quinta-feira, 13 de abril de 2023

Marco dos 100 Dias do Governo Lula

 

Lula chegou aos 100 dias de governo. Na prática, isso significa muito pouco, pois equivale a 6,8% de seu mandato. Porém, parece ser uma tara da imprensa, hegemônica e independente, falar sobre essa marca.

E as análises são as mais variadas possíveis.

No universo de seus eleitores, foram os melhores primeiros 100 dias da história de um mandato de presidente. Melhor até se comparado a ele mesmo nos seus dois mandatos anteriores.

Já seus opositores históricos, reclamaram das criticas do presidente em relação à política de juros efetuada pelo Banco Central, tiveram a coragem de chamar programas sociais de velharias, etc. Vale tudo para se fazer de independente, menos elogiar o que está indo bem.

Não há como evitar que isso ocorra, pois demandaria um amadurecimento político que não existe em nenhum outro lugar do mundo. E não é no Brasil que isso aconteceria.

Mas, deixando de lado essa batalha de narrativas partidárias e passando por cima da má vontade proposital da imprensa nacional, patrocinada por grupos que almejam objetivos distintos do atual governo, não podemos ignorar o marco dos 100 dias.

Elencando as principais ações do governo neste período, é inevitável dizer que a principal conquista de Lula, foi vencer um golpe de estado, sem emprego de força ou violência.

Desde o início do mandato do mandrião, o flerte anti-democrático se acirrou. A anti-política já existia, popularizada pelas ações da Operação Lava-Jato em conluio com os órgãos de imprensa, porém, chegou ao auge sob o comando do homem que teme a farinha.

Ataques às instituições, aparelhamento do estado, uso político de alas das Forças Armadas e das Polícias, foram apenas algumas das ações golpistas colocadas em prática.

O derradeiro ato desse movimento golpista, ocorreu no dia 8 de janeiro. Se Lula houvesse convocado as forças nacionais de segurança para intervirem, fatalmente seu mandato correria riscos de terminar ali. Porém, Lula convocou a sociedade civil e saiu vitorioso.

Ainda é necessário dizer que o governo na prática tem mais do que 100 dias, já que todos parecem esquecer que as ações do governo já tiveram início desde o dia de sua vitória nas urnas. Enquanto o ex-presidente que é tarado por pedras preciosas se ocupava em fugir do país, a equipe de transição do governo Lula já trabalhava na criação de uma PEC que salvou não só as contas atuais como ainda limpou a sujeira deixada pelo incompetente Paulo Guedes.

Ainda na área econômica, o governo já criou um novo arcabouço fiscal, para substituir a política inútil do teto de gastos, que será votado pelo Congresso Nacional.

Na área social, o governo restaurou as regras do Programa Bolsa Família, readequou o Programa Minha Casa Minha Vida, e refundou o Programa Mais Médicos. Todos programas que atendem as populações as pobres, mas que são considerados velharias pelos analistas jornalísticos de caráter leviano, e que preferiam ver os pobres sendo esmagados pelo liberalismo de boteco de Paulo Guedes, o homem das offshores.

Na área administrativa, a volta da defesa institucional do meio ambiente, a reentrada do Brasil nos debates mundiais, e a volta do protagonismo na América Latina e no Mundo. A iluminada ideia de ser orgulhar em ser pária, proposta pelo cômico ex-ministro Ernesto Araújo (aquele que considera leitura coisa de comunista), parece agradar mais aos nossos supostos jornalistas de opinião.

A última ação administrativa, covarde e levianamente atacada pelos vagabundos lobistas que ocupam inclusive cadeiras no Congresso, e a MP, que devolve as estatais na política elaborada no Marco do Saneamento Básico. A simples ideia de os prefeitos poderem fazer parcerias com os governadores para que estatais atendam as comunidades onde a iniciativa privada não tem interesse de trabalhar, parece ferir o conceito borocoxô que eles tem de liberalismo.

Houve alguns erros? Evidentemente que sim.

O governo mesmo cheio de boas intenções, ainda carece de uma melhoria urgente na sua comunicação. Não se pode considerar normal ou corriqueiro que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, saia por ai dizendo que é a favor da descriminalização das drogas, sem achar que haverá repercussão negativa.

Nem mesmo a justificativa de que ele falava por si e não pelo governo funciona, pois ele estava sendo entrevistado justamente por ocupar o cargo de ministro, e não por sua admirável carreira de sociólogo youtuber.

Nem se pode admitir que um ministro venha a público anunciar passagens de avião no valor de R$ 200, sem que haja sequer um projeto deste sentido nem mesmo na fase de discussão.

Todos ali respondem por Lula.

Haddad responde por Lula, Simone responde por Lula, Flávio Dino responde por Lula, Silvio Almeida responde por Lula, Alckimin responde por Lula. Todos já sabem disso.

Até mesmo Lula, reponde por Lula. E portanto ele não pode sair por aí, anunciando aos quatro ventos o quanto um senador não presta. Mesmo que o citado senador realmente não preste (no caso, não presta mesmo).

E Lula tem de responder inclusive por atitudes que são sabidamente tomadas por outras pessoas. A saber as atitudes imbecis do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

É o preço a pagar, por governar um país onde a imprensa responde por grupos que querem o "melhor para o país", mesmo que isso signifique "o pior para o povo".

No mais, os 100 valeram muito à pena.

Brincando, brincando, são 100 dias sem o biltre mandrião na presidência do país. Só isso já é motivo para se comemorar.

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