sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Defesa de Bolsonaro alega: o golpe era surpresa

A defesa de Bolsonaro já definiu a sua linha de argumentação: depois da festa surpresa de aniversário, da revelação surpresa do sexo do bebê e da festa surpresa de aposentadoria, vem aí o "golpe surpresa".

Toda a família de Jair Bolsonaro, todo seu entorno político,  toda a direção de seu partido e mais um sem número de generais e de militares de alta patente organizaram um golpe de estado, porém sem avisar o futuro ditador.

A ideia era "fazer uma surpresa" para o mito. E um cuidado hercúleo foi tomado para que ele não descobrisse tudo antes da hora.

Não sei vocês, mas eu já consigo até visualizar a cena: Bolsonaro acorda no dia 9 de janeiro, toma um café da manhã reforçado servido por uma sorridente Michelle, que então, após seu maridinho encher o bucho, o leva de carro até a Praça dos Três Poderes, absolutamente lotada.

- "Ôôô, Michelle, que é isso tudo ae? Já achei estranho esse café da manhã servido por você, que ultimamente nem dormir em casa dorme... Tá acontecendo o quê aqui?"
 
- "Relacha, Jair, já já você vai saber".

- "Mulher, você sabe que eu não gosto de surpresa, taokey"?

O carro chega a seu destino. Jair vê um monte de gente e desce do veículo sem entender nada. O general Heleno chega até ele com a faixa presidencial manchada de sangue e com uma bandeja de prata com as cabeças decapitadas de Lula e de Alexandre de Morais:

- "Bom dia, capitão, ou melhor, nosso líder supremo e eterno presidente! SUPREEESAAAA! Esses são três presentinhos das forças armadas para você!"

- "Porra, Heleno, que merda é essa?"

- "Nós lhe preparamos um golpe de surpresa de presente! Não repara não, como era surpresa não deu tempo de chamar muitos patriotas, mas até o fim da tarde isso aqui estará bem cheio!"

- "Golpe? Como assim, porra?"

- "Sim, golpe! Agora você será nosso presidente nos próximos vinte anos! Ou mais! E olha, tá aqui, preparamos até um discursinho pra você fazer pro país!"

Emocionado e com a voz embargada, Jair diz:

- "Nossa, nunca imaginei isso, taokey? Mas presente surpresa a gente não rejeita, nisso daí."

Sinceramente, acho que seria mais eficaz se a defesa do ex-presidente golpista esquecesse essa linha e passasse a rezar para um pneu de trator, pedindo a absolvição de seu cliente...

TEXTO DE:
Alexandre de Oliveira Périgo

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