domingo, 22 de junho de 2025

O Vomitório de Donald Trump

Às vezes o presidente dos Estados Unidos parece um cowboy em um saloon, lançando imprecações, de armas na mão, num ambiente enfumaçado. Às vezes parece um bêbado valentão que gosta de provocar brigas na rua. Às vezes parece um sinhozinho dando ordens à criadagem. 

Sua linguagem é sempre chula, repleta de ameaças, bravatas e vulgaridades.

Ali Khamenei, líder do Irã, é o oposto disso. É frágil, tem 86 anos. Move-se devagar. Não grita. Fala pausadamente, sem fazer caras e bocas. Usa linguagem culta. Invoca princípios. Lembra com amor e orgulho a história do seu povo, especialmente as suas conquistas culturais. 

Masoud Pezeshkian, presidente, foi eleito pelo voto direto, concorrendo com outros seis candidatos. É um cirurgião cardíaco de grande prestígio, com posição de destaque na comunidade científica do país. É racional e moderado. Nunca foi político. Não precisou fazer negociações partidárias para se candidatar.

Já se disse que o estilo é o homem. Agora, porém, é mais do que isso. O estilo é a sociedade que elege esses homens. Os Estados Unidos e seus aliados não apresentam mais nenhum projeto civilizatório para a humanidade. Agora, é tiro, porrada e bomba. 

Só o racismo entranhado nas elites ocidentais, com seu passado colonial, explica a ideia idiota de que que, sendo atacado, o povo persa se juntaria aos atacantes e se levantaria contra o seu governo. Só uma imprensa controlada e cínica finge que leva a sério esse tipo de expectativa. 

Nós, ocidentais, perdemos completamente o senso de dignidade. Queremos ganhos materiais imediatos. Estamos escravizados pelas coisas.

TEXTO DE:
Cesar Benjamin

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