Lingua Preta
Não me faça perguntas, e eu não te direi mentiras.
sábado, 13 de setembro de 2025
Divagações sobre um julgamento
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
And Fux se Fux
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Foto Gabriela Biló |
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Luiz Fux deu aula... de golpismo e covardia
Após os Ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votarem pela condenação de Bolsonaro e seu séquito golpista, chegou a vez do Ministro in-Fux-we-trust votar.
Todo mundo com um mínimo de discernimento já previa que Fux iria votar pela inocência de todos os membros do AI-5 do século XXI, mas ele não se contentou apenas em ser sabujo e defender a manutenção de seus visto americano para Disney.
Fux precisava chamar à atenção. Ele carecia da condição de protagonista. Seu ciúme e inveja dos demais ministros, turvou-lhe raciocínio e caráter.
Resolveu que teria esse protagonismo, mesmo que para isso fosse na contramão dos fatos e colocasse em risco sua trajetória.
A história vai lembrar desse episódio, e durante bastante tempo, caricaturas de Fux-USA, circularão pelas páginas da Internet.
Pelo lado dos nazi-tupiniquins, será louvado. Mas isso gera mais vergonha que notoriedade.
Ao votar pela nulidade de todo o processo, Fux, foi contra si mesmo. Afinal, ele votou pela condenação de centenas de réus do 8 de janeiro.
Mas, claro, tratavam-se de "velhinhas com a Bíblia sob a axila". Pois na hora de punir os cabeças, os mandantes, Fux, considerou-se incapaz.
Em seu voto, Fux diz que ele não tem legitimidade para julgar aqueles que estão em posição privilegiada na sociedade. Apenas tem legitimidade para condenar os "joão-ninguém" da rua.
Se tivesse permanecido apenas na tese de que os crimes de Abolição de Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado são a mesma coisa, poderia-se debater, divergir, mas ao votar pela anulação completa do julgamento, o Ministro joga seu nome na lama.
"Maldita hora em que Dilma indicou essa verruga ao STF".
O que realmente enoja, é que Fux levou mais de 7 horas, não para usar da interpretação do Código Penal Brasileiro, mas sim, para repetir uma cantilena típica de grupos de Telegram da República de Curitiba.
Que esse episódio não seja esquecido. Fux precisa ser apagado da história do Brasil, a não ser que seja para ser lembrado como uma espécie de Judas da Democracia.
Nem mesmo Bento Manuel Ribeiro, o Caudilho Maudito, foi tão baixo.
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
Essa tal gente de bem...
É a contradição definitiva que explica cabalmente quem é essa gente "de bem".
Essa gente é patriota, mas odeia o povo, a cultura e as coisas de nosso país, além de apoiar a interência dos Estados Unidos em nossos assuntos internos.
Essa gente é religiosa, mas apoia o genocídio dos palestinos, a posse de armas e comemora a morte de quem não gosta.
Essa gente é contra o aborto, mas vibra ao ver meninos negros e pobres trancafiados.
Essa gente faz apologia à família, mas é desagregadora, trai o cônjuge, bate e abandona os filhos.
Essa gente diz odiar a corrupção, mas faz vista grossa aos casos escancarados de roubalheira de seus líderes.
Essa gente diz viver em uma ditadura, e diz isso enquanto desfila livremente por todas as cidades brasileiras.
Essa gente diz que em 1964 não se iniciou uma ditadura, pois acha que quem foi torturado e morreu "mereceu".
Essa gente diz que quer liberdade irrestrita, mas não hesita em agredir qualquer casal homoafetivo que ouse demonstrar carinho em público ou em tentar proibir um espetáculo artístico que não atenda suas preferências pessoais.
Essa gente é a consagração do "dois pesos, duas medidas", o ápice do uso do argumento oportunista, a vitória da ostentação da hipocrisia, a apologia do "eu posso, você não".
Essa gente usa todo esse instrumental do absurdo como camuflagem, debaixo de suas camisetas da CBF, para que não vejamos quem são de verdade: elitistas, intolerantes, racistas, homofóbicos, incultos, vira-latas, truculentos, vulgares e ignorantes.
É um desafio permanente ser obrigado a dividir o oxigênio com eles sem perder o réu primário.
TEXTO DE:
Alexandre Périgo
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Primeiro dia do Julgamento de Bolsonaro
Abertura e acusações
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A sessão teve início às 9h e foi aberta pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, que leu o relatório da ação penal nº 2668, detalhando todo o caminho processual desde a investigação até as alegações finais.
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Em seu discurso, Moraes destacou que o julgamento resistirá a “pressões internas ou externas”, reforçando a defesa da soberania e da democracia brasileira.
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que depoimentos, documentos e registros comprovam que
Bolsonaroliderou uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Segundo Gonet, as ações incluíram convocar militares, espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral e incitar os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Réus e acusações
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Além de
Bolsonaro, também são réus sete ex-altos cargos civis e militares — incluindo Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Mauro Cid — acusados pelos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. -
Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, teve parte das acusações suspensas e responde a apenas três dos cinco crimes.
Defesa dos réus
Após o intervalo para o almoço, as defesas se manifestaram:
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Mauro Cid: Defesa defendeu a validade da delação premiada e negou ter sido coagido, ressaltando que Cid perdeu a carreira e que não há provas concretas vinculando-o ao golpe.
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Alexandre Ramagem: Defesa afirmou que ele apenas “compilava pensamentos do presidente” e negou envolvimento em espionagem a ministros do STF.
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Almir Garnier: Defesa negou que o almirante tenha colocado tropas à disposição de um golpe e contestou a existência de reunião golpista com
Bolsonaro. -
Anderson Torres: Defesa ironizou a “minuta do golpe” apreendida pela PF, chamando-a de “minuta do Google” e sem valor prático.
Encerramento e próximos passos
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A sessão foi suspensa por volta das 17h55 e será retomada nesta quarta-feira (3/9), a partir das 9h.
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Estão previstas oito sessões ao todo, distribuídas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A fase de votação, que definirá absolvição ou condenação, ocorrerá nas próximas sessões.
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As penas em caso de condenação podem ultrapassar 30 anos de prisão!