terça-feira, 12 de novembro de 2024

Escala 6x1 e o Pensamento Escravista

…Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão…
(Renato Russo)

A famosa escala 6x1, é a alegria de muitos patrões pelo Brasil afora, onde a empresa não pára e faz com que os funcionários produzam em larga escala. Isso em tese.

Mas será que produzem de fato com qualidade?

As pesquisas já provaram que não, vide que a qualidade de vida do funcionário cai drasticamente em virtude da longa jornada de trabalho e pouco tempo para o descanso. 

A escala 6x1 é de fato uma escravidão com carteira assinada. Essa escala faz parte do pensamento escravista dos empresários brasileiros que acham que o trabalhador é pior que uma máquina, e que precisa ser combatido. É necessário implementar alternativas que promovam uma jornada de trabalho mais equilibrada, permitindo que os trabalhadores desfrutem de tempo para suas vidas pessoais e familiares.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que exceder o limite de 40 horas semanais com frequência pode gerar problemas fatais.

Entre 2000 e 2016, cerca de 750 mil pessoas morreram devido às longas horas de trabalho, segundo o documento. No Brasil, a CLT impõe 44 horas semanais ao empregado.

As pessoas que trabalham na escala 6x1 estão numa situação análoga à escravidão. O Brasil foi o segundo país com mais casos de burnout (doença ocupacional decorrente do esgotamento físico, emocional e mental), segundo a pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR), realizada em 2021. Ainda de acordo com a organização, cerca de 30% dos trabalhadores no Brasil sofrem com a síndrome. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o trabalho em excesso pode levar a doenças graves e até à morte.

Movimentos neoliberais colonialistas empresariais e órgãos da imprensa tentam dizer pra você pensar o contrário, com o mesmo argumento de “afetar a economia”, mas isso já fazem desde o fim da escravidão, da criação do salário mínimo, da implementação do CLT e até do 13 salário.

Não caia nessa armadilha.


TEXTO DE:
Thiago Muniz

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Folha publica coluna assinada, mas não escrita por Bolsonaro

Só há duas explicações possíveis para que a "Folha de S. Paulo" publique uma coluna assinada pelo ex-presidente golpista, fascista, canalha e nazistinha tupiniquim: ou o jornal está recebendo grandes verbas do governo do estado de São Paulo, travestidas de verbas publicitárias ou devem estar devendo algum agiota ou com dívidas de jogo.

Pois somente com alguém ameaçando quebrar as suas pernas, você faria uma coisa dessas.

O artigo por si só, é de uma imbecilidade gritante. E mesmo assim, pela complexidade de alguns termos, fica óbvio que nem mesmo foi ele quem escreveu esse amontoado de porcarias.

Até porque, esse asno, sequer consegue ligar duas frases seguidas em que haja lógica.

Já seria inclusive, exagero querer que ao menos uma de suas frases tivesse lógica ou sentido.

A imprensa ao dar voz a esse discurso desesperado de um golpista que está às vésperas de ir para a cadeia, deixa evidente que não está dando a mínima para a democracia.

E quando digo "a imprensa", é porque os demais canais que não dão voz a esse trapo, passam o dia inteiro tentando encontrar alguma coisa para criticar o atual governo.

E não... eu não acho que o atual governo seja incriticável.

É que o asno inelegível praticou crimes e absurdos quando ocupava a cadeira da presidência e não foi criticado desta maneira.

Nem mesmo quando seu séquito de seguidores lunáticos atacavam jornalistas e repórteres nas ruas. Ou quando ele agredia a imprensa no curral, onde dialogava com seu gado zumbi.

Seu mandato foi marcado por incentivo a morte, quando concorria em favor da disseminação de um vírus e combatia a vacina. E mesmo assim essa parte da imprensa podre nada dizia. Pelo contrário, apoiava de maneira criminosa.

A miséria, a fome, o fim do financiamento de áreas básicas da saúde, educação, pesquisas, tecnologia, foram ignorados por essa tal imprensa.

Tudo porque eles escrevem em prol de uma elite do mercado financeiro que apoiava um urubú chamado Paulo Guedes no comando da economia do país.

Não há muito o que continuar falando.

Apenas lembrar que um verme que mesmo inelegível sequer permite que a tal direita tenha outra liderança ou mesmobum candidato a presidente, assinar um artigo pedindo respeito à democracia, não é nem ironia, é putaria.

Se franciscana ou não, como dizoa minha avó, não sei.

E vai aqui uma aposta para finalizar:

Para provar que esse monstro asqueroso realmente escreveu esse artigo e não apenas assinou, que escreva um pequeno texto diante das câmeras. E prove que consegue.

Eu duvido.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Trump, a volta por cima do diabo

A eleição estadunidense é mais um elemento que dá para perceber onde a esquerda está perdida demais.

Dizer que Kamala e Trump são iguais é ignorar as nomeações para a Suprema Corte, a piora em direitos das mulheres, no combate ao racismo, o negacionismo climático, a relação com o pior conservadorismo existente, a política migratória.

Ignoram também quem foi vitorioso: Milei, Musk, Orban, Bolsonaro. Tudo isso em nome de uma análise rasa para afirmar a própria ignorância.

Trump venceu em 2024. É sobre isso.

Fez o povo colar na sua mensagem, e sua mensagem colar no povo. Dessa vez, mais que antes, teve muitos pretos, mulheres, gays, trans e imigrantes votando nele.

Ele furou a bolha dos brancos supremacistas. Trump não falou para a elite, nem com quem tem diploma.

Com a elite ele fala sozinho, por telefone; e com quem tem diploma ele só fala se for para contratar e trabalhar para ele.

Ele foi direto na jugular da emoção da rapaziada cansada e que rala todo dia. Exatamente a rapaziada que foi sendo deixada de lado, e para trás, e que Mano Brown deu o papo lá em 2018.

Não adianta chorar, é fato consumado.

Trump achou o nicho, o código, o algoritmo.

Ele falou de emprego, segurança, de ser valorizado. E o pessoal abraçou, talvez por ilusão ou desespero, mas abraçou.

Ele não sentou no sofá de Caetano Veloso, ele falou o que o povo quer ouvir e do jeito que o povo quer ouvir, cansado de promessas rasas.

Ele jogou pesado no slogan “nós contra eles!”, mesmo ele sendo o “eles”, ou seja, parte integrante de quem tem poder.

E deu pra ver que os progressistas estavam muito mais preocupados em debater entre eles do que ouvir as ruas. A esquerda peca nisso, continua isolado academicamente e no sofá do Caetano.

E isso tem impacto direto aqui no Brasil, já pensando em 2026. Se a esquerda não falar de igual para igual com a grande massa, já sabemos claramente quem vai crescer, certo?

Fala que eu te escuto!”, lembraste?

Enquanto isso, as igrejas evangélicas estão ocupando todos os espaços: culturais, fonográficos, TV, rádio, institucionais, educacionais e políticos. Os caras estão na vida real, no cotidiano e a galera está comprando a visão. Esse movimento é que está fazendo uma diferença absurda.

Lula e a esquerda precisam sair do salto, ouvir mais, fazer o papo chegar no chão. Senão será o mesmo roteiro dos Estados Unidos, o povo vai virar a quem der atenção.

Que Trump tenha sido eleito novamente, voltando das cinzas. O que falta para que a luta da democracia possa avançar?

Ah, falta muita coisa, sobretudo consciência que se cria através de educação e cultura, mas também de um projeto de país que seja comunicável para massas cujos corações e mentes foram sequestrados pela máquina do capital.

Não vai ser bom pra ninguém ter como presidente quem representa o impulso de morte. Pena para quem está na direção contrária, querendo vida e transformação em nome da vida.

Para os brasileiros, vemos um filme se repetir. Vencendo a extrema-direita nos EUA, há forte chance de vencer a extrema-direita aqui. Não se brinca com a extrema-direita, apoiada, comandada e administrada pela direita diariamente.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

QUINCY

Quincy Jones é uma personificação inspiradora da capacidade humana de transcender adversidades e moldar o próprio destino. Originário de uma Chicago empobrecida e marcada pela violência dos anos 1930, ele emergiu como uma das figuras mais proeminentes da música internacional, deixando um legado que transcende gerações.

Sua ascensão meteórica como produtor e arranjador não passou despercebida. Aos poucos, Quincy se estabeleceu como uma figura influente na indústria musical, colaborando com lendas como Lesly Gore, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Sarah Vaughan. Sua produção do álbum "For Those in Love" de Dinah Washington, contra a vontade da gravadora, solidificou sua reputação como um visionário musical.

Compositor, arranjador, produtor e empresário de sucesso, ele é um verdadeiro monstro sagrado na indústria do entretenimento. Em seus mais de 60 anos de atividade, detém o recorde de 80 indicações para o Grammy, com 28 prêmios e um Grammy Legend, em reconhecimento à sua carreira.

"Q", como era conhecido, sempre foi um profissional atento e foi um dos primeiros a compreender os movimentos musicais e comportamentais que se formavam durante o início da massificação da imagem e do som. Com alguns baixos e muitos altos, construiu uma carreira fenomenal: gravou mais de 300 álbuns e 2.900 músicas; fez 51 trilhas de filmes e programas de televisão; foi indicado 79 vezes e ganhou 27 prêmios Grammy; também levou os prêmios Oscar, Emmy e Tony.

Quincy Jones ficou mundialmente conhecido por ao lado do Rei do Pop Michael Jackson, foi o responsável pela produção de três álbuns: Off The Wall, em 1979, Thriller, em 1983, e Bad, em 1987. Apenas no ano do lançamento, Thriller vendeu mais de 20 milhões de cópias. O músico também produziu “We Are The World”, projeto que reuniu diversas estrelas em 1985 com a intenção de arrecadas fundos para a luta contra a pobreza na África. Além de Michael Jackson, participaram artistas como Lionel Richie, Bruce Springsteen, Cindy Lauper, Stevie Wonder, Bob Dylan e Billy Joel.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Alegria, alegria

Seu estava feliz.

Sua casa estava debaixo d'água e não havia luz.

O atual prefeito não cuidou da manutenção do sistema de drenagem da cidade e veio as chuvas e sua casa acabou debaixo d'água.

A empresa privada de energia não tinha gente suficiente para fazer a manutenção da rede e por isso estava trabalhando primeiro nas áreas mais ricas da cidade. Não tinha luz havia uns 4 dias.

Também não ia jantar hoje. Nem ele, nem a esposa e nem os filhos, pois a prefeitura havia mandado recolher sua barraca de camelô.

As dores na costela estavam diminuindo.
Tinha levado uns bons socos dos policiais ao tentar explicar que sua barraca era a única fonte de renda.

Mas não havia problema, ele ainda sim estava feliz.

E o motivo era simples: ele havia ajudado a derrotar o PT.

Votou no atual prefeito que ajudou a reeleger e impediu a vitória do PT.

Seu estava feliz.

Estava sem luz, estava debaixo d'água, estava com fome e com dores, e já estava irritado com o choro de fome das crianças, mas ainda assim estava feliz.

Estava livre do comunismo. Estava livre do PT.

Isso que é ser feliz.


Texto de
Tarciso Tertuliano