Assisti ao filme e como toda obra cinematográfica não é possível contar uma história na íntegra, mesmo que se divida em partes, sempre haverá uma decupação no tratamento do roteiro, definir prioridades e critérios que sejam mais interessantes no ponto de vista artístico e mercadológico.
E por isso quando esta obra é baseada num livro o ideal é você ler para se ter uma ideia ampla da história, muita mais rica em detalhes.
“Ainda estou aqui” é escrito por um filho que perdeu o seu pai precocemente em plena ditadura militar, num período deste regime autoritário extremamente violento, opressor e cerceador; este mesmo filho conta a história de sua mãe, que mesmo depois de presa foi obrigada a ser arrimo de família sem um destino definido de seu marido, foi estudar Direito e batalhar pelos direitos dos povos originários.
“Ainda estou aqui” é uma pequena amostra de quantas famílias foram destroçadas por uma ditadura. Onde há ditadura não há voz, mas pode existir coragem e esperança, e essa viúva teve essas virtudes do dia em que seu marido saiu de casa para nunca mais voltar até o último dia de sua vida, lutando contra o mal de Alzheimer.
“Ainda Estou Aqui” é um filme que além de ser assistido, deve ser sentido. Busque se desligar e somente SENTIR!
A cinematografia no geral, é muito assertiva. Adorei os momentos em que a direção aposta em planos sequenciais, que me deixaram ainda mais dentro da obra.
A escolha da fotografia, que identifico como “dramático frio”, é bastante condizente com o tom do filme. E foi lindo ver tantas coisas assertivas, que sobrepõe qualquer coisa em uma obra audiovisual.
E o melhor? Saber que isso vem de uma obra nacional, é revigorante.
TEXTO DE:
Thiago Muniz
Nenhum comentário:
Postar um comentário