terça-feira, 24 de dezembro de 2024

A Lava-Jato dos tempos do Sinédrio

Jesus foi acusado pelo Sinédrio, o conselho judaico que representava os interesses religiosos junto ao Império Romano, de blasfêmia. Segundo o conselho, Jesus era um pecador por se declarar Filho de Deus e o Messias.

Entretanto, o Sinédrio não tinha poder para executar uma sentença de morte. Por isso, encaminhou o caso às autoridades romanas, acrescentando a acusação de "desordeiro", ou seja, alguém que poderia ser uma ameaça ao poder do imperador.

Antes do julgamento inicial, Jesus foi traído por seu discípulo Judas Iscariotes, sendo levado ao Sinédrio em um processo irregular, conduzido no período noturno (o que era proibido pela lei judaica) e baseado em testemunhos contraditórios. A afirmativa de Jesus de ser Filho de Deus escandalizou o conselho, que decidiu condená-lo.

Na segunda instância, Jesus foi julgado pelo Império Romano, com a acusação adicional de "desordeiro" apresentada pelo Sinédrio. O caso foi analisado por Pôncio Pilatos, procurador e prefeito da província da Judeia.

Pilatos percebeu que as acusações contra Jesus eram motivadas por vingança religiosa e declarou-o inocente, enviando-o a Herodes Antipas, governador da Galileia. Herodes também não encontrou culpa em Jesus e o devolveu a Pilatos.

Pressionado pela multidão, Pilatos tentou transferir a responsabilidade, levando o caso ao júri popular. Ele sugeriu libertar Jesus como parte da tradição da Páscoa, mas o povo escolheu Barrabás, um líder envolvido em movimentos de resistência contra o Império Romano.

Diante da pressão popular e temendo uma revolta, Pilatos "lavou as mãos", simbolizando que não assumia responsabilidade pela morte de Jesus, mas autorizou sua execução. Assim, um homem inocente foi condenado à crucificação.

Essa história é rica em nuances e nos convida à reflexão:

a) Cuidado com quem você confia. Judas, o tesoureiro dos discípulos, roubava do grupo e não hesitou em trair Jesus por 30 moedas de prata;
b) Questione as leis. Muitas vezes, elas são manipuladas para proteger interesses específicos e prejudicar os vulneráveis;
c) Nem sempre a voz do povo é justa. A "opinião popular" pode ser influenciada por elites ou interesses dominantes, levando a decisões injustas;
d) Nunca "lave as mãos" diante de uma injustiça. A neutralidade em momentos críticos é uma forma de conivência.

Feliz Natal para você e sua família! Que essa data seja um momento de reflexão, amor ao próximo e solidariedade com aqueles que enfrentam as injustiças de um sistema desigual.

Lembre-se: enquanto Barrabás representava uma resistência política, Jesus trouxe uma perspectiva política e espiritual, que transcende o mundo material, aceitando seu papel nessa passagem terrena com coragem e propósito.

Que possamos aprender com Ele a promover a justiça, o amor e a compaixão em nosso dia a dia.

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