quinta-feira, 1 de maio de 2025

Feliz Dia do Trabalhador! Uma Dádiva Deformada Na Era Moderna Para a Exploração!

Hoje é dia do Trabalhador, 1° de Maio! 

A data foi escolhida pelo II Congresso da Segunda Internacional (1889) em Paris por socialistas e sindicalistas como homenagem a Revolta de Haymarket em Chicago (1886), onde milhares de trabalhadores se confrontaram a polícia (muitos presos e assassinados) por melhores condições de trabalho (jornada de 8 horas e demais direitos).

No Brasil, é no governo de Arthur Bernades (quase uma década depois da greve geral de 1917 no país) que é adotado como feriado.

Trata-se de uma data bonita, pois retoma a força de uma classe massacrada pelo capital em suas diversas representações, seja nas diferentes funções, ou na sua própria etimologia herdada da antiguidade greco-romana e do medievo, onde o trabalho é visto como algo inferior, segundo o latim vulgar "tripaliare", tortura. 

Marx, em "O Capital", entendeu que o trabalho constrói o próprio ser humano e a natureza, uma ontologia do ser social, mas que o Capital inovou ao deformá-lo quando introduziu a exploração via venda da força de trabalho, sem romper com esse modelo torturante, de sacrifício, alienado do todo, diferente daquilo que os povos indígenas e africanos pregam, a relação intrínseca e harmoniosa com a natureza e a vida, algo que transforma e é transformador.

Apesar do protestantismo valorizar o trabalho como sacrifício, Jesus, um pedreiro, conforme denuncia a tradução original grega da Bíblia (tekton), construía casas (como seu pai construiu o nosso planeta) entende o mesmo além desse aspecto, do sacrifício.

A começar pela orientação a seus discípulos, a maioria pescadores, onde Jesus traz uma bonita passagem em Lucas quando os orienta a levar a palavra para diferentes regiões sem provisões e apenas dependerem da hospitalidade das pessoas para comer e beber, afinal, para ele, a mensagem espiritual era uma forma de trabalho.

Jesus era crítico aos ricos em várias passagens, mas nessa específica ele ainda reitera, que digno era o "trabalhador que recebe pelo seu trabalho", no caso, a hospitalidade dos novos cristãos convertidos. 

A beleza disso com nosso dia, é que ter direitos em contextos de ataques é indigno a nossa condição e anti-cristão.

Quem retira o direito de um trabalhador, atenta contra a harmonia social e a valorização do ser humano. Num mundo ideal, o trabalhado seria múltiplo em suas vontades (pescador pela manhã, carpinteiro a tarde e leitor a noite), mas estamos distante disso, chegamos a um estágio onde a superexploração só acentua e nos retira força, ampliando doenças nesse mundo face a falta ao deserto de direitos.

Que essa data nos traga reflexões para lutas e que, a exemplo dos discípulos de Cristo, pesquemos homens e mulheres para nossa causa, permeada por uma vida com respeito e acesso ao básico: moradia, saúde, educação, lazer e tudo mais que um trabalhador merece.


TEXTO DE:
Felipe Duque
Coordenador Geral do Sepe Valença 
Doutor em Educação 
Professor da Rede Básica (Valença e RJ)

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