Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Dia do Cabelo Maluco e dos pais omissos

Segundo a Constituição Federal, a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família.

Porém, o que percebemos é um discurso reacionário que imputa exclusivamente à escola essa função e qualquer ação que exige um pouco mais dos pais (seja uma brincadeira como "cabelo maluco" ou um feriado), logo temos um arsenal de ataques para cima dos profissionais da educação.

A premissa é simples, a lógica liberal-individualista de esvaziar o sentido da escola e o conceito de cidadão na caracterização republicana, onde o suposto responsável pelo educando deveria contribuir no processo de formação regular de sua prole ao protagonizar acompanhamento na unidade e fiscalização junto ao poder público dessa viabilidade.

Se os responsáveis abrem mão disso, estão a pactuar com uma estrutura precária de educação e são coniventes com isso, face ao desinteresse deliberado pela qualidade daquela instituição que será a segunda casa de sua cria.

Algo evidente, mas que não nos assusta num país onde retomamos a Primeira República e a lógica de "compra de votos" se metamorfoseou para as urnas eletrônicas.

O cenário é tenebroso e os analfabetos políticos se desenvergonharam de se expor, nesse sentido a dinâmica individualista e pragmática do "eu" subrepuja quaisquer raciocínio.

Mesmo com todo esse cenário desfavorável, acredito ainda que a melhor resposta é a luta coletiva.


TEXTO DE:

Prof° Felipe Duque

Professor da Rede Básica

Doutor em Educação

Coordenador Geral do Sepe Valença

domingo, 17 de setembro de 2023

Ironia da Pedagogia no Brasil, quiçá no Mundo

Coisa mais fácil do mundo é ser pedagoga, gente. 

É só você entrar na sala de aula e deixar lá a criança interagir com o objeto segundo a fase de desenvolvimento.

Mas só que aí, se for escola pública, você vê logo que nem tem tantos objetos assim como tinha lá o Piaget com os filhos dele, lá na Suíça.

Então você lembra que o ser humano é um ser sócio-histórico, e aí começa a apostar na interação e lembra do Vygotsky e quando olha pro lado vê ali os alunos de inclusão que não conseguem interagir tanto assim porque não tem material e nem respaldo pedagógico e nem espaço adaptado.

Então se inicia o desespero de deixar as crianças soltas no estilo Montessori, só que depois a gente lembra daquela merda toda de conteúdo bancário que o Paulo Freire criticou, mas só que não há tanto tempo pra refletir sobre a prática porque tem diário e três turnos e relatórios e sábados letivos, sindicatos, greves e a PM sentando a borracha nesse bando de vagabundos agitadores políticos marxistas que são os professores raça ruim do inferno, a pedido mesmo do governador do Estado que até ontem era a favor da categoria.

E então, você volta pra sala de aula depois de passar no banco (se tiver sorte lá vai ter uns 900 conto no final do mês ou uns 10 por cento a mais se você tiver feito mestrado sem bolsa porque o governo federal cortou), viajado por dois anos, gastado o que não tinha e vendido a alma pra supervisora pra poder pagar os dias em que foi estudar e tendo uma úlcera porque não tinha tempo de escrever, nem de ler, nem de acessar a plataforma brasil e nem o comitê sem ética da universidade.

E aí chega na sala de aula já vendo os corpos dóceis citados por Foucault, inclusive o seu emborrachado pela polícia, e já se sentindo parte do aparelho ideológico do Estado do Bordieu e se perguntando pra que serve tanta teoria assim nessa vida e tanta legislação pra cumprir e alinhar LDB com Constituição e PCN, tudo pensado por especialistas, squando na verdade quem está decidindo o que pode ou não ensinar é a bancada evangélica desse país surtado.

Isso se, por sorte, ainda não tiver sido aprovada a queda da estabilidade do servidor público e você já não tiver sido demitida por perseguição política e vai que falou a palavra maldita gênero dentro da sala de aula?

É tudo facinho, vida fácil, só cortar um pouco de EVA e sentar em roda e cantar umas musiquinhas no fim do dia, pode crer.

TEXTO DE:
CORA DESCORADA

Cora Descorada é mulher, mãe, mas não é tão mulher assim pois tem bigode (e quem já teve vó, sabe que com mulher de bigode, nem o diabo pode), e que é pensadora, mas não feminista que é para não ser taxada de histérica e acabar não sendo lida.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Ministério da Cultura terá secretaria do livro e literatura

 

No domingo, dia 1º de janeiro, o governo Lula, recriou através de decreto o Ministério da Cultura e indicou a criação da Secretaria de Formação, Livro e Leitura.

A Secretaria terá duas diretorias: Educação e Formação Artística e a Secretaria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.

Democratização do acesso ao livro, à leitura e à literatura, com ações, projetos e programas conforma o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), é uma das atribuições da Secretaria. A ideia é potencializar a arte literária de todas as regiões do país. A atuação junto ao Sistema Nacional de Bibliotecas é outra de suas atribuições.

A Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, deve implementar o PNLL, no âmbito do Ministério da Cultura,  de forma articulada com o Ministério da Educação. Haverá implemento e fomento em conjunto com demais órgãos competentes, ações e projetos sociais de leitura e de fortalecimento da cadeia mediadora da leitura, promoção da literatura brasileira e fomento de processos de criação, difusão, circulação e intercâmbio literário em território nacional e no exterior.


LEIA MAIS:

Clique aqui para ler o decreto na íntegra

Governo cria Secretaria do Livro e Literatura

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Enem Digital Teve Abstenção de 71,3%

A primeira edição do ENEM digital teve uma abstenção total de 71,3%. O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( INPE ) divulgou a informação neste domingo, dia 7.

O número de candidatos inscritos era de 93079, mas compareceram 26709 candidatos, e faltaram 66370 inscritos.

Não estão incluídos os números do estádio Amazonas, onde a prova foi adiada devido a pandemia de Covid, e um local no Amapá, onde a prova foi cancelada porque o local tinha problemas estruturais.

O ENEM digital foi aplicado neste domingo é no anterior ( 31 ), com o objetivo de tornar o exame totalmente digital até 2026.

Tocantins, São Paulo e Mato Grosso do Sul são os Estados com o maior número de abstenções do país: 77,2%, 76%, e 75,2% respectivamente.


PRÓXIMAS DATAS DO ENEM DIGITAL

8 A 12 de fevereiro: pedidos de reaplicação para quem teve problemas logísticos ou tiveram diagnóstico de Covid

10 de fevereiro: divulgação dos gabaritos

23 e 24 de fevereiro: reaplicação

29 de março: resultados

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Fies: O Programa da Inadimplência

Criado pelo governo federal em 1999, o Fundo de Financiamento Estudantil Fies ) é um programa do Ministério da Educação ( MEC ) que viabiliza o ingresso ao ensino superior. Destinado ao financiamento da graduação de estudantes que não têm condições de pagar as mensalidades das faculdades da rede de ensino privada. Como se trata de um empréstimo, ao concluir o curso, o estudante beneficiário terá de pagar a dívida.

O programa de financiamento passou por diversas reformulações ao longo dos anos e, em uma das suas últimas mudanças, passou a ser conhecido como o Novo Fies. Intitulando-se como um financiamento mais moderno.

Porém, hoje, um dos grandes problemas do Fies, é a inadimplência. Os índices de "calote" chegam aproximadamente a do número de financiados.


O número de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil considerados inadimplentes aumentou cerca de 23% após a realização do programa de renegociação do governo federal.

Em abril do ano passado, quando foram estabelecidos os prazos para estudantes devedores, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ( FNDE ) afirmou que 567 mil contratos estavam com pelo menos 90 dias de atraso no pagamento das parcelas da dívida e se encaixavam nos critérios para aderir à renegociação.
Segundo informações encaminhadas à TV Globo pelo FNDE em fevereiro de 2020, o número havia subido para 700 mil, no final de 2019.

Existem diversas desculpas para não se pagar o programa depois de formado.

Alguns dizem que não conseguiram empregos após se formarem, outros alegam que não pagam, porque quando o governo decidiu pagar 50% do valor, as faculdades dobraram o preço do curso, e outros alegam até mesmo que já pagaram quando param impostos.

O problema é que quando esses financiamentos não são pagos, o governo deixa de financiar os futuros estudantes.

Porque no fundo, o programa funciona sobre uma ideia simples: eu ( governo ), financio sua faculdade ( aluno ), quando você se formar, você devolve o financiamento, para eu ( governo ) financiar outro.

Porém, quando formado, o estudante não paga. Portanto, o governo não financia outro aluno.

O assunto é complicado, e merece uma análise bem mais detalhada, porém, existe um raciocínio bem simples: não podemos criticar o governo por diminuir o número de vagas ao programa cada vez mais até a sua extinção, se não devolvemos o valor emprestado.

A população brasileira também tem sua parcela de responsabilidade, portanto de culpa.