terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Lula errou, admito.

O presidente Lula discursou mais uma vez em um dos inúmeros encontros inúteis de nações, onde se fala muito e se concretiza pouco ou nada.

O problema é que desta vez, Lula acabou soltando uma frase pra lá de infeliz sobre os conflitos na Faixa de Gaza. Abaixo segue a cantilena:

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza é com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar judeus."

A afirmação é ao mesmo tempo, mentirosa e temerária.

Se Lula mentiu de maneira consciente e tinha apenas a intenção de chocar os ouvintes ou atacar o governo do Primeiro Ministro nazista de Israel, Netanyahu, só ele poderia confirmar.

O que eu posso afirmar é que o que eu escrevi acima: mentirosa e temerária.

A afirmação é mentirosa, porque quando Lula diz que não houve nenhum outro momento histórico comparável aos conflitos na Palestina, ignora um sem número de outros conflitos que ocorreram apenas do momento do Holocausto até hoje.

Posso citar aqui, alguns conflitos ocorridos após 1945, que causaram mais de 1 milhão de mortes:

Guerra da Coreia - 1,2 milhão

Guerra do Vietnã/Indochina - 800 mil e 3,8 milhão

Guerra Civil da Nigéria - 1 milhão

Guerra Civil da Etiópia - 1,9 milhão

Guerra Afegã Soviética - 2,5 milhão

Conflito Irã/Iraque - 1 milhão

Segunda Guerra do Congo/Guerra Mundial Africana - 2,5 milhão e 5,4 milhão

Aqui não estão incluídos conflitos menores mais não menos sangrentos. Não está presente também todas as intervenções assassinas dos Estragos Unidos em outros países e nem os genocídios ocorridos em diversas nações.

Holocausto não deve ser banalizado a ponto de ser usado como um evento comparativo, pois causa a impressão de que tudo que for feito abaixo do Holocausto é justificável.

O próprio Netanyahu em 2015 em plena assembleia da ONU, fez uma fala infeliz sobre o Holocausto.

Além de mentirosa, a afirmação de Lula foi temerária.

Ele deu a Netanyahu, que já estava em desgraça até mesmo diante da opinião pública de Israel, a munição que este necessitava para justificar suas ações.

A fala descabida de Lula não acabará com a guerra na Palestina, mas pelo contrário, deu fôlego e motivação para que Netanyahu justifique até mesmo um recrudescimento de suas ações.

Agora, falando em consequências internas, Lula reacendeu a fúria da oposição que estava minguando dentro de sua própria insignificância.

Até o momento desta coluna um pedido de impeachment de Lula já contava com 122 assinaturas. Parece evidente que a oposição não conseguirá o número necessário de assinaturas, ao menos desta vez.

O erro de Lula ainda serviu para motivar ainda mais as convocações para a manifestação em defesa do Golpe, que será realizada dia 25, sob o comando do Boca de Farofa.

E por fim, Lula continua a passos largos seu afastamento da classe evangélica no Brasil.

Uma parcela da esquerda que nutre ódio contra evangélicos e mesmo à religião, comemora e defende esse afastamento.

O que essa ala ignora é que a perda da parcela de evangélicos que ainda apoiam Lula apesar de seus deslizes, pode levar a uma derrota nas urnas para um bolsonazista que se apresente falsamente como um moderado.

Uma verdadeira estratégia ao estilo auto-sabotagem para quem se elegeu alegando ser um presidente de todos.

Que Lula comece a se policiar um pouco. Pois cada deslize seu, colabora com o fortalecimento das fileiras nazi-bozistas no país.

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