quarta-feira, 28 de maio de 2025

Marina Silva é maior que a maioria dos senadores

Ecologia sem luta de classes é jardinagem.
(Chico Mendes)

Marina Silva é uma das mais respeitadas líderes ambientais do mundo. Mulher negra, amazônida, seringueira, referência global na luta pela preservação da vida e da floresta.

Sua trajetória é símbolo de resistência, dignidade e compromisso inabalável com os povos originários e com o futuro do planeta. Ainda assim, em pleno 2025, ela segue sendo alvo de ataques brutais, misóginos e racistas por parte do escrutínio bolsonarista no Senado Federal.

Marina foi interrompida, silenciada, ironizada e desrespeitada por senadores que, mais uma vez, revelaram o ódio à autonomia de uma mulher negra em posição de poder. Após uma série de agressões verbais inaceitáveis, a ministra deixou a sessão com firmeza e dignidade, denunciando a violência política e de gênero que enfrentou diante de todo o país.

Mas Marina não começou ontem. Ao compartilhar uma foto de 1997, no Parque Chico Mendes, no Acre, ela escreveu: “Talvez lembrasse ali do assassinato do Chico, quase dez anos antes, ou de quando o encontrei pela primeira vez, vinte anos antes, e me senti convocada para o mesmo compromisso ao ouvi-lo falar em defesa da floresta... As datas são pontos de referência numa luta que é contínua e, para mim, já se estende por mais de quatro décadas.” São mais de quarenta anos de caminhada, enfrentando o desmatamento, o autoritarismo, o preconceito e a destruição — sempre com a coragem de quem se comprometeu com a vida. E segue lutando. O que está em jogo não é apenas sua honra, mas o direito das mulheres — especialmente as negras — de ocuparem espaços de poder, a integridade das instituições democráticas e a luta por um Brasil que respeite a floresta e quem a defende com coragem e verdade.

Marina Silva merece respeito!

TEXTO DE:
Thiago Muniz

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