quinta-feira, 20 de abril de 2017

Baleia Azul - O Jogo que Ninguém Ainda Entendeu

Distúrbio depressivo maior (DDM) ou transtorno depressivo maior, conhecido simplesmente como depressão, é um distúrbio mental caracterizado por pelo menos duas semanas de depressão que esteja presente na maior parte das situações. É muitas vezes acompanhado de baixa autoestima, perda de interesse em atividades de outra forma aprazíveis, pouca energia e dor sem uma causa definida.

Lido isso acima, você pode tomar dois caminhos: o primeiro é o de levar a coisa a sério e tentar resolver o problema, a outra, simplesmente se refugiar no bom e velho "é modinha".

O até então desconhecido jogo Baleia Azul , criado na Rússia, está demonstrando claramente o quanto nós brasileiros desconhecemos sobre o assunto, ou o quanto simplesmente preferimos não se importar com o assunto.

Neste jogo, jovens são convidados a realizarem desafios escolhidos por "mentores" que administram o tal jogo. Os desafios são os mais variados, desde assistir filmes de terror a noite sozinhos, até a marcar o corpo com facas ou tesouras.

Mas o último desafio, é o suicídio.

Na Rússia, o caso veio à tona quando três jovens se suicidaram, e deixaram pistas em suas páginas de rede social. A principal: uma delas postou a foto de uma baleia azul junto com a palavra FIM.

As autoridades russas então acabaram descobrindo essa terrível ferramenta virtual.

Após isso, suspeita-se que o jogo tenha sido responsável por mais de 130 mortes entre Novembro de 2015 e Abril de 2016. Claro, as autoridades não confirmam.

A verdade que assusta e muitos querem negar, é que este jogo pode existir a mais tempo do que se imagina e talvez já tenha sido responsável por um número ainda maior de mortes.
Na realidade, o que realmente assusta são algumas coisas que podemos pensar se deixarmos a ignorância de lado. Vamos a algumas delas:
1 - Se os criadores do jogo conseguiram "voar abaixo do radar" e permanecer tanto tempo desconhecidos pelas autoridades, trata-se de um grupo profissional e que sabe o que está fazendo.
2 - Quando alguns órgãos de imprensa tentaram entrar em contato com "mentores" do grupo, receberam uma ou duas missões, e logo foram descartados e nunca mais respondidos. O que pode significar que eles sabem identificar possíveis vítimas potenciais e sabem descartar aqueles que não servem ou que podem colocar em risco seu trabalho.
3 - Eles ameaçavam jovens que tentavam desistir, roubando informações dos próprios computadores das vítimas ou usando a própria Internet para buscar informações sobre a vítima. Eles através da rede social descobriam nomes de pais, irmãos, etc. e depois através de páginas como SPC, SERASA, Receita Federal, ( ou os órgãos equivalentes em outros países ), para chantagear as vítimas.

Estes são fatos a serem pensados e estudados.

FENÔMENO NO BRASIL
Infelizmente no Brasil um número enorme de pessoas vive na crença de que toda e qualquer situação se resolve com uma "frase forte e de efeito".
No caso em questão, quando se questiona o assunto de suicídio entre adolescentes, geralmente ouvimos: falta de apanhar, modinha, os jovens de hoje não querem saber de nada, mata-se quem quer, etc. É mais fácil dizer uma "verdade" fácil, do que encarar o assunto.

Tomemos um exemplo: se uma mãe sofre de depressão pós-parto e atenta contra a vida da criança ou contra a sua própria, o que você diria?
Que a depressão é um caso perigoso e deve ser diagnosticado e tratado, ou que a mãe não passa de uma "à toa" que se não queria filho por que engravidou?

Se um idoso é abandonado por seu filhos, filhas, noras, genros, netos e passa a morar vários anos sozinho, e acaba se matando enforcado, você diria que ele não aguentou a rejeição e depressão, ou diria de imediato "esse devia ser tão ruim que nem a família queria saber dele".

Cada caso tem sua particularidade, porque cada ser humano é um indivíduo único em meio a milhões e milhões de iguais.

Mas quando se trata de um jovem, jamais se importamos se ele demonstra isolamento social, tem poucos amigos, se sente diferente ou inferior aos seus colegas de escola, se prefere ficar sozinho em seu quarto ao invés de estar com seus amigos ou familiares. Resolvemos a questão com: "também, ficava jogando esse jogo violento, por isso fez essa bobagem".
E isto passa a ser uma verdade, mesmo que a estatística aponte que um número insignificante de jogadores de Doom saiam por ai matando ou cometendo suicídio. Você já resolveu a questão, se refugiando no seu mundo maravilhoso de frases fortes.

No fundo, nenhum pai gosta de encarar o fato de que seu filho possa não ser "normal", e que precise de um psicólogo ou psiquiatra.
Eles preferem dizer: isso é coisa de jovem, já passei por isso.
MAS NÃO! Nunca passou. Sequer sabe pelo que este jovem está passando.

Eu poderia ficar a vida inteira tentando escrever aqui, fatos, números, estatísticas que podem fundamentar o que estou tentando dizer, mas de nada adiantaria.

Alguns vão ler e chamar esse texto de "conversa fiada" e dirão que no tempo deles resolvia-se com uma surra ao invés de um psicólogo.

E é por isso que termino apenas dizendo:

É por isso que hoje seus filhos estão morrendo dentro de casa.

Porque você teve de seus pais disciplina, carinho, firmeza, orientação, auxílio, mas agora simplesmente na hora de repassar tudo isso ao seu filho, você prefere ao invés de ser pai e assumir suas responsabilidades, se refugiar na sua "frase forte":
No meu tempo eu resolveria com uma surra!

A culpa não é do jovem que não se interessa por nada.

A culpa é nossa, que não soube criar os filhos, o que não se importou com eles e agora se esconde da responsabilidade dizendo: eu não fui criado assim.

Uma pena.