quarta-feira, 20 de abril de 2016

Um Amor para ( Não ) Recordar

De um lado, um homossexual assumido, de outro um potencial homossexual enrustido.
De um lado um baiano, do outro um campineiro. Mas ambos deputados pelo Rio de Janeiro.
Ambos com discursos sempre ofensivos e emocionantes, ambos sem projetos de verdadeira utilidade em suas legislaturas.
Ambos sempre seguidos por pessoas que ao invés de colocarem seus próprios cérebros para funcionar, preferem se espelhar em qualquer outra pessoa no mundo.
O que separa, e o que une Bolsonaro de Wyllys?
Definitivamente nada!
Definitivamente tudo!
JEAN "GUEVARA" WYLLYS
Em Agosto de 2011, a revista Rolling Stones ( edição 59 ) trouxe uma imagem polêmica. Ninguém mais, ninguém menos que Jean Wyllys vestido como um "Che Guevara" moderno.
Muitos desmiolados e críticos do deputado, que sequer leram a edição da revista, iniciaram uma cruzada mentirosa, dizendo que Wyllys defendia Che pelas suas ideias socialistas, mas que desconhecia o fato de que Che mandava fuzilar homossexuais.
O que esses críticos mentirosos não previam, é que as pessoas podem pensar por si próprias ou até mesmo pesquisar na Internet a revista e ler o que ele falou.
A revista Rolling Stones tem uma mania ( desnecessária ) de transformar seus entrevistados em personagens históricos.
Wyllys escolheu Che, justamente pelo fato de ele ser um revolucionário "machista" e o fez justamente para criar na mente do leitor a imagem inversa. Se Che é a cara da moeda, Wyllys seria a coroa.
O que enoja em Wyllys é o fato de que os argumentos morrem no momento em que ele é contrariado. Mesmo ele sendo muito bom em argumentar seus pontos de vista ( mesmo que muitas das vezes absurdos ), ele se faz de vítima o tempo todo, quando questionado.
Basta discordar de uma de suas ideias que ele usa o argumento da homofobia, do machismo, do fascismo e outros tantos ismos e fobias que chega a parecer uma criança mimada.
Sabe aquela criança que é pega fazendo algo errado e tenta se defender "delatando premiadamente" o irmão mais novo? Este é Wyllys.
JAIR "VILLAGE PEOPLE" BOLSONARO
Bolsonaro também é vítima de críticos que usam a manipulação de frases desconexas e trechos de entrevistas para mentir sobre ele e tentar transforma-lo em um "Hitler" moderno.
Isso se deve ao fato de que ele realmente muitas vezes fala coisas absurdas e idiotas que dão farta munição aos seus oponentes. Mas isso não dá a eles o direito de manipularem e mentirem, apenas mostra que eles são tão ou mais crápulas quanto Bolsonaro.
Bolsonaro demonstra um comportamento mimado e malcriado. Se é contrariado em algum ponto de vista, parte para os berros, gritos e ofensas.
E se quem discordar for uma mulher, então Bolsonaro "solta a franga" que existe dentro dele.
Seu ódio desenfreado contra mulheres e homossexuais deixa transparecer a famosa "homossexualidade reprimida".
Ele nitidamente esqueceu que já saiu do quartel, onde o sargento grita com o soldado e este não pode responder porque seria obrigado a "pagar" flexões para o macho alfa.
BOLSONARO VS WYLLYS

OS FATOS
O último capítulo desta novela romântica entre os dois se deu no dia da votação do impedimento da ex-presidente Dilma.
Bolsonaro era um daqueles que ficava em volta do microfone, igual criança chata que não respeita a ordem da brincadeira, gritando e berrando baboseiras.
Típico dele, claro, que faz de tudo para chamar à atenção para si, já que é carente de afeto que pode não ter tido na infância.
De repente vem Wyllys, todo chique com um trapo vermelho, parecendo criança cuidando da caxumba.
Ambos  se agridem, naquela troca de olhares apaixonados, onde as mágoas deixam transparecer toda a dor de um amor ferido.
Wyllys chega ao microfone.

Voltemos um pouco no tempo...

Bolsonaro já havia discursado e deixado mais uma de suas imbecilidades no colo de seus opositores.
Ele havia dedicado seu voto ao torturador, assassino, ex-comandante do DOI-CODI ( nada ) Brilhante Ustra.
Bolsonaro não se cansa de falar e defender asneiras. E o faz por um misto de burrice com arrogância.
Ele realmente acredita que ao fazer isso, humilha seus opositores, mas ao mesmo tempo consegue jogar contra ele mesmo milhares de pessoas.
Há algum tempo até mesmo eu acreditava que Bolsonaro era inteligente e irônico, mas o tempo mostrou que ao invés de inteligência, há somente ódio debaixo daquele cabelo penteadinho de lado de forma bem heterossexual.

Voltando a Wyllys...

Ele deu seu voto, e quando foi voltar para seu lugar, Bolsonaro ficou ali berrando e gritando, quando Wyllys se virou e deu uma ( pasmem ) cuspida na cara de Bolsonaro, que ficou parado e atônito.
FESTIVAL DE MENTIRAS
Logo após o final da votação, Wyllys fez sua defesa sobre os fatos.
Ele disse que Bolsonaro o havia xingado de "bixa", "veado", "boiola", e sei lá quais outros termos se usa para denominar um homossexual na linguagem informal.
Isso, somado ao fato da apologia ao crime e a tortura, praticados por Bolsonaro em seu voto, levou Wyllys a "cuspir" em protesto no deputado adversário.
Então aparece em cena, Eduardo Bolsonaro ( filho de Jair ), que tem em suas mãos um vídeo filmado por ele mesmo, onde mostra que seu pai não usou a linguagem informal que Wyllys alegou.
E ainda disse que ele, sendo um bom menino, jamais cuspiria em outro deputado.
Surgiu ainda um vídeo em que Wyllys teria dito a um aliado que "eu vou cuspir em Bolsonaro", o que provaria que ele premeditou o que faria e inventou sua defesa.
Mais uma vez, aparece outro vídeo, onde mostra Eduardo cuspindo em Wyllys logo depois que este cuspiu em Bolsonaro.
Pelo visto, Eduardo se valeu da manipulação de seu vídeo para defender o pai, e mentiu quando disse que não cuspiria em um deputado. Menino malcriado!
E pior, a TV Record descobriu que a premeditação de Wyllys não existiu. Ao seu aliado ele teria dito "eu cuspi em Bolsonaro", e o vídeo foi feito depois do fato ocorrido.
CONCLUSÃO FINAL
As siglas dos deputados ( PSC e PSOL ), já declararam que irão pedir a quebra de decoro parlamentar dos três deputados envolvidos, e até mesmo a cassação de seus mandatos.
Porém, analisando todo o ocorrido, o mais justo seria:
1 - Uma "moção de repúdio" ao deputado Jair Bolsonaro pela apologia a violência, ao dedicar seu voto a um ex-torturador. Não é passível de cassação, apesar de ser nojenta a atitude. Que seja dada uma reprimenda pública ao deputado, sob o risco de se ele usar de má fé, indo as redes sociais tripudiar em cima da moção, ai sim, seria iniciado um processo por quebra de decoro.
2 - Processo de quebra de decoro e cassação do mandato de Jean Wyllys. Mesmo que sua reação seja humanamente normal, não é passível de perdão, por causa do cargo que ocupa.
3 - Processo de quebra de decoro e cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. Não cabe aqui o argumento de que a "cusparada" tenha vindo em defesa do pai.

Se o conselho de ética realizar isso, será o primeiro passo para mostrar que comportamentos infantis, violentos e até mesmo ridículos não serão mais tolerados em um lugar de tão grande importância.
Se o impeachment for realmente levado a sério como dizem isso é o mínimo a ser feito.

Ou o país pode virar um paraíso para guerras de saliva por parte de militantes abestados e sem um mínimo de discernimento.

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