sábado, 4 de janeiro de 2025

Ainda Estou Aqui

Assisti ao filme e como toda obra cinematográfica não é possível contar uma história na íntegra, mesmo que se divida em partes, sempre haverá uma decupação no tratamento do roteiro, definir prioridades e critérios que sejam mais interessantes no ponto de vista artístico e mercadológico.

E por isso quando esta obra é baseada num livro o ideal é você ler para se ter uma ideia ampla da história, muita mais rica em detalhes.

Ainda estou aqui” é escrito por um filho que perdeu o seu pai precocemente em plena ditadura militar, num período deste regime autoritário extremamente violento, opressor e cerceador; este mesmo filho conta a história de sua mãe, que mesmo depois de presa foi obrigada a ser arrimo de família sem um destino definido de seu marido, foi estudar Direito e batalhar pelos direitos dos povos originários.

Ainda estou aqui” é uma pequena amostra de quantas famílias foram destroçadas por uma ditadura. Onde há ditadura não há voz, mas pode existir coragem e esperança, e essa viúva teve essas virtudes do dia em que seu marido saiu de casa para nunca mais voltar até o último dia de sua vida, lutando contra o mal de Alzheimer.

Ainda Estou Aqui” é um filme que além de ser assistido, deve ser sentido. Busque se desligar e somente SENTIR!

A cinematografia no geral, é muito assertiva. Adorei os momentos em que a direção aposta em planos sequenciais, que me deixaram ainda mais dentro da obra.

A escolha da fotografia, que identifico como “dramático frio”, é bastante condizente com o tom do filme. E foi lindo ver tantas coisas assertivas, que sobrepõe qualquer coisa em uma obra audiovisual.

E o melhor? Saber que isso vem de uma obra nacional, é revigorante.


TEXTO DE:

Thiago Muniz



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