quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A broxabilidade do imbroxável

 

Michelle gorfa após beijo

A cada ato novo no seu mandato, Jair Bolsonaro deixa evidente seu desvio de caráter, seu descontrole emocional e sua necessidade patológica de tentar provar sua masculinidade.

O último 7 de Setembro, celebração dos 200 anos da Proclamação da República foi marcado pela que é a pior e mais grotesca manifestação pública de um presidente na história da América Latina, quiçá do mundo moderno.

"Imbroxável! Imbroxável! Imbroxável!

Foi a palavra gritada pelo desequilibrado que ocupa a cadeira de presidente do país.

Para podermos entender quão lastimável é essa situação precisamos lembrar alguns fatores que não podem ser ignorados.

O primeiro é o fato de que o atual governo já teria ido a nocaute há muito tempo, não fosse a ajuda do STF, que fechou os olhos a inúmeras inconstitucionalidades que ocorrem desde 2019, quando da posse de Bolsonaro.

A reforma da previdência foi inconstitucional, a PEC dos precatórios foi inconstitucional, a atuação do presidente na Pandemia foi criminosa, a PEC do ICMS foi inconstitucional, o benefício concedido a caminhoneiros foi inconstitucional e ilegal, o benefício concedido aos taxistas foi inconstitucional e ilegal. Tudo isso, foi feito sem que o STF causasse problemas.

Os benefícios aos taxistas e caminhoneiros fere inclusive a Lei Eleitoral. O que constitui crime eleitoral por parte do presidente com aval do Congresso, e com prevaricação do STE.

É a oficialização da compra de voto com dinheiro público.

Mas, apesar desse golpe legiferante praticado às vésperas da eleição, os números das pesquisas são cruéis com Bolsonaro. Até mesmo depois dos primeiros pagamentos dos benefícios concedidos, Lula ainda aparece na frente e com possibilidades concretas de vencer inclusive no primeiro turno.

Tudo isso vem deixando ainda mais perigosa a sanha de Bolsonaro por um golpe de estado, que o colocaria como uma espécie de ditador, evitando assim que ele tenha de deixar o cargo e encarar a justiça pelos crimes comuns cometidos no mandato, e que não prescrevem.

Então, veio o 7 de setembro. Dia ideal para que Bolsonaro arregimentasse seus fanáticos e envergonhasse as Forças Armadas obrigando-as a servir como uma espécie de tropa mercenária pessoal.

E então chegamos ao grande momento do dia:

"Imbroxável! Imbroxável! Imbroxável!

Bolsonaro não escuta seus assessores, e quando escuta, escolhe sempre seguir os conselhos daqueles que são tão ou mais imbecis.

Até por isso, decidiu discursar. Porque, para quem já cometeu ilegalidades com dinheiro público, movimentando tropas para um discurso eleitoral (outro crime que o STE não vai sequer comentar) que diferença faria somar a isso algumas frases golpistas?

Durante o discurso, Bolsonaro não satisfeito em atacar os adversários (atacou evidentemente, Lula), precisava também atacar a esposa de seu adversário.

Ele inicia a fala tentando fazer uma comparação entre as duas mulheres, mas evidentemente, até mesmo ele percebeu que o tipo de comentário que pretendia poderia soar muito ruim e causar mais prejuízos a sua já combalida situação em relação ao eleitorado feminino.

Ele então resolve elogiar sua esposa Michelle. Mas, após um beijo que visivelmente causou mal estar na primeira dama, Bolsonaro não resiste aos próprios instintos de macho imbroxável.

O beijo diante de uma plateia assanhada pelo feromônio golpista, deu-lhe aqueles calores das partes baixas.

"Imbroxável! Imbroxável! Imbroxável!

Foi o grito de macho. O grito de homem. Homem que de tão macho precisa o tempo todo tentar convencer não só aos outros, mas a si mesmo de que é macho.

Pode ser que na intimidade (para azar da primeira dama) o presidente seja imbroxável.

O que é realmente broxável, é o atual governo.

Economicamente é uma broxabilidade total nas mãos do burocrata comunista búlgaro da década de 60 imbroxado de liberal, também conhecido como Paulo Guedes.

Administrativamente, a broxabilidade do governo é dividida com os igualmente broxáveis Arhtur Lira e Rodrigo Pacheco.

O preço dos alimentos é outra broxabilidade. Só que esta acaba por imbroxar a vida de milhões de brasileiros.

Bolsonaro pode ser imbroxável, mas vem imbroxando cada vez mais, inclusive sua massa de seguidores fanáticos não-broxáveis.

Pois foi mais um golpe sem ser golpe.

Com direito a convocação erétil:

"Vamos para as ruas por uma última vez!"

Viagrou o presidente durante mais um de seus discursos inflamados, convocando para o dia 7 seus seguidores.

Os imbroxáveis foram às ruas. Mas o golpe broxibilizou.

Foi o golpe broxável.

"Imbroxou! Imbroxou! Imbroxou!"

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