domingo, 30 de abril de 2023

Jucilene, uma brasileira

 

Jucilene tem 24 anos e é empregada doméstica numa casa em São Francisco, bairro nobre de Niterói. Os patrões de Jucilene são montados na grana. 

Uma das responsabilidades do seu ofício é cuidar do quarto, da alimentação e das roupas de Juliana, 22, filha do casal e estudante da Fundação Getúlio Vargas.

Jucilene chega às oito e sai às dezessete. Mora em um bairro distante do município vizinho de São Gonçalo. De segunda à sábado enfrenta quatro horas de trânsito: duas pra ir, duas pra voltar.

Apesar da rotina extenuante, nunca reclama. Com os trancos e pancadas da vida aprendeu que reclamar atrasa, tira forças e, pior: não adianta nadica de nada.

Não reclama nem da volta pra casa, quando desce do ônibus e ainda precisa andar mil e duzentos metros por ruas escuras e vazias até chegar ao barraquinho que divide com os filhos.

No caminho, não é incomum topar com duas ou três velas iluminando o semblante impassível de um cadáver.

É que Jucilene mora em um dos loteamentos mais povoados, não só do Brasil, mas de toda a América Latina.

Talvez por isso, por habitarem um mundo à parte, com regras não positivadas específicas desse mundo à parte, as pessoas resolvam seus conflitos na base da violência.

Morre-se muito por lá.

Mata-se muito também.

E fica tudo por isso mesmo.

Enquanto caminha, Jucilene vai rezando. 

Tem muita fé em Nossa Senhora Aparecida e sonha em se juntar a um comboio de romeiros para pagar a dádiva de ter se livrado do ex-marido - que lhe deixou dois filhos lindos e quatro costelas quebradas.

Cadê dinheiro para pagar a excursão ? Nunca sobra. Ela é sozinha de todo. Aprendeu a contar apenas com a própria força e até que tem conseguido tocar a vida direitinho.

A santa pode esperar.

Depois de abraçar os filhos é hora de enfrentar a segunda parte da jornada diária... e dá-lhe vassoura, tanque e fogão! Quando termina está tão cansada que mal consegue ficar em pé. Porém, sempre encontra tempo para afagar as crianças e fingir que ajuda no dever de casa.

Ela só finge, mas não é por mal.

É que Jucilene começou a trabalhar aos oito anos e teve que deixar a escola para sustentar a si e aos quatro irmãos menores. Os pais eram alcoólatras. Viviam jogados por aí, cambaleando pela rua. Só apareciam pra curar ressaca e distribuir pancada. De vez em quando, o dinheirinho que ela ganhava ia parar no balcão de um botequim e a família toda ia dormir de barriga vazia.

Mas ela não guarda ressentimento. Os pais já morreram. Dois dos irmãos, também. Jucilene acredita que na vida tudo passa, tanto as coisas boas quanto as ruins. Hoje, quando se olha no espelho, vê uma mulher forte e decidida, que luta para que os filhos tenham oportunidades na vida. Ao menos, que não precisem sentir vergonha na hora de ler ou de assinar um documento.

Juliana dorme num quarto de artista.

Há dois anos, reformou o ambiente e pregou um mural de aço escovado com fotos da família e dos amigos. Muito moderno. Fotos no Outback, no churrasco da Flavinha, com a galera do intercâmbio em Perth, na Austrália. Juliana sente saudades dos amigos que não vê mais com tanta frequência após o início da faculdade. O curso é muito puxado. De vez em quando ela surta e pensa em jogar tudo pro alto. Afinal, que vida é essa em que ninguém tem tempo prum cappuccino com os amigos?

Jucilene também sente falta de muita gente.

Infelizmente, a saudade que sente não pode ser amenizada com um café no Starbucks.

Ou em lugar nenhum.

O pior receio de Juliana é ser assaltada no volante de seu Jeep branco. Por isso, pegou um modelo básico, sem tantos acessórios. Juliana odeia viver no Brasil e lamenta a hora em que seus antepassados entraram num navio pra vir pra esse fim de mundo abandonado por Deus.

O pior receio de Jucilene é que o filho mais novo siga o exemplo dos tios e resolva se empregar na empresa mais rentável do bairro, a única que oferece ascensão imediata, dinheiro a rodo, prestígio e tênis da moda.

Só que o filho de Jucilene nem chegou a conhecer os tios. Pouco antes dele nascer, veio a empresa concorrente e deu baixa na carteira deles.

Juliana também viu a morte de perto. O avô, de 78 anos, bateu as botas em setembro de 2014. Diverticulite. 

Foi o pior dia da vida dela.

Às vezes, Juliana se olha no espelho e vê o reflexo de uma alma antiga.

Juliana não conhece ninguém que tenha tido problemas com a justiça.

Jucilene conhece poucas famílias em que ao menos um membro não esteja cumprindo pena por alguma coisa. Na dela são 2: o cunhado ( art. 157 ) e um primo ( art. 33 da 11343/06 ).

Ela não pensa muito nisso.

É só uma coisa que acontece.

No bairro dela, quando o vírus da miséria encontra o hospedeiro da revolta, acontece o tempo todo.

Juliana e Jucilene moram a 80 km de distância, mas vivem em mundos diferentes, irreconciliáveis.

Suas vidas se tocam, mas não se encontram.

Uma certa corrente ideológica garante que Jucilene - a despeito de suas diferenças óbvias - tem exatamente as mesmas  possibilidades de desenvolvimento e ascensão social que Juliana.

Jucilene nunca ouviu falar em meritocracia, mas, se tivesse tido a chance, provavelmente entenderia que o conceito de meritocracia é perverso por vários motivos, entre eles por ter sido criado pelos ricos para convencer os pobres de que a servidão, além de natural, é merecida e necessária.


TEXTO DE:

Patricia Polan

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Banco do Brasil retira patrocínio de feirinha agropecuária

 

O Ministro da Secrearia de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, comunicou nesta sexta-feira (28), que o Banco do Brasil irá retirar todos os patrocínios da feirinha agropecuária que acontecerá na semana que vem em Ribeirão Preto (SP).

Adecisao foi tomada após os fazendeiros desconvidarem o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para uma das atrações da feirinha.

Influenciados pelo atual governador carioca-da-gema, os fazendeiros convidaram o ex-presidente que tem tara por joias Árabes, morfina e dificuldades para comer farofa.

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, que participaria de uma palestra, também não vai mais à feira.

O banco manterá os stands do banco no evento , para realização de negócios e atendimentos a clientes.

Isso porque o banco entende que estes mesmos fazendeiros dependem financeiramente te de socorro financeiro do governo, e manteve sua função social.

O banco está correto em retirar o patrocínio, pois se os fazendeiros ainda não desceram do palanque eleitoral e ainda defendem o ex-presidente por este apoiar trabalho escravo, agro-tóxicos e nazismo, eles que peçam patrocínio ao seu ídolo maior.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

EX-secretário de Bolsonaro abre o jogo na CNN: é meio lesada

 

O ex- secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wenjgarten está a pleno vapor.

Ele concedeu entrevista a CNN, emissora que substituiu a Jovem Pan no cargo de porta-voz oficial do movimento nazi-tupiniquim, nesta terça-feira (25).

Ele falou sobre o caso das joias presenteadas pelo príncipe Saudita à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

De acordo com o atual responsável por criar justificativas infantis para que eleitores fanáticos possam repetir em seus grupos de WhatsApp em defesa de Bolsonaro, o que ocorreu foi totalmente inusitado.

As joias realmente teriam entrado de forma ilegal no país, mas pelas mãos do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

O almirante que foi diversas vezes condecorado pela Marinha (inacreditável, não é mesmo?), então teria guardado o pacote contendo as joias em um cofre no ministério. E acabou esquecendo completamente dele, durante um período de 13 meses. Durante este período ele se ocupou tentando "levar na mão grande" o kit de joias que estavam apreendidos na Receita Federal.

Após um tempo, o ministro lembrou que tinha um pacote no cofre do ministério e mandou entregar ao presidente.

Uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Planalto, então entregou em mãos o pacote à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

Porém, Wenjgarten afima que o pacote foi recebido por assessores e depois repassado para Michelle, na cozinha. Como na hora ela estava preparando pão francês com leite condensado para seu esposo, como uma boa e submissa esposa, ela acabou deixando inadvertidamente o pacote de milhões de reais em cima da pia.

Somente dois ou três dias depois, fazendo um reteté de fogo enquanto fritada camarão para o amado esposo é que Michelle teria notado o pacote.

Somente nesta ocasião, Michelle descobriu se tratar de joias masculinas que o ex-presidente havia ganhado do príncipe árabe.

Só então Michelle teria tido conhecimento que não somente o ex-presidente como também ela havia ganhado joias do príncipe. As suas infelizmente tinha sido apreendidas na Receita Federal.

Ao ser questionado pelos "jornalistas" como Michelle poderia ter cometido tamanho absurdo, Wenjgarten teria apenas respondido:

"É meio lesada".

Como sabemos que os eleitores de Jair Bolsonaro são como crianças birrentas e mimadas, que não desejam justificativas ou explicações plausíveis sobre os fatos e que basta a eles qualquer justificativa imbecil para suprir seu desejo de defender Bolsonaro muitos irão fingir que acreditam nesta história burra e mentirosa.

Eles não querem explicações, eles querem qualquer desculpa nojenta para poder se fixar no seu desejo infantil de defender Bolsonaro.

Bolsonaro, depoimento na PF, efeito da merda

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve de comparecer hoje até a sede da Polícia Federal em Brasília, para depor sobre seu envolvimento nos atos golpistas.

Bolsonaro falou, postou vídeos justificando os atos golpistas, além de convocar pessoas para as manifestações que antecederam ao golpe. Além disso, ele realizou reunião com embaixados estrangeiros para dizer que houve fraude nas eleições de 2018, e que haveria fraude nas eleições de 2022.

De acordo com o porta-voz do ex-presidente que é apegado a joias Árabes, Fábio Wanjgarten, a justificativa para o comportamento de Bolsonaro era bem simples.

Bolsonaro tinha comido merda.

O ex-presidente disse que ia assistir um vídeo na rede social Facebook, e como tinha acabado de comer merda, compartilhou sem querer o vídeo ao invés de simplesmente salvar para ver depois.

Aos investigadores porém, Bolsonaro não teria afirmado se comeu merda também no dia da reunião com embaixadores, ou todas as vezes que fez lives atacando o sistema eleitoral.

Isso leva a uma indagação jurídica muito complicada: quantos atos administrativos Bolsonaro cumpriu sob efeito de ter comido merda?

Todo seu mandato teria de ser reavaliado agora, à luz desta informação.

Parece que quem dizia que os quatro anos de governo Bolsonaro foram uma verdadeira merda, estavam certos.

sábado, 22 de abril de 2023

A Sagração dos Desaparecidos

Trata-se de um tema arrepiante, este da convocação de um Congresso dos Desaparecidos, em que os mortos vão se reunir, discursar e lançar um manifesto. O tempo passa, ditaduras e governos democráticos se sucedem e de vez em quando somos lembrados da existência destes fantasmas, como se estivessem encobertos por uma espessa nuvem obscurantista. Deles ouvimos, esporadicamente, apenas sussurros e ruídos, trazendo de volta parte de uma história infame banida de nossa memória.

São homens e mulheres, grande parte deles jovens, que não figuram nos compêndios oficiais de História. Sua breve trajetória entre nós, violentamente interrompida por agentes policiais a serviço do Estado ditatorial, ainda não virou filme nem chegou aos palcos de um teatro. Seus corpos foram enterrados clandestinamente. Os assassinos perdoados, anistiados de antemão.

Mas agora acaba de sair um livro que anuncia a realização do Primeiro Congresso Nacional dos Desaparecidos Políticos. Algo tão tenebroso que só mesmo uma literatura de ficção poderia enfrentar, tal a estupefação a que somos transportados. Circula uma lista oficial de convidados, que pretende reunir os despojos de 240 pessoas, cujas mortes foram, depois de anos de luta, certificadas pelo estado ditatorial. Uma ficção entrelaçada com a realidade, num tom que se afasta do kafkiano.

Embora o tema seja do meu interesse, senti um sobressalto quando dei com o titulo do recém-lançado livro do Bernardo Kucinski, O congresso dos desaparecidos, Editora Alameda. Lido há anos com esses personagens, seja em minha atividade política, na vida profissional ou como integrante de uma Comissão da Verdade. Com eles mantenho um contato subjetivo que vez por outra aflora. Eu mesmo já escrevi e publiquei aqui no JB e no Ultrajano, uma carta aberta a dois deles, Rubens e Mário.

Pertencem a uma mesma geração, a que combateu nas trevas. Em alguns momentos cruzei com eles nesta atormentada travessia, e pude testemunhar o discernimento intelectual e a coragem política com que se entregaram às suas ideias revolucionárias de justiça e transformação social.

Ao invés de lhes ter enviado uma carta, como fiz, poderia ter tentado um contato mais rápido, através de um e-mail ou uma mensagem de WhatsApp, mas os dois não chegaram a este tempo de manejar computadores e celulares. Todavia, não tinha o endereço. O último que possuí é o de um quartel do Exército na Tijuca, subúrbio do Rio, que continua em poder de seus antigos proprietários. Sei o endereço, estive lá duas vezes, rua Barão de Mesquita, 457, CEP 20540.003 O problema é que os militares jamais reconheceram Rubens Paiva e Mário Alves como seus hóspedes, e iriam devolver prontamente a correspondência.

A solução que então encontrei foi imprimir o texto, colocá-lo dentro de um antigo envelope azul de uso dos Correios, fazer a subscrição e enfiar a carta dentro de uma garrafa de vinho. Joguei a garrafa nas águas do mar, do alto das pedras do Arpoador.

Ainda não li o livro de Kucinski, celebrado autor de K. Relato de uma busca, lançado em 2011. Livro em que ele transforma em literatura a história real vivida por um pai, o seu, ao tentar a todo custo descobrir o paradeiro da filha, vítima da engrenagem ditatorial brasileira. A última vez em que foi vista, a professora Ana Rosa almoçava com o marido, Wilson Silva, também professor e militante, num restaurante na Praça da República, em São Paulo.

De repente foram arrastados, massacrados e desapareceram. O horror de Kucinski deveria integrar nossa memória, estar presente em nossas consciências. Durante a ditadura civil-militar de 1964/85 o desaparecimento de pessoas tornou-se algo trivial, executado às escondidas nos porões do Estado. Experimente falar disto hoje para um jovem já assombrado com as chacinas nas escolas, criação do neofascismo bolsonarista. 

Ana Rosa, Wilson, Mário, Orlando Bonfim, Rubens, Carlos Alberto de Freitas, Luiz Alberto Bebeto, Fernando Sandália, Ana Maria Nacinovic, André Grabois, Aurora Nascimento, Ramires Maranhão, Dinalva Teixeira e tantos outros fantasmas confirmaram presença. Eles se olharão nos rostos uns dos ouros tentando se reconhecer. Subirão à tribuna para denunciar seus últimos momentos e revelar os nomes de seus algozes.

O Congresso acontecerá na catedral da Sé, local simbólico onde foram realizadas missas por presos assassinados na tortura. O ato será encerrado com uma verdadeira apoteose, a execução de A Sagração da Primavera, de Stravinski, pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Um coral de dominicanos entoará A sagração dos desaparecidos. Espera-se ampla cobertura da imprensa.


TEXTO DE:

Álvaro Caldas

Jornalista e escritor, autor de Tirando o capuz

LEIA MAIS EM:

https://www.jb.com.br/colunistas/entre-realidade-e-ficcao/2023/04/1043330-a-sagracao-dos-desaparecidos.html

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Marco dos 100 Dias do Governo Lula

 

Lula chegou aos 100 dias de governo. Na prática, isso significa muito pouco, pois equivale a 6,8% de seu mandato. Porém, parece ser uma tara da imprensa, hegemônica e independente, falar sobre essa marca.

E as análises são as mais variadas possíveis.

No universo de seus eleitores, foram os melhores primeiros 100 dias da história de um mandato de presidente. Melhor até se comparado a ele mesmo nos seus dois mandatos anteriores.

Já seus opositores históricos, reclamaram das criticas do presidente em relação à política de juros efetuada pelo Banco Central, tiveram a coragem de chamar programas sociais de velharias, etc. Vale tudo para se fazer de independente, menos elogiar o que está indo bem.

Não há como evitar que isso ocorra, pois demandaria um amadurecimento político que não existe em nenhum outro lugar do mundo. E não é no Brasil que isso aconteceria.

Mas, deixando de lado essa batalha de narrativas partidárias e passando por cima da má vontade proposital da imprensa nacional, patrocinada por grupos que almejam objetivos distintos do atual governo, não podemos ignorar o marco dos 100 dias.

Elencando as principais ações do governo neste período, é inevitável dizer que a principal conquista de Lula, foi vencer um golpe de estado, sem emprego de força ou violência.

Desde o início do mandato do mandrião, o flerte anti-democrático se acirrou. A anti-política já existia, popularizada pelas ações da Operação Lava-Jato em conluio com os órgãos de imprensa, porém, chegou ao auge sob o comando do homem que teme a farinha.

Ataques às instituições, aparelhamento do estado, uso político de alas das Forças Armadas e das Polícias, foram apenas algumas das ações golpistas colocadas em prática.

O derradeiro ato desse movimento golpista, ocorreu no dia 8 de janeiro. Se Lula houvesse convocado as forças nacionais de segurança para intervirem, fatalmente seu mandato correria riscos de terminar ali. Porém, Lula convocou a sociedade civil e saiu vitorioso.

Ainda é necessário dizer que o governo na prática tem mais do que 100 dias, já que todos parecem esquecer que as ações do governo já tiveram início desde o dia de sua vitória nas urnas. Enquanto o ex-presidente que é tarado por pedras preciosas se ocupava em fugir do país, a equipe de transição do governo Lula já trabalhava na criação de uma PEC que salvou não só as contas atuais como ainda limpou a sujeira deixada pelo incompetente Paulo Guedes.

Ainda na área econômica, o governo já criou um novo arcabouço fiscal, para substituir a política inútil do teto de gastos, que será votado pelo Congresso Nacional.

Na área social, o governo restaurou as regras do Programa Bolsa Família, readequou o Programa Minha Casa Minha Vida, e refundou o Programa Mais Médicos. Todos programas que atendem as populações as pobres, mas que são considerados velharias pelos analistas jornalísticos de caráter leviano, e que preferiam ver os pobres sendo esmagados pelo liberalismo de boteco de Paulo Guedes, o homem das offshores.

Na área administrativa, a volta da defesa institucional do meio ambiente, a reentrada do Brasil nos debates mundiais, e a volta do protagonismo na América Latina e no Mundo. A iluminada ideia de ser orgulhar em ser pária, proposta pelo cômico ex-ministro Ernesto Araújo (aquele que considera leitura coisa de comunista), parece agradar mais aos nossos supostos jornalistas de opinião.

A última ação administrativa, covarde e levianamente atacada pelos vagabundos lobistas que ocupam inclusive cadeiras no Congresso, e a MP, que devolve as estatais na política elaborada no Marco do Saneamento Básico. A simples ideia de os prefeitos poderem fazer parcerias com os governadores para que estatais atendam as comunidades onde a iniciativa privada não tem interesse de trabalhar, parece ferir o conceito borocoxô que eles tem de liberalismo.

Houve alguns erros? Evidentemente que sim.

O governo mesmo cheio de boas intenções, ainda carece de uma melhoria urgente na sua comunicação. Não se pode considerar normal ou corriqueiro que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, saia por ai dizendo que é a favor da descriminalização das drogas, sem achar que haverá repercussão negativa.

Nem mesmo a justificativa de que ele falava por si e não pelo governo funciona, pois ele estava sendo entrevistado justamente por ocupar o cargo de ministro, e não por sua admirável carreira de sociólogo youtuber.

Nem se pode admitir que um ministro venha a público anunciar passagens de avião no valor de R$ 200, sem que haja sequer um projeto deste sentido nem mesmo na fase de discussão.

Todos ali respondem por Lula.

Haddad responde por Lula, Simone responde por Lula, Flávio Dino responde por Lula, Silvio Almeida responde por Lula, Alckimin responde por Lula. Todos já sabem disso.

Até mesmo Lula, reponde por Lula. E portanto ele não pode sair por aí, anunciando aos quatro ventos o quanto um senador não presta. Mesmo que o citado senador realmente não preste (no caso, não presta mesmo).

E Lula tem de responder inclusive por atitudes que são sabidamente tomadas por outras pessoas. A saber as atitudes imbecis do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

É o preço a pagar, por governar um país onde a imprensa responde por grupos que querem o "melhor para o país", mesmo que isso signifique "o pior para o povo".

No mais, os 100 valeram muito à pena.

Brincando, brincando, são 100 dias sem o biltre mandrião na presidência do país. Só isso já é motivo para se comemorar.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

100 Dias - Operação Limpeza

 

Com 100 dias de governo LULA, a MÍDIA OLIGÁRQUICA publica editoriais apontando "ausência de marca" do atual governo e criticando os ataques do presidente Luís Inácio aos juros exorbitantes praticados pelo COPOM, em comum acordo golpista com o bolsonarista Neto do Roberto Campos.

Pois bem, a MÍDIA OLIGÁRQUICA ao que parece se esqueceu tão rapidamente dos últimos 4 anos de (des)governo BOLSONARO, onde as suas práticas fundamentais foram o aparelhamento das instituições, quebra da educação em favor da teocracia neo-pentecostal e uso criminoso do cartão corporativo. Isso foram exemplos explícitos de um governo miliciano; fora a falha humana proposital durante uma PANDEMIA.

Isso a MÍDIA OLIGÁRQUICA fechou os olhos; a Faria Lima dá chilique com qualquer manifestação do governo LULA

Entendam; talvez esses próximos 4 anos não tenha a marca do Lula. Vou usar a analogia de festival de música no meio da lama; o Rock um Rio primeira edição 1985, foi no meio do matagal de Camorim-Jacarepaguá. Evento lindo e histórico, poético mas um caos total. Agora limpem aquilo tudo porque tem que entregar o local como recebeu. É mais ou menos isso que o Governo Lula está fazendo: LIMPAR A CASA, COLOCAR TUDO EM ORDEM. Meio que remontar algumas esferas da Administração Pública Federal; tão poluída e combalida pelo desgoverno anterior de Bolsonaro. E só não pior porque ainda vivemos numa democracia e certas esferas públicas prezaram pela razão do que pela teo-emoção. 

A marca do governo Lula será de limpar as sujeiras e imundices do desgoverno Bolsonaro; e esperarei ansiosamente pelo prisão do Jair; quiçá uma inelegibilidade na qual seria um bom castigo. 

E a Faria Lima vai se rasgar toda de raiva.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Brasil volta a alimentar comunistas, para sorte dos nossos pecuaristas

 

O Ministério das Relações Exteriores informou que a Rússia anunciou o fim do embargo à carne bovina brasileira produzida pelo estado do Pará.

O embargo havia iniciado no mês passado, após a confirmação de um caso de "vaca louca"  uma propriedade no município de Marabá, dia 22 de fevereiro.

O caso foi considerado sem risco de disseminação ou risco à saúde pública.

O anúncio (somado à reabertura do mercado da Filipinas e de outros mercados), representa a plena normalização do cércio do produto com a Rússia.

Segundo o governo brasileiro, em 2022, as exportações de carne bovina para a Rússia somaram cerca de R$ 165 milhões, equivalendo a 24 mil toneladas do produto.


OUTROS CASOS

Além da Rússia, a China e as Filipinas também haviam anunciado embargo à carne bovina brasileira, porém já haviam retomado a compra do produto.

De acordo com o Itamaraty, embaixadas brasileiras e representações do Ministério da Agricultura e Pecuária em países considerados estratégicos têm atuado desde que o caso foi registrado no Pará a fim de evitar fecha indevidos de mercados.


LEIA MAIS EM:

Rússia anuncia fim do embargo à carne do Brasil

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Massacre em creche: Há varios culpados, apenas um vai pagar

 

Eu poderia chegar aqui, e lançar mão dos caminhos mais fáceis para justificar essa barbárie que ocorreu em Blumenau.

Um deles, é dizer que a culpa é do atual governo Lula. Porque para seus críticos, Lula é apoiador do crime organizado, é a favor de se soltar bandidos e de se acabar com a polícia. Entre outras mentiras repetidas nos meios bolsonaristas.

E sim, eu não ignoro que há entre eleitores e até apoiadores de Lula, pessoas com ideias imbecis sobre segurança pública, a favor de legalização das drogas e outras coisas nada fáceis de digerir para a grande maioria da população.

Outro caminho, seria culpar o ex-presidente Bolsonaro. Afinal ele desde sempre pregou o ódio. Mesmo quando era apenas um deputado mequetrefa de baixíssimo clero, pregava o assassinato de pessoas, inclusive, na ocasião disse não se importar com a morte de inocentes.

E igualmente, não ignoro que haja grupos de nazistas que apoiem Bolsonaro. Está entre os apoiadores de Bolsonaro o maior número de pessoas que pregam a solução dos problemas na base da bala.

Porém, ao ficar apenas nesse debate sobre a parcela de culpa de lulistas e bolsonaristas, me escusaria de falar sobre a culpa das Redes Sociais, do Congresso, da Justiça, do Estado, e óbvio, do próprio assassino.

A culpa maior é do assassino. Foi ele quem decidiu pular o muro de uma creche e usar uma machadinha para atacar crianças.

Os fatores que levaram ele a praticar tal ato, e os fatores que possibilitaram a execução devem ser estudados exaustivamente, para que se criem mecanismos que evitem que coisas como essa voltem a ocorrer.

E então chegamos nas responsabilidades por omissão. As Redes Sociais permitem que pessoas como esse canalha possam discursar livremente espalhando suas ideologias nefastas sem que haja nenhum tipo de impedimento. Grupos nazista por exemplo, cresceram assustadoramente no Brasil, e fazem uso das redes sociais livremente.

A Justiça não atua de maneira eficaz. Não tem mecanismos e nem vontade de combater a enormidade de crimes que ocorrem dentro do universo da Internet.

No Congresso, onde deveria existir uma defesa institucional dos direitos do povo brasileiro, pelo contrário, há a defesa da liberdade indiscrinada nas Redes Sociais. Isso porque os próprios congressistas as utilizam para cometer crimes de calúnia, contra o estado democrático, contra a saúde pública, se escondendo debaixo de uma interpretação depravada da imunidade parlamentar.

Por o último, o Estado responsável pela segurança pública, notadamente presta um serviço sucateado.

Tudo isso contribui para que chacinas continuem ocorrendo.

A solução passa por um amplo debate da sociedade com ações pluripartidárias e coletivas de todas as instituições. Estado, igrejas, federações, sindicatos, associações, enfim, toda sociedade civil precisa discutir esse assunto e criar leis e mecanismos para que isso tenha um fim.

Nossas crianças precisam ser protegidas.


LEIA MAIS EM:

Crianças vítimas de ataque são enterradas em Santa Catarina

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Povo concorda com Lula, até mesmo parte dos bolsonaristas

 

Durante semanas, analistas e economistas disseram que o Brasil repudia as críticas públicas que Lula vem fazendo contra os juros altos mantidos pelo Banco Central.

Agora, o Datafolha reforça que as fontes dos tais analistas e economistas para falar em nome do povo eram as vozes em suas cabeças.

Ou seu desejo íntimo de que o país compartilhasse de suas crenças.

De acordo com o instituto, a esmagadora maioria da população (80%) apoia a pressão de Lula sobre o Banco Central pela redução dos juros, enquanto apenas 16% torcem o nariz para isso.

E 71% acreditam que os juros estão mais altos do que deveriam, 17% dizem que estão adequados e 5%, mais baixos do que o necessário.

Aliás, onde vivem, o que comem e como se reproduzem esses 5%. Tá faltando um Globo Repórter sobre a Faria Lima.

Teremos gente dizendo que os entrevistados "não entenderam a pergunta da pesquisa" ou "não compreenderam o impacto negativo de suas opiniões" e que "trata-se de assunto complexo, distante da população".

O DNA dessas justificativas é o mesmo de "os brasileiros não sabem votar" ou ainda "o povo não sabe o que é melhor para eles". Em suma, o povo é burro e precisa ser tutelado.

E a democracia, que dá à população o direito de fazer suas escolhas e arcar com as consequências, é algo superestimado. Ai, que saudades do Jair e do Guedes, não é mesmo?


TEXTO DE:

Leonardo Sakamoto

domingo, 2 de abril de 2023

George Floyd: Verdadeiros Pequenos /Grandes Avivamentos

 

George Floyd passou a ser conhecido em todo o mundo pela cena do policial com o joelho sendo pressionado em seu pescoço. Mas na Third Ward, uma comunidade negra em Houston, no Texas, ele era conhecido por influenciar jovens usando a Palavra de Deus.

Antes de se mudar para Minneápolis — onde foi morto após a ação policial — para uma oportunidade de emprego através de um programa de trabalho cristão, o homem de 46 anos passou quase toda a sua vida na Third Ward.

Com o desejo de quebrar o ciclo de violência entre os jovens, Floyd usou sua influência para trazer ministérios à comunidade para fazer discipulado e evangelismo, principalmente entre os moradores mais carentes.

George Floyd era uma pessoa de paz enviada pelo Senhor que ajudou o Evangelho a avançar em um lugar em que nunca morei”, disse Patrick PT Ngwolo, pastor da igreja Resurrection Houston, que fazia cultos na Third Ward.

A plataforma para alcançarmos esse bairro e as centenas de pessoas que alcançamos até agora foi construída nas costas de pessoas como Floyd”, disse ele ao site Christianity Today.

O pastor Ngwolo e outros líderes cristãos conheceram Floyd em 2010, que deixou suas prioridades claras desde o início.

Ele disse: ‘Eu amo o que vocês estão fazendo. A vizinhança precisa, a comunidade precisa, e se vocês se interessam pelas coisas de Deus, eu também me interesso’”, disse Corey Paul Davis, um artista cristão de hip-hop que participou da Resurrection Houston

A igreja expandiu seu envolvimento na região, realizando estudos bíblicos e ajudando com compras e consultas médicas. Floyd não apenas forneceu acesso aos moradores; ele deu uma mãozinha enquanto a igreja realizava cultos, torneios de basquete, churrascos e batismos na comunidade.

Ele sempre dizia aos rapazes que Deus supera a cultura da rua. Acho que ele queria ver jovens largando as armas e tendo Jesus em vez das ruas”, disse Ronnie Lillard.


Fonte:

Christianity Today