Um Cãozinho Elegante

Na esquina abandonada da Praça Tiradentes, um cãozinho assume um ar de lorde e flana tranquilamente até sua casa. 

A porta do Teatro Carlos Gomes, fechado e desprezado, um palco tão importante para a arte brasileira. 

O cãozinho elegante mora ali com sua família, que parece ser um senhor e seus dois filhos, um que talvez tenha uns catorze anos e o outro, uns dez.

Estão ali há alguns dias. Nunca ficam muitos dias. Eles precisam circular e escapar dos perigos noturnos. São muitas pessoas sofrendo ali há anos, desde que montei meu pequeno negócio.

Quando passo, vou e volto do trabalho, talvez eles pensem que tenho uma vida muito melhor do que a aparente. Eu tenho certeza de que eles sofrem muito, e isso me rói a alma. Tenho sofrido esta dor há cinquenta anos em vão, porque o mundo pode ter mudado demais, mas não no essencial. E sei que fui derrotado: morrerei sem ver o fim de tanta humilhação. Perto da desgraça que é ver semelhantes sofrendo na rua, ainda mais crianças, nada do que realizei de bom na vida tem importância. 

Um cãozinho elegante não liga para dinheiro, miséria ou sofrimento. A ele basta alguma comida e água, mais a proximidade de sua família, que tanto sofre mas ele não entende. Vai e vem, livre, sozinho, sem regras. Corre até riscos. 

Apressados, os carros da Pedro I passam com velocidade a caminho de casa. É Copa do Mundo, é a saída do trabalho, os churrascos e festejos exigem pressa. Ai de quem atravesse a veterana esquina sem atenção.

Ainda tenho um quilômetro para chegar em casa. Não sei dizer se amanhã a família do cãozinho estará lá. Talvez nunca mais o veja, mas tirei uma fotografia dele para nunca mais me esquecer de sua elegância, a mesma que falta em tanta gente que só tem dinheiro, mas sobra naquele simpático viralata caramelo que perambula pela vida e, por alguns segundos, oferece alegria para cada um de nós, ainda humanos. 

TEXTO DE: PAULO-ROBERTO ANDEL

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@pauloandel

O Desprezo do Clã Bolsonaro pelo Povo Brasileiro

 

O desprezo que a família Bolsonaro sente pelos seus próprios eleitores é o mesmo que sente pelo resto do povo brasileiro.

Quem não se lembra de Jair Bolsonaro contaminado pelo COVID tossindo nas próprias mãos e cumprimentado pessoas idosas?

Ou retirando a máscara do rosto de uma criança, em plena alta de contaminação da pandemia?

Isso só pode ser justificado de duas maneiras: ou Jair Bolsonaro é um completo debiloide ou um ser humano dotado simplesmente de uma alma do mal.

Em respeito à AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), não vou afirmar aqui que Bolsonaro seja debiloide. Só sobra a alternativa do mal.

Bolsonaro é mau.

Apesar do fato notório da dificuldade que ele tem de comer uma simples farofa sem se imundiçar todo.

Mas o desprezo que a família presidencial tem com o povo, não se manifestou apenas na pandemia. Os discursos racistas e preconceituosos são conhecidos desde de antes do tiozinho que se suja na farofa ser eleito presidente.

E não parou nem mesmo durante as eleições. Tanto Bolsonaro quanto seus seguidores lobotomizados moral e eticamente, não perderam a chance de ofender nordestinos, por causa do percentual de votos muito baixo naquela região do país.

Agora, silêncio após a derrota nas urnas e durante todo esse período de manifestações em frente a quartéis. Não um silêncio motivado por depressão ou doença, como alegaram alguns. Ou um silêncio estratégico, como alegaram alguns cretinos. Mas sim um silêncio de desprezo e nojo que ele sente pelo povo que o rejeitou, e preferiu o seu maior pesadelo em forma humana: Lula.

Por fim, a última manifestação de desprezo veio em dose dupla.

Primeiro, foi descoberto se deliciando na partida do Brasil pela Copa do Mundo no Catar, ninguém mais ninguém menos que Eduardo Bolsonaro, o Bananinha.

Enquanto milhares de pessoas estavam passando fome, tomando chuva ou torrando no sol e fazendo necessidade em sacolas plásticas para não serem obrigados a usar o temido banheiro unissex ele estava lá no Catar, ao lado da sua esposa, curtindo Neymar & cia.

Como se isso não fosse o suficiente para provar a falta de consideração dessa família com o povo brasileiro, Eduardo Bananinha foi além. Após sofrer críticas nas redes sociais por causa de sua ida aos jogos do Brasil, ele se superou.

Bananinha Bolsonaro gravou e divulgou um vídeo onde passou uma carraspana em seus seguidores por duvidaram de suas verdadeiras intenções. E apresentou meia dúzia de pen-drives onde estariam gravados vídeos dublados em inglês, mostrando a realidade do Brasil, e trazendo em detalhes todo o plano de Jair Bolsonaro para dar o golpe no país.

Óbvio que logo após esse vídeo, centenas de apoiadores repassaram a importante informação, com o pedido de não abandonarem a frente dos quartéis.

Como se vê, a família Bolsonaro além de menosprezar todo o povo brasileiro, deve também acreditar que somos um bando de imbecis completos.

Em parte, eles estão certos, pois a quantidade de pessoas que fingiram acreditar na mentira descarada de Bananinha, é enorme.

O Brasil não é para amadores.

A Herança Maldita de Bolsonaro e Paulo Guedes

 

O economista e também colunista da Folha, Samuel Pessôa, diz que o ministro Paulo Guedes deixa uma herança boa para o futuro governo, e um orçamento exequível.

Pessoalmente creio que Samuel, deve conhecer o sentido da palavra exequível: que pode ou se deve executar, executável.

O que o colunista não deixou claro, é como pode ser executado um orçamento vergonhoso aprovado para o ano de 2023.

O que significa que ele desconhece o significado da palavra que usou, ou simplesmente criou um novo que só ele conheça.

Um orçamento que prevê um montante ridículo de R$ 34,1 milhões para o Programa Casa Verde e Amarela (que nada mais é que o Minha Casa, Minha Vida com nome adulterado).

Que fixava o valor do Auxílio Brasil (que é o Bolsa Família com nome adulterado também), em R$ 405,00.

Que prévia um salário mínimo no valor de R$ 1302,00.

E que pasmem, prévia um corte de 59% no programa Farmácia Popular que pode deixar milhões de brasileiros sem os remédios maios básicos para sua sobrevivência.

Além da tentativa de destruição da carreira de cargos públicos (os de baixo, evidentemente), a equipe de Paulo Guedes não conseguiu evitar que Bolsonaro de olhos nas eleições, lançasse mão de uma PEC inconstitucional para diminuição do ICMS da gasolina, o que resultou em perda grotesca de arrecadação dos estadois e dois municípios. Lembre-se com o auxílio do crápula que ocupa a cadeira da presidência da Câmara, Arthur Lira.

Sobre o teto de gastos, que causa histeria nos especuladores do Mercado Financeiro, a sumidade da imbecilidade Paulo Guedes, quebrou antes, durante e depois da pandemia.

E se fez de cego, surdo e mudo, quando também de olho nas eleições, de forma criminosa, e repetindo a dobradinha com o crápula Lira, Bolsonaro destruiu de vez o teto, quando criou um auxílio no valor de R$ 1 mil para caminhoneiros e taxistas.

Tudo isso fez debaixo da inoperância e procrastinação da Procuradoria Geral da República, comandada pelo pé de samambaia chamado Augusto Aras e sua igualmente decorativa assistente (apenas alegoricente, já que nem para ornamentar serviria), a sub procuradora Lindora Araújo.

O STE tampouco fez algo para impedir esses crimes eleitorais sob a desculpa esfarrapada de não criar convulsão social.

Sobrou para a equipe de transição do futuro governo, correr atrás de uma PEC, para tentar salvar o Brasil da herança desgraçada deixada pelo infame Paulo Guedes.

PEC cujo o texto chega ao Congresso.

Que o Congresso ao menos tenha mais consciência das necessidades do país do que estes economistas que se auto intitulam liberais, mas que mais parecem descelebrados.

Guedes e Sua Falácia Latrinária

 

O futuro ex-ministro da economia do país, Paulo Guedes, não perde a oportunidade de dizer bobagens.

Aliás, a boca do ministro é uma espécie de latrina reversa. Em uma latrina quando acionamos a descarga, ela dá sumiço aos escrementos, já a boca de Guedes quando acionada dá à luz o maior número possível de titicas verbais.

Fosse um personagem de uma comédia pastelão, entregue ao diretor por algum roteirista, certamente o diretor recusaria o personagem por ser muito forçado. Porém, o intrépido especulador alçado à condição de Posto Ipiranga do governo Bolsonaro parece nào se preocupar em parecer ridículo, arrogante e pedante.

A bobagem da vez foi dita durante o evento que celebrou os 30 anos da Secretaria de Política Econômica, órgão que faz parte do Ministério da Economia.

Guedes criticou o futuro governo e disse que os 40 milhões de brasileiros passando fome no país são os mesmos que estavam passando fome nos anos de governo do PT, que já não está no comando do país desde 2016. Mas o que o atual governo fez, foi descobrir os invisíveis.

Não disse porém, porque não fizeram absolutamente nada para resolver a situação destes brasileiros.

Depois, disse que Lula deve parar de mentir e começar a trabalhar.

Guedes poderia dizer o mesmo sobre o seu atual patrão, o atual presidente Jair Bolsonaro.

Lembram daquele paspalho que não consegue nem mesmo comer uma farofa sem se sujar todo? Ele mesmo. Ele ainda é o presidente do país, mas aparentemente, deixou de trabalhar desde o resultado do segundo turno das eleições deste ano.

Aqui abrimos parênteses para admitir que ele não parou de trabalhar, pois na verdade sequer começou desde o dia de sua posse.

A não ser que seja considerado trabalho, dizer asneiras, distribuir patadas e vomitar preconceito.

Paulo Guedes deveria tentar explicar porque o governo de qual fez parte, quebrou o teto de gasto todos os anos desde a posse de Bolsonaro.

Ou explicar porque o orçamento planejado para o ano que vem, não supre nenhuma das necessidades do país, a ponto de ter de ser totalmente replanejado por uma equipe de transição do candidato eleito.

É claro, que Guedes não dará nenhuma explicação sobre isso, pois nem mesmo ele sabe explicar como é tão incompetente.

Para sorte do país, o excremento que foi rejeitado pela equipe do plano cruzado, do plano Collor e até do plano real e foi escolhido por Bolsonaro como o seu guru econômico, está de saída do cargo.

O Brasil precisará agora de muito trabalho, pois em ao menos uma coisa Guedes foi extremamente competente: seu projeto de ruína para o país, que talvez seja tão danoso quanto o que Bolsonaro tinha em mente.

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ORÇAMENTO DE GUEDES É DESCALABRO

Gupo Doria Realiza Evento Economico em Nova York

 

Nova York é a cidade perfeita para se debater o futuro da economia do Brasil. Pelo menos, é isso que pensam os organizadores do LIDE BRAZIL CONFERENCE.

O evento é realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), empresa fundada em 2003 e que faz parte do Grupo Doria, do propriedade do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr.

Hoje, Doria é vice-chairman do conselho consultivo do LIDE.  A empresa é administrada por seu filho, João Doria Neto.

O evento ocorreu no tradicional Harvard Club, em Nova York. Os convidados discutiram sobre a economia do Brasil em 2023.

Estavam lá, Roberto Campos Neto, Henrique Meirelles, Isaac Sidney, Joaquim Levy, Pérsio Arida, Rodrigo Garcia e Rubens Ometto, como expositores.

Merval Pereira, jornalista da Globo News, foi o moderador dos painéis.

O evento contou com o apoio institucional da Brazilian-American Chamber of Commerce (BACC).

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LIDE BRAZIL CONFERENCE

Lula Causa Histeria onde Guedes Deveria ter Causado Nojo

 

Os especialistas do Mercado Financeiro ficaram todos histéricos com uma simples fala do futuro presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Ele disse: "Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia?".

Foi o suficiente para um estardalhaço por parte dos especuladores financeiros e a parcela da imprensa brasileira, que no passado compactuou com as atitudes nada legais da Lava-Jato.

A mesma atitude preocupada com os caminhos do futuro do país não existiu durante todo o mandato do ainda atual presidente Jair Bolsonaro, que estourou o teto de gasto diversas vezes no seu governo.

Tampouco vimos sequer um mínimo resquício de preocupação diante do plano econômico desastroso e incompetente do Ministro Paulo Guedes.

Se apenas uma única frase de Lula é capaz de deixar toda essa turma histérica como crianças em um túnel do horror, onde estavam eles quando Guedes disse e praticou as piores sandices no comando da economia brasileira?

Onde estava sua preocupação, quando Guedes disse que estava enojado com as domésticas do Brasil viajando para a Disneylândia?

Ou quando ele disse que deveriam vender o Banco do Brasil?

Ou quando reclamou da Marinha Brasileira porque esta não permitia que ele pudesse privatizar as praias brasileiras?

Ou quando ele percebeu que o problema da saúde no Brasil seria resolvido com a concessão de um voucher para que o pobre pudesse se tratar onde quisesse? No Hospital Albert Einstein, por exemplo?

Não deram um gritinho nervoso quando este canalha propôs que restaurantes doassem sobras de comida para o povo como política de combate à fome.

Ora, é claro. Não existe preocupação com teto de gastos, quando quem está diante da economia no país, repete um discurso nojento de ódio contra aqueles que eles odeiam: os pobres.

Afinal de contas, o país tem responsabilidade com a política fiscal, não com os pobres.

Afinal, para que mais servem os pobres, além de serem sustentados como parasitas enquanto lhes entregam a mão-de-obra?

Sim, o Mercado Financeiro é necessário, mas o povo é mais ainda. 

Que a próxima equipe econômica do país consiga corrigir todo o mal que este crápula incompetente chamado Paulo Guedes deixou para o próximo governo.

E que o nome deste cretino especulador seja jogado na latrina da história.

Preconceito Brasileiro Contra a Própria Alma do Brasil

O Velho Gonzagão já dizia: "Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz, guardando as recordações das terras onde passei, andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei...".

Se em cada canto construído e povoado desse país, teve as mãos do povo nordestino nela, empoeiradas e até sangrando, teve o toque do povo mais sofrido e ao mesmo tempo mais lúcido que o Brasil possui. 

E com tudo isso, vive diariamente na tumba xenofóbica da classe sudestina, aquela região de Belo Horizonte até o Chuí, onde eles (pensam!) que reinam, onde não engoliram jamais a ascensão de um nordestino ao posto de presidente da República, onde sempre defecam a frase: "Quem eles pensam que são?". 

Lembram quando as passagens aéreas começaram a ficar mais acessíveis?

Pois bem, ao invés de comemorarem o fato de poderem sempre usurfruir com mais frequência esse serviço; o ódio fascista ao nordestino (e aos negros também!) falou mais alto e chovia insultos xenofóbicos / racistas / misóginos em tudo quanto era canto desse país; com maior volume justamente entre Belo Horizonte até o Chuí; quanto mais ao sul pior era a raiva, quanto mais pele branca pior era a raiva, quanto mais a renda pior era a raiva.

Boa parte dessa corja que veste camisa amarela (que horror!) e pede intervenção militar por não aceitar (mais uma vez!) a eleição de um nordestino a presidência da República, são os mesmos que chamavam aeroporto de rodoviária. 

Esse ode nazi-fascista da Faria Lima tem que ser erradicado; para o bem e futuro desse país.

TEXTO DE:

Thiago Muniz