência. E tinha também nas terças-feiras a noite o programa chamado “Casseta e Planeta”; ambos na Rede Globo. Pois bem, ambos programas eram tão gigantescos que nos dias seguintes eu e meus amigos de classe comentávamos efusivamente os programas do início ao fim, praticamente decupávamos cena a cena ou esquete a esquete como se fosse um tratamento de roteiro. E comentar esses programas era maravilhoso pois praticamente assistíamos os episódios novamente, só que com nossas mentes; o que hoje é permitido fazer solitariamente graças aos streamers ofertados pelo mercado a fora.

O que quero dizer é que a tecnologia se popularizou e democratizou para uma boa parte da população, porém nos deixou reféns do consumo desenfreado. Somos solitários de nós mesmos. Uma outra época vivemos, na qual temos saudosismo de um ambiente que não voltará jamais.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

A Faria Lima Surtada

Em um governo de centro-esquerda, eleito democraticamente em um dos países mais desiguais do planeta, não dava para esperar do presidente Lula que fizesse exatamente aquilo que a cartilha da Faria Lima determinava.

                       (André Trigueiro)

E mal o ministro da Fazenda anunciou o pacote de medidas, a Faria Lima surta e se movimenta com retaliação aumentando o dólar. Alegam que com a isenção do imposto de renda pra quem ganha até 5 mil a economia vai quebrar. E a esquizofrenia é ainda maior quando pseudos-jornalistas metidos a economistas chancelam essa narrativa utópica.

Isso porque no anúncio haverá o corte de gastos que o próprio mercado foi lobista, principalmente dentro do Congresso Nacional. A Faria Lima surtou com o aumento do imposto em quem ganha mais de 50 mil, aqueles traders bebedores de gim tônica, que financiam a Porsche blindada e compram uma quitinete no Morumbi, tudo na comissão da XP. Esses tomam Rivotril com whisky todo santo dia.

Mas não…

…a Faria Lima quer ditar os rumos do país. Desde a Abolição da Escravatura ela rege com o argumento de quebrar a economia. A Faria Lima quer pobreza extrema, chicoteada em preto pobre no Carrefour, feminicídio ao extremo, picanha e wangyu vendida por bitcoin, praia privada e apostas online rolando até de manhã. Ou seja: a orgia social. 

O mercado sempre vai olhar feio porque o ajuste promovido por Haddad não se concentrou nos cortes profundos de gastos sociais (saúde, educação). O ministro da Fazenda tem como mandato servir a toda sociedade brasileira. Mesmo com o pacote fiscal de 70 bilhões, que inclui cortes nas regras do salário mínimo e abono, especulam com voracidade contra o Brasil. A preocupação não é com as contas públicas, é em manter os privilégios e fazer com que o povo pague a conta sempre. Se o governo não se rende, enfrenta ataque especulativo e instabilidade. 

A Faria Lima sempre vai mostrar a sua face, seja através da mídia golpista oligárquica e agora através das redes sociais com os filhotes de Primo Rico.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

Pec do Estuprador... outra vez.

Estupro é um dos crimes mais terríveis da Terra. O problema dos grupos que lidam com o estupro é que eles tentam ensinar às mulheres como se defender. Enquanto que o que precisa ser feito é ensinar aos homens a não estuprar.

( Kurt Cobain )

Os estupros, em sua maioria esmagadora, aconteceram na casa da vítima, de forma continuada. São pais, padrastos, tios, primos, pessoas próximas, que coagem as crianças sob ameaças terríveis. A gravidez é descoberta de forma tardia, e o serviço de aborto legal dos hospitais de referência não está cumprindo a lei, acuado pela Confederação Nacional de Medicina. Sofrem sempre os mais vulneráveis; a classe média tem clínicas especializadas para fazer o aborto com discrição. Os motivos para a urgência na votação são torpes: emparedar o presidente Lula e as esquerdas, lançando-lhes a pecha de “abortistas”, e também acobertar estupradores, principalmente os que se camuflam nos discursos de proteção à familia. Erraram a mão.

Atualmente, o aborto é permitido no Brasil em três situações: no caso de estupro; quando a mãe corre risco de morrer e; quando o bebê é diagnosticado com anencefalia, que é a ausência parcial ou total do cérebro.

Atualmente, as agressões sexuais tem se intensificado e são banalizadas em nossa sociedade predominante machista. Não é incomum encontrar mulheres sendo constrangidas verbalmente na rua ou sendo menosprezadas por serem do gênero feminino. Nesse sentido, faz-se necessário abordar fatores histórico e social para que seja possível chegar a uma solução satisfatória.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Neguinho da Beija-Flor

Domingo, eu vou pro maracanã
Vou torcer pro time que sou fã
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira
Ele vai ser campeão…
(Neguinho da Beija-Flor, trecho de
O Campeão

Olha a Beija-Flor aí, gente”; Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes (nascido em Nova Iguaçu, 29 de junho de 1949), é um sambista, intérprete musical, cantor e compositor brasileiro. É, desde 1976, o intérprete oficial da escola de samba Beija-Flor.

E depois de 50 anos brilhando no Carnaval carioca, Neguinho da Beija-Flor se despedirá da função de intérprete. E já desperta saudades. Em 2025, cantará a exaltação de seu maior parceiro, Laíla – a quem conheceu ainda antes do primeiro Carnaval, na lendária roda de samba do Bola Preta – como epílogo dessa odisseia que durou meio século de folia e felicidade.

Durante o anúncio, o intérprete chorou, muito emocionado, ao explicar que a partida é mais dolorosa por ter que se despedir da Beija-Flor de Nilópolis.
O sambista disse que não sairá dos palcos e continuará com a sua carreira como cantor.

De acordo com Neguinho, sua despedida da Beija-Flor terá pelo menos duas etapas. Além de sua 'última dança', ou último samba, em 2025, Anísio Abraão David, presidente de honra da escola, prometeu preparar uma grande festa na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio.

Baluarte da escola, Neguinho foi a voz de todos os 14 campeonatos conquistados pela azul e branca da Baixada Fluminense:

★ 1976: Sonhar com rei dá leão
★ 1977: Vovó e o Rei da Saturnália na Corte Egipciana
★ 1978: A criação do mundo na tradição nagô
★ 1980: O sol da meia-noite, uma viagem ao país das maravilhas
★ 1983: A grande constelação das estrelas negras
★ 1998: O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu
★ 2003: O povo conta a sua história: Saco vazio não para em pé. A mão que faz a guerra faz a paz
★ 2004: Manôa, Manaus, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz
★ 2005: O vento corta as terras dos pampas. Em nome do pai, do filho e do espírito guarani. Sete povos na fé e na dor... Sete missões de amor
★ 2007: Áfricas – Do berço real à corte brasiliana
★ 2008: Macapaba – Equinócio solar. Viagens fantásticas ao meio do mundo
★ 2011: A simplicidade de um Rei
★ 2015: Um griô conta a história: Um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade
★ 2018: Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

Nos Porões Golpistas

Numa ditadura, não daria para fazer uma passeata pela democracia. Na democracia, você pode fazer uma passeata pedindo a ditadura.

( Mario Sergio Cortella )

Tem que ser muito doente para defender a ditadura, para defender golpe de Estado, para defender a morte de opositores. Ou muito doente, ou muito cruel, ou muito burro.

Para entender: golpe de Estado só se consegue punir na tentativa, depois de executado morre todo mundo que não concorda, o golpe de 64 é prova disso.

Jair Bolsonaro, que semanas atrás escreveu um artigo no jornal Folha de S.Paulo intitulado "Aceitem a democracia”, terá de aceitar a prisão porque é a consequência democrática de suas escolhas e de seus atos à luz do dia. Se não tivesse tido uma atuação tão asquerosa na pandemia, provavelmente ele teria sido reeleito. Não tendo sido, bastava não partir para essa narrativa golpista mas ele optou pelo caminho do crime. Sim, ele optou pelo caminho do crime.

As 37 pessoas (incluindo Bolsonaro) foram indicadas pelos crimes de:

• abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

• golpe de Estado;

• organização criminosa.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Existia Vida antes da I.A

EXISTIA VIDA ANTES DA I.A

A inteligência artificial é como o fogo: pode ser uma grande ferramenta, mas também pode ser perigosa se não for controlada.
(Max Tegmark)

Muitos anos antes do surgimento da Inteligência Artificial, existia tecnologia; das mais variadas, e em consequência disso impactava a vida e a percepção das pessoas. Eu mesmo lembro de 2 momentos, pelo audiovisual que me marcaram e se não fosse a tecnologia não teria existido.

Estava assistindo a novela “O Dono do Mundo” na Rede Globo, quando em uma das cenas do capítulo começou a tocar ao fundo a música “Unforgettable” de Nat King Cole cantando com a sua filha Natalie Cole. Uma música linda por sinal, porém o mais curioso era que o Nat King Cole já tinha falecido no ano de 1965. Em 1991, Natalie gravou o single Unforgettable onde a voz de seu pai, remasterizada, foi mixada à sua para simular que os dois, pai e filha, cantavam juntos. Eu assisti tempos depois uma matéria no Fantástico explicando como fizeram e montaram esse “encontro” esplêndido.

No mesmo ano de 1991; o Fantástico já era um portal dos vídeo clipes desde a sua criação em 1973, num dos programas assisti ao clipe do Michael Jackson com a música “Black or White”. Cansado das polêmicas em torno disso, ele escreveu a música pretendendo acabar com o racismo de vez e criar uma unidade inter-racial.

"Black or White" figura entre as canções mais polêmicas de Michael, primeiro devido à sua letra, que soa como um desabafo, e depois pelo seu videoclipe controverso. Na música, o milagre do qual Michael se refere se trata da igualdade entre raças, tanto negros quanto brancos terem direitos e deveres iguais. No final do vídeo, diferentes pessoas de diferentes etnias e nacionalidades, incluindo o ator Glen Chin, a dubladora Cree Summer, a modelo Tyra Banks, a atriz Khrystyne Haje e o ator Jeffrey Anderson-Gunter, dançam enquanto se transformam umas nas outras (mostradas como "cabeças falantes").

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Consciência Negra

Será (ô será!) que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será, oh, será
Que a Lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão…
(MANGUEIRA, Estação Primeira de;
Carnaval 1988)

No dia da Consciência Negra, reafirmamos a luta pela valorização das nossas raízes, pela igualdade e pela reparação histórica.

Devemos nos comprometer a seguir enfrentando o racismo estrutural que ainda persiste. A resistência é nossa arma e a memória é nossa força.

Celebramos Zumbi, Dandara, Donga, Paulo da Portela, Harriet Tubman, Tia Ciata, Ruth de Souza, Ângela Davis, Malcom X, Pelé, Jesse Owens, Muhammad Ali, Luiz Gama, Machado de Assis, Grande Otelo, Zezé Motta, Milton Santos, Jorge Aragão, Maria Firmino dos Reis, Mãe Menininha do Gantois, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Pixinguinha, Gilberto Gil, Marielle Franco, Martin Luther King, Conceição Evaristo, Elisa Lucinda, Abdias do Nascimento, Leci Brandão, Milton Nascimento, Glória Maria, Bezerra da Silva, Denzel Washington, Adhemar Ferreira da Silva, W. E. B. Du Bois, Alice Walker, Chica Xavier e tantos outros que abriram caminhos.

Também é um chamado à ação coletiva: avançar na garantia de direitos, combater as desigualdades e exaltar as conquistas da população negra em todas as áreas. Que cada passo dado seja um tributo aos que vieram antes e uma inspiração para as próximas gerações. A luta continua, e juntos construiremos um país onde a justiça racial seja realidade.

Como diz o professor Luiz Antonio Simas: “O Brasil construiu a ideia de país do futuro a partir do esquecimento do passado. É o contrário. O futuro depende da construção do passado; temos um enorme passado a ser disputado e construído. A pedra que Exu lança hoje não acerta os pássaros que ainda voarão. Ela acerta os pássaros que já voaram.

Para entender a situação dos afro-brasileiros hoje, é preciso compreender o processo de chegada de seus descendentes ao Brasil e os efeitos perversos da escravidão na vida dos africanos que para cá foram trazidos. Resgatando esse percurso histórico, é possível entender também o porquê da importância do Dia da Consciência Negra e da luta pela igualdade racial.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Dia da Consciência Negra

Abdias do Nascimento é um ícone da luta pela consciência negra! 

Fomos Secretários juntos no Governo Garotinho quando criamos em 2001, com outros Secretários e também com o forte envolvimento da Vice Governadora, Benedita da Silva, a primeira Lei no Brasil de Cotas Raciais (aplicada a UERJ), que parte das elites era contrária a ponto de buscarem até mesmo caracterizá-la (sem sucesso) junto ao STF como inconstitucional.

Após isso, o Governo Federal só faz a lei nacional, mais de 10 anos depois, em 2012 .

Tenho muito orgulho de ter participado desse pioneirismo e luta, aliás, na ocasião, como um dos porta vozes até em homenagem a uma das mães que me criou, Elizia, que é negra, e me ensinou como é doloroso o racismo e as restrições históricas ao crescimento para as pessoas negras e de condição social desfavorecida.  

O sistema de cotas no Brasil virou um case de política pública de sucesso e pavimentou uma série de ações afirmativas que hoje já estão em práticas de diversas corporações.

TEXTO DE:
Wagner Victer

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Eunice Paiva


A tática do desaparecimento é a mais cruel, eles somem com uma pessoa e trazem sofrimento sem fim para todos que a amam.” ( ( Eunice Paiva )

Quem conhece um pouco da família de Rubens Paiva, seus dramas e nuances vividas, constata que Eunice Paiva foi uma mulher de fibra, principalmente na era das trevas da ditadura militar.

O drama passado por essa família é uma breve amostra do que milhares de famílias sofreram durante o regime militar.

Eunice era casada com o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva; tinham 5 filhos e viviam uma vida feliz, mesmo com as adversidades que o país impunha naquele momento. Após o desaparecimento de seu marido, não se deixou marcar pelo drama, afinal viu que a vida deveria seguir, mesmo com a falta de respostas.

Depois de viúva, formou-se em direito e continuou o trabalho como ativista. Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva se formou aos 48 anos e se tornou ativista da causa indígena. Foi uma das fundadoras do Iama ( Instituto de Antropologia e Meio Ambiente ) e atuou na ONG de 1987 até 2001. Tornou-se uma das principais vozes pela promulgação da Lei 9.140/95. A lei reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas durante a ditadura militar.

Eunice só conseguiu o atestado de óbito de Rubens Paiva em 1996. Após 25 anos de luta, ela conseguiu que o Estado brasileiro emitisse o documento. A primeira prova objetiva de seu assassinato só foi encontrada 41 anos depois de seu desaparecimento, em novembro de 2012, com uma ficha que confirmava sua entrada em uma unidade do DOI-Codi. A essa altura, Eunice já era uma advogada prestigiada, advogava em prol das causas indígenas e tinha criado os 5 filhos sem apoio do Estado. Apesar de imensos esforços e da comissão da verdade, ninguém foi preso até hoje pelo assassinato de Rubens Paiva. Eunice morreu em 2018 após lutar 15 anos contra o Alzheimer.
TEXTO DE:
Thiago Muniz

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O G20 de Lula


Mas a economia e a política internacional não são monopólio de especialistas e nem de burocratas.
(Luiz Inácio Lula da Silva)

Assisti imagens do presidente Lula recebendo os chefes de Estado da cúpula do G20 com uma ternura e empatia, que me dá a sensação de que escolhi o voto certo. A diferença de tratamento a todos sem exceção é digna de respeito, um exemplo de estadista, onde preza as relações diplomáticas com ampla versão e não se importando se haverá reciprocidade, e sabemos quais são os países, mas isso não importa.

Num mundo tão ambicioso, egoísta, misógino, racista e homofóbico que estamos vivendo atualmente; é de suma importância um líder carismático reunir as 20 maiores economias do mundo, parar e refletir para que se entre num consenso. Falta ao mundo consenso, parar de gastar dinheiro exacerbado com guerras e mortes, usar para tirar populações da fome.

Os membros do G20 têm o poder e a responsabilidade de fazer a diferença para muita gente. Para o planeta, ao incentivarem a ambição climática em linha com o objetivo de limitar o aquecimento global a um grau e meio, como fez a Força Tarefa do Clima. Na prática, o presidente criou uma terceira trilha, que é o G20 Social, potencializando o trabalho dos grupos de engajamento e abrindo espaço para que a sociedade civil organizada do mundo inteiro pudesse contribuir com as políticas públicas que serão apresentadas aos chefes de Estado.

Este é um momento histórico para mim e para o G20. Ao longo deste ano, o grupo ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro: o pilar social, construído por vocês. Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, justo e diverso.
(Luiz Inácio Lula da Silva)

TEXTO DE:
Thiago Muniz

Em um outro tempo: A história Mount Athos e outros naufrágios no Litoral Gaúcho

O litoral gaúcho, no trecho compreendido entre o balneário de Dunas Altas em Quintão e a barra da Lagoa dos Patos em São José do Norte, abriga em sua extensão uma série de naufrágios que justificam a expressão “cemitério de navios” empregada para descrever este trecho da costa.

São 250km de praia reta e deserta, entrecortados por faróis, pequenas vilas de pescadores e raros balneários de veraneio, formando uma região extremamente isolada e por isso mesmo de natureza bastante preservada. Extensas dunas e banhados acompanham a praia em toda a sua extensão, e nos meses de inverno não é raro encontrar pela praia animais marinhos como pingüins, desviados de suas rotas migratórias pelas correntes marinhas. Em função de tudo isso, vencer os 250km de areia entre Dunas Altas e São José do Norte se constitui numa aventura que todo proprietário de um veiculo 4x4 deveria fazer, pelo menos uma vez na vida.

Dentre os diversos naufrágios ocorridos na costa gaúcha, um dos mais notáveis e conhecidos é o navio cargueiro Mount Athos, cujos restos repousam na praia, 15km a norte do Farol da Solidão.


Antes da instalação de uma rede de faróis entre Torres e o Chuí, bem como o surgimento da navegação por GPS, o litoral gaúcho foi palco de incontáveis naufrágios. O vento “nordestão” e o “carpinteiro” agravavam a situação, fazendo da nossa costa uma verdadeira armadilha para a navegação. Estas características valeram ao nosso litoral, considerado um dos mais perigosos do mundo, o apelido de “cemitério de navios”. 

Uma das vítimas foi o navio “Mount Athos”, de 164 metros de comprimento. No dia 11.03.1967 o cargueiro grego, que transportava adubo para Rio Grande, foi acossado pelo vento e por fortes ondas. Ao aproximar-se demasiadamente da costa, a embarcação colidiu com um banco de areia, vindo a dar na praia com os seus 28 tripulantes. Todos se salvaram. Estava a 15 quilômetros ao norte do Farol da Solidão, nas coordenadas aproximadas de 30ºS31’/50ºW20’.

O Mount Athos foi desmontado pelos Irmãos Mollet de Porto Alegre e seus restos encaminhados para a siderúrgica Rio Grandense. Ainda hoje, no entanto, nas ocasiões de mar baixo, é possível observar os restos do fundo do " Mount Athos”.Além do Mount Athos, este trecho deserto da costa gaúcha abriga ainda uma quantidade razoável de outros naufrágios menores, muitos deles visíveis nas areias ou na beira da praia.

Deste, localizado em torno de 20km ao sul do Farol da Solidão, restou o casco de aço na praia.

Relato de quem viveu essa história!
Posso considerar que fui um "piá" de sorte, pois na primavera de 1967 meu pai pegou o seu Aero-Willys-1961 e levou toda família para visitar o navio soçobrado. Nas fotos da família Zuazo Sanchis, o meu pai Fernando, a minha mãe Eloina, Mende (a menina), José Fernando e Miguel (o caçula).


Reportagem/JFV (Desde 1976)
📷 Divulgação (Rede social)
jornalfolhadovalemetropolitano@gmail.com

sábado, 16 de novembro de 2024

Governo mira pensões militares para cortar gastos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu incluir o Ministério da Defesa nas discussões sobre o pacote de corte de gastos discutido há duas semanas pelo governo. Na mesa de negociação, está o regime de previdência dos militares e a proposta de pôr fim à pensão vitalícia para as filhas solteiras de militares falecidos.

Faz muito bem, diga-se. Se um setor da sociedade especula tomar o poder por uso de força, o mínimo que pode fazer é contribuir com as finanças do país.

O pagamento destas pensões foi extinto em 2001, mas a despesa com o benefício ainda é bilionária, já que militares que entraram até 2000 poderão garantir esse benefício à sua filha quando morrer. Em 2020, a União gastou R$ 19,3 bilhões com pensões de dependentes de militares. A maior parte do dinheiro foi para as filhas, muitas delas em idade produtiva.

Das 226 mil pessoas que recebem esse tipo de benefício no País, 137.916, ou 60% do total, são filhas de militares já mortos, segundo dados inéditos divulgados à época pela Controladoria-Geral da União (CGU), por meio do Portal da Transparência.

A reunião que irá discutir o tema entre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o presidente Lula está prevista para esta quarta-feira, 13. O tema sobre regime de previdência dos militares é tratado como delicado no governo, pois envolve uma negociação entre o presidente Lula e as Forças Armadas, além da aprovação pelo Congresso.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu publicamente a inclusão da previdência dos militares na agenda de revisão de gastos do governo federal ao longo do ano. 

A previdência dos militares arrecadou R$ 9,1 bilhões no ano passado, mas as despesas totalizaram R$ 58,8 bilhões, resultando em um déficit de R$ 49,7 bilhões, apontou o Tribunal de Contas da União (TCU) no relatório das contas.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Ainda Estou Aqui

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer…
(Geraldo Vandré)

"Ainda Estou Aqui" pode ser em qualquer lugar. Tempo. E ditadura. Ainda mais as covardes que não assumem crimes contra a humanidade.

A obra de Walter Salles, baseada no livro e na vida de Marcelo Rubens Paiva e família, não é sobre política. A minha esquerda, a sua direita. Não é sobre o Rio, São Paulo, Brasil, anos 1970, ainda que tão gostosamente resgatados. É sobre uma família que num dia foi dormir sem o pai que não pegava em armas. Mas foi pego por ajudar quem delirava mudar um país onde também faltava humanidade. Respeito. E não apenas de um lado.

O filme toma partido, é claro e compreensível. Mas ele não empunha bandeira e ideologia. Apenas se enrola em algumas e nos encanta e acolhe como pavilhão como se o pai desaparecido fosse o meu. O seu.

O filme tem algumas coisas que um sujeito chato e detalhista nota. Devem ter mais alguns "aindas" anacrônicos. Normais.

Mas o que mais importa é que o pai deles e marido dela "ainda" está aqui. E eu também me senti ali ao lado deles. Tanto faz se à esquerda ou à direita. Mas sempre ao lado de quem é família.

Uma história que a gente podia ouvir à noite narrada pela voz de Cid Moreira ou José Wilker. Como a voz do Brasil tão familiar como as Fernandas. Mãe e filha de atuações espetaculares. E a matriarca, sem dizer uma palavra em cena, dizendo tudo pelo olhar. Podem até dizer que com a memória perdida. Prefiro falar com a memória pétrea e perpétua.

Como um longo filme das nossas vidas. Como se a humanidade tivesse mesmo desaparecido num longo e eterno dia carioca. Sem recado, mensagem, respeito, empatia. O filme merece o reconhecimento que vem recebendo, tanto por parte da crítica especializada quanto do público, pela forma como retrata um importante capítulo da história brasileira, capturando com maestria a dor e a resiliência dos personagens envolvidos. É particularmente significativo que o público brasileiro possa testemunhar essa obra de grande relevância, que reflete de maneira sensível e autêntica a realidade do país.

Em um cenário onde produções nacionais frequentemente enfrentam dificuldades para conquistar o público, “Ainda Estou Aqui” se sobressai, despertando elogios nacionais e internacionais, tanto pela direção impecável de Salles quanto pelo roteiro e pelas atuações marcantes do elenco.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Escala 6x1 e o Pensamento Escravista

…Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão…
(Renato Russo)

A famosa escala 6x1, é a alegria de muitos patrões pelo Brasil afora, onde a empresa não pára e faz com que os funcionários produzam em larga escala. Isso em tese.

Mas será que produzem de fato com qualidade?

As pesquisas já provaram que não, vide que a qualidade de vida do funcionário cai drasticamente em virtude da longa jornada de trabalho e pouco tempo para o descanso. 

A escala 6x1 é de fato uma escravidão com carteira assinada. Essa escala faz parte do pensamento escravista dos empresários brasileiros que acham que o trabalhador é pior que uma máquina, e que precisa ser combatido. É necessário implementar alternativas que promovam uma jornada de trabalho mais equilibrada, permitindo que os trabalhadores desfrutem de tempo para suas vidas pessoais e familiares.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que exceder o limite de 40 horas semanais com frequência pode gerar problemas fatais.

Entre 2000 e 2016, cerca de 750 mil pessoas morreram devido às longas horas de trabalho, segundo o documento. No Brasil, a CLT impõe 44 horas semanais ao empregado.

As pessoas que trabalham na escala 6x1 estão numa situação análoga à escravidão. O Brasil foi o segundo país com mais casos de burnout (doença ocupacional decorrente do esgotamento físico, emocional e mental), segundo a pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR), realizada em 2021. Ainda de acordo com a organização, cerca de 30% dos trabalhadores no Brasil sofrem com a síndrome. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o trabalho em excesso pode levar a doenças graves e até à morte.

Movimentos neoliberais colonialistas empresariais e órgãos da imprensa tentam dizer pra você pensar o contrário, com o mesmo argumento de “afetar a economia”, mas isso já fazem desde o fim da escravidão, da criação do salário mínimo, da implementação do CLT e até do 13 salário.

Não caia nessa armadilha.


TEXTO DE:
Thiago Muniz

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Folha publica coluna assinada, mas não escrita por Bolsonaro

Só há duas explicações possíveis para que a "Folha de S. Paulo" publique uma coluna assinada pelo ex-presidente golpista, fascista, canalha e nazistinha tupiniquim: ou o jornal está recebendo grandes verbas do governo do estado de São Paulo, travestidas de verbas publicitárias ou devem estar devendo algum agiota ou com dívidas de jogo.

Pois somente com alguém ameaçando quebrar as suas pernas, você faria uma coisa dessas.

O artigo por si só, é de uma imbecilidade gritante. E mesmo assim, pela complexidade de alguns termos, fica óbvio que nem mesmo foi ele quem escreveu esse amontoado de porcarias.

Até porque, esse asno, sequer consegue ligar duas frases seguidas em que haja lógica.

Já seria inclusive, exagero querer que ao menos uma de suas frases tivesse lógica ou sentido.

A imprensa ao dar voz a esse discurso desesperado de um golpista que está às vésperas de ir para a cadeia, deixa evidente que não está dando a mínima para a democracia.

E quando digo "a imprensa", é porque os demais canais que não dão voz a esse trapo, passam o dia inteiro tentando encontrar alguma coisa para criticar o atual governo.

E não... eu não acho que o atual governo seja incriticável.

É que o asno inelegível praticou crimes e absurdos quando ocupava a cadeira da presidência e não foi criticado desta maneira.

Nem mesmo quando seu séquito de seguidores lunáticos atacavam jornalistas e repórteres nas ruas. Ou quando ele agredia a imprensa no curral, onde dialogava com seu gado zumbi.

Seu mandato foi marcado por incentivo a morte, quando concorria em favor da disseminação de um vírus e combatia a vacina. E mesmo assim essa parte da imprensa podre nada dizia. Pelo contrário, apoiava de maneira criminosa.

A miséria, a fome, o fim do financiamento de áreas básicas da saúde, educação, pesquisas, tecnologia, foram ignorados por essa tal imprensa.

Tudo porque eles escrevem em prol de uma elite do mercado financeiro que apoiava um urubú chamado Paulo Guedes no comando da economia do país.

Não há muito o que continuar falando.

Apenas lembrar que um verme que mesmo inelegível sequer permite que a tal direita tenha outra liderança ou mesmobum candidato a presidente, assinar um artigo pedindo respeito à democracia, não é nem ironia, é putaria.

Se franciscana ou não, como dizoa minha avó, não sei.

E vai aqui uma aposta para finalizar:

Para provar que esse monstro asqueroso realmente escreveu esse artigo e não apenas assinou, que escreva um pequeno texto diante das câmeras. E prove que consegue.

Eu duvido.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Trump, a volta por cima do diabo

A eleição estadunidense é mais um elemento que dá para perceber onde a esquerda está perdida demais.

Dizer que Kamala e Trump são iguais é ignorar as nomeações para a Suprema Corte, a piora em direitos das mulheres, no combate ao racismo, o negacionismo climático, a relação com o pior conservadorismo existente, a política migratória.

Ignoram também quem foi vitorioso: Milei, Musk, Orban, Bolsonaro. Tudo isso em nome de uma análise rasa para afirmar a própria ignorância.

Trump venceu em 2024. É sobre isso.

Fez o povo colar na sua mensagem, e sua mensagem colar no povo. Dessa vez, mais que antes, teve muitos pretos, mulheres, gays, trans e imigrantes votando nele.

Ele furou a bolha dos brancos supremacistas. Trump não falou para a elite, nem com quem tem diploma.

Com a elite ele fala sozinho, por telefone; e com quem tem diploma ele só fala se for para contratar e trabalhar para ele.

Ele foi direto na jugular da emoção da rapaziada cansada e que rala todo dia. Exatamente a rapaziada que foi sendo deixada de lado, e para trás, e que Mano Brown deu o papo lá em 2018.

Não adianta chorar, é fato consumado.

Trump achou o nicho, o código, o algoritmo.

Ele falou de emprego, segurança, de ser valorizado. E o pessoal abraçou, talvez por ilusão ou desespero, mas abraçou.

Ele não sentou no sofá de Caetano Veloso, ele falou o que o povo quer ouvir e do jeito que o povo quer ouvir, cansado de promessas rasas.

Ele jogou pesado no slogan “nós contra eles!”, mesmo ele sendo o “eles”, ou seja, parte integrante de quem tem poder.

E deu pra ver que os progressistas estavam muito mais preocupados em debater entre eles do que ouvir as ruas. A esquerda peca nisso, continua isolado academicamente e no sofá do Caetano.

E isso tem impacto direto aqui no Brasil, já pensando em 2026. Se a esquerda não falar de igual para igual com a grande massa, já sabemos claramente quem vai crescer, certo?

Fala que eu te escuto!”, lembraste?

Enquanto isso, as igrejas evangélicas estão ocupando todos os espaços: culturais, fonográficos, TV, rádio, institucionais, educacionais e políticos. Os caras estão na vida real, no cotidiano e a galera está comprando a visão. Esse movimento é que está fazendo uma diferença absurda.

Lula e a esquerda precisam sair do salto, ouvir mais, fazer o papo chegar no chão. Senão será o mesmo roteiro dos Estados Unidos, o povo vai virar a quem der atenção.

Que Trump tenha sido eleito novamente, voltando das cinzas. O que falta para que a luta da democracia possa avançar?

Ah, falta muita coisa, sobretudo consciência que se cria através de educação e cultura, mas também de um projeto de país que seja comunicável para massas cujos corações e mentes foram sequestrados pela máquina do capital.

Não vai ser bom pra ninguém ter como presidente quem representa o impulso de morte. Pena para quem está na direção contrária, querendo vida e transformação em nome da vida.

Para os brasileiros, vemos um filme se repetir. Vencendo a extrema-direita nos EUA, há forte chance de vencer a extrema-direita aqui. Não se brinca com a extrema-direita, apoiada, comandada e administrada pela direita diariamente.

TEXTO DE:
Thiago Muniz