Trinta homens foram presos na cidade de Valência, no estado de Carabobo, na Venezuela.
Motivo?
São "gays".
Parece absurdo, mas aconteceu mesmo. Eles estavam em uma festa privada em uma espécie de clube com sauna para o público LGBT.
O estado de Carabobo é governado por chavistas, políticos seguidores do falecido ditador Hugo Chaves.
Esse simples acontecimento bizarro de certa forma evidencia duas coisas que tem de ser apontadas: a hipocrisia de parte da esquerda brasileira e a imbecilidade da direita brasileira.
Explico.
A hipocrisia de parte da esquerda ocorre ao defender um regime totalitário como o que ocorre na Venezuela, fechando os olhos à perseguição que é realizada a comunidade LGBT e outras minorias. A desculpa de que a Venezuela combate o regime imperialista americano não convence ninguém que não pense igual a este setor da esquerda. O mesmo vale pela defesa cega de regimes como o da China e da Rússia.
Ora, a Venezuela não é um regime totalitário porque os imperialistas americanos dizem que é. A Venezuela é um regime totalitário porque é presidida por um ditador com tendências fascistas, que governa de maneira totalitária.
Não preciso lembrar de que os regimes auto-proclamados comunistas foram marcados por perseguições a LGBTs, judeus e outras minorias.
Comunistas, igualmente foram perseguidos em outras nações. Um fato não apaga outro. Se a esquerda apoia Cuba, Venezuela, China e Moçambique, a direita defende Rússia, Bahrein, Arábia Saudita e Hungria. Todos regimes totalitários que perseguem minorias.
Não tão pouco tempo atrás, Jean Wyllys foi fotografado para a capa de uma famosa revista, trajado como Che Guevara, ironizando os relatos de que o líder revolucionário perseguia LGBTs. De fato, até hoje desconfio de que o líder revolucionário não nutria simpatia em relação aos LGBTs, mas a história foi tão desvirtuada pelas narrativas ideológicas que talvez não haja maneira de se chegar a verdade de fato.
A esquerda "Gregório Byington Duvivier" é caracterizada por criar uma narrativa solipsista, onde todos que pensam minamente diferente deles, tem intelecto inferior ou são simplesmente fascistas.
E por falar em fascistas, falemos da imbecilidade da direita brasileira.
Apoiada nessa defesa incoerente de parte da esquerda a Nicolás Maduro e seu regime nefasto, a direita brasileira cria mitos e ficções dignas dos romances de espião da década de 80. Obviamente bem menos inteligentes, deixemos claro.
A direita, também conhecida como bolsonaristas, tem fantasias eróticas com ditaduras gays, que seriam implementadas em escolas por professores maconheiros simpatizantes de Cuba.
E obviamente, baseados em uma leitura simplista desses romances de espião, o inimigo é o comunismo. Aqui contém ironia, pois sabemos que bolsonaristas não tem o costume da leitura e pelo contrário são conhecidos por mandar recolher e queimar livros. Rondônia que o diga.
E comunismo rima com China e Venezuela.
E Venezuela rima com ditadura LGBT e Foro de São Paulo, que rima com Lula.
Acusar a Venezuela de fazer parte de uma conspiração mundial comandada pela ONU para tornar o Brasil um país comunista que obriga seus cidadãos a virarem gays, chega a ser tão bizarro que supera em ignorância o apoio esquerdista a um crápula como Nicolás Maduro.
O que fica como reflexão?
A conclusão mais intelectualmente sincera é a de que políticos não se importam com nada e nem ninguém que não capitalize votos.
Observe algumas coisas que acontecem no nosso Brasil:
Esquerdistas odeiam evangélicos porque estes odeiam gays.
Mas há gays que odeiam outros gays, porque são racistas, e não gostam de negros.
E há negros que odeiam outros negros, porque são evangélicos e odeiam gays. E há gays negros que odeiam negros porque são evangélicos.
A direita odeia negros, gays e judeus. Porque gostam de nazismo.
Então porque a direita tolera os evangélicos?
Porque evangélico gosta de judeu. Então precisam ser tolerados. E para conquistar evangélicos, é necessário odiar gays.
E assim esse ciclo segue sem ter fim.
Os políticos sabem que judeus, evangélicos, negros e gays votam. E cada um tenta conquistar voto de alguém.
Tem gente que gosta de voto de evangélico, tem gente que gosta de voto de gay, tem gente que gosta de voto de negro, e tem gente que gosta do voto de mulher ( que tem o seu próprio ciclo de aberração ideológica semelhante ao do homem ).
E você tem de entender que gostar do seu voto não significa gostar de você.
E isso explica porque parte da esquerda brasileira que luta por pautas identitárias defendem Maduro sem se importar com os LGBTs da Venezuela. Porque isso atrai voto de quem odeia os EUA.
E isso faz com que simpatizantes do nazismo se aliem a líderes como Silas Malafaia para capitalizar votos de evangélicos que se acham mais judeus do que brasileiros. E não se engane, negros, gays, Testemunhas de Jeová, judeus e comunistas seriam ( e foram ) todos tratados de maneira igualitária pelo estado nazista.
O que sobra a nós, meros eleitores, é tentar minimizar os danos na hora de escolher nossos políticos.
Você pode simpatizar com a ideologia que você quiser, mas se o candidato que defende essa ideologia será mais prejudicial aos outros do que benéfico a você em particular, repense sua escolha, por mais que isso te incomode.
E não é indireta pra bolsonarista, não, ok?
É pra todo mundo.
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