terça-feira, 21 de agosto de 2018

Analisamos o Debate da Rede TV - Segundo Debate para Presidência

O segundo debate de candidatos para o cargo de presidente, foi ao ar pela Rede TV, e contou com um fato inusitado. Os candidatos tiveram medo de um púlpito vazio.

Como o PT preferiu ficar de fora das eleições desse ano, havia um púlpito vazio com o nome de Lula. Constrangidos, os candidatos pediram que o púlpito fosse retirado, por que temiam que o fantasma de Lula os intimidasse.

Fora isso, o debate foi mais do mesmo, ou melhor até mesmo, menos do mesmo.

Henrique Meirelles ( PMDB ) e Geraldo Alckmin ( PSDB ), foram constantemente lembrados de que são os candidatos de Temer ( aquele vice que roubou a cadeira da companheira ). Eles não conseguem se comunicar de forma simpática. São muito duros e sem jogo de cintura.

Jogo de cintura, porém, vem demonstrando Guilherme Boulos ( Psol ). Ele vem demonstrando que o fato de presidir o MST não o envergonha em nada, e mesmo os candidatos tentando relembrar isso não conseguem ferir o candidato.

Cabo Daciolo ( Avante ) esteve menos destacado, falou mais diretamente contra os "50 tons de Temer", apelido que ganharam Meirelles, Alckmin, Marina Silva ( Rede ) e Álvaro Dias ( Podemos ). Boulos, voltou a usar o apelido, inclusive irritando Alckmin.

O destaque negativo ficou pelos lados dos dois que mais prometiam destaque: Ciro Gomes ( PDT ) e Jair Messias ( PSL ).

Os dois trocaram o perfil ofensivo e irônico, pelos elogios e tentando provar que resolveriam a situação de crise do país que os outros foram os criadores.

Álvaro Dias já se tornou irritante com tantos lembretes sobre a Lava-Jato.

O único momento de maior temperatura, foi quando Marina Silva deixou o candidato Jair Messias desconcertado com respostas duras e decisivas.

O candidato Jair, não está acostumado a ser enfrentado de forma direta por mulheres. Ele subestimou Marina e levou um contra-golpe quase fulminante, ficando pelo resto do programa irritado. Marina está sabendo se aproveitar do fato de que os outros candidatos a subestimam pelo fato de ser a única mulher nos debates. Geralmente eles baixam o tom na hora de enfrentar a candidata, porém, ela se mantém agressiva e direta.

A pergunta do jornalista Reinaldo Azevedo também desnorteou Jair, que olhando a cola em suas mãos, não sabia o que responder e gaguejou de forma vergonhosa. A oportunidade foi perdida por Ciro que ao comentar a resposta do adversário, foi educado e não deu o golpe final.

Tanto Ciro quanto Jair escolheram a paz e o amor.

Boulos e Daciolo no fim, se uniram na arena para atacar os demais, o que surpreendeu a todos, pela diferença de ideologia dos dois. Mas a pergunta de Boulos a Daciolo foi a deixa para o cabo atacar os demais. E Boulos concordou com o cabo e ainda atacou mais.

Debate fraco, com poucas ideias.

Há quem diga que o pouco tempo para as respostas atrapalha, porém, estes mesmos não leram uma vírgula dos planos de governo dos candidatos.

Pelo visto o eleitor está esperando por frases feitas e palavrões.

Eleição que segue...

Os próximos debates prometem ser mais francos e abertos, pois talvez Ciro e Jair percebam que o tom mais ameno tem decepcionado o público, e que isso pode fazer com que os eleitores indecisos acabem migrando para Boulos ou Daciolo.

Se Álvaro não mudar o discurso tende a cair, e Marina, se continuar enfrentando os homens de igual para igual, pode conseguir a simpatia de parte do eleitorado indeciso.

Se no primeiro debate, Daciolo roubou a cena, esse segundo foi pontuado por Marina.

Muita água ainda pode rolar debaixo dessa ponte.

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