sexta-feira, 23 de maio de 2025

Justiça para Dilma Rousseff

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu, na quinta (22), anistia política  ex-presidente Dilma Rousseff em razão das violações sofridas durante a ditadura militar

Os conselheiros também foram favoráveis ao pagamento de uma indenização de R$ 100 mil, em prestação única.




Carnabet, o Carnaval do Tigrinho

E a rainha dos Tigrinhos substituirá a eterna musa Onça na Grande Rio.

Se falarmos a curto prazo e a tamanha viralização nas redes sociais, é uma proporção imensa. Sabemos que o Carnaval está passando por uma transformação, vide a renovação do quadro da Liesa. Mas até que ponto vale a pena capitalizar o espetáculo às custas da desgraça alheia?

Pelo que vemos os relatos (e não são poucos), pessoas perdendo milhares de reais e outras até cometendo suicídio.

Vale a pena o Carnaval do Rio de Janeiro se associar a este tipo de vandalismo eletrônico, ou já estava ligada e só percebemos agora com a entrada de uma influencer famosa?

Dinheiro na mão é vendaval”, como diz a lenda Paulinho da Viola.

sábado, 17 de maio de 2025

A Literatura que me salvou (quase)

Outro dia, estava arrumando meus livros e pensei: quantos deles me mantiveram viva sem nem saber?

Não estou falando de romances fofos, nem de aventuras épicas. Estou falando daquela literatura estranha, escura, que dói quando a gente lê.

Aquele tipo de livro que não conforta, mas que entende. Que não tenta consertar você, só te oferece uma cadeira ao lado e diz: senta aqui, eu também já não vi sentido em nada.

A literatura de cura — se é que a gente pode chamar assim — não é feita por quem está bem. Ela nasce da beira. Da beira da cama, da beira da sanidade, da beira do mundo.

Vem de quem escreve porque não tem mais onde pôr a dor, e a dor precisa sair por algum lugar.

Não é um gênero oficial, ninguém vai encontrar uma estante com esse nome na livraria. Mas ela existe — e como existe. É um estilo que escapa das categorias rígidas. É prosa, é poesia, é diário, é confissão, é lampejo. Às vezes, tudo isso junto. É literatura escrita a partir da dor, não sobre ela. E isso faz toda a diferença.

Eu descobri esses textos como quem encontra um esconderijo. Eram palavras pesadas, sinceras, cheias de falhas e pausas. Palavras que não tentavam fingir que tudo ia ficar bem — e, curiosamente, foi isso que mais me acalmou. Porque a pior solidão é pensar que só você sente esse buraco no peito, esse cansaço sem nome, essa vontade de desaparecer sem barulho.

Esses livros, essas vozes anônimas escritas em páginas impressas, nunca me prometeram a cura. E talvez seja por isso que funcionaram. Porque a cura, se vem, vem devagar, por migalhas. Um parágrafo que faz sentido. Uma frase que diz exatamente o que você nunca conseguiu explicar. Uma personagem que também tem medo de se olhar no espelho.

A literatura de cura não resolve a dor — ela divide. E só quem já esteve quebrado sabe o alívio que é não carregar tudo sozinho.

Hoje, ainda escrevo às vezes. Não porque esteja curada. Mas porque aprendi que, quando a dor vira palavra, ela dói um pouco menos. E leio também, porque compreendi que a cura, se existe, não é um destino — é um processo. E nesse processo, a literatura é um dos caminhos que me dá chão. Ou ao menos, palavras suficientes para não cair. E se, no meio desse processo, alguém ler o que escrevi e sentir o mesmo alívio que um dia senti... então talvez, só talvez, a gente esteja salvando uns aos outros, um pedaço de cada vez. 

Se eu pudesse escrever tudo numa rede social, nem assim eu o faria. Mas depois de alguns dias de reflexão, principalmente depois dessa semana em que minha filha precisou de mim e pela primeira vez eu não tive forças de me levantar por ela, lembrei do porque escolhi ter minha família ao meu lado.

 Lembrei da pessoa que eu era antes de entrar para o Serviço Público. Decidi que preciso dela de volta. Por todos nós.

 Então, se eu começar a fazer ou disser coisas que algumas pessoas talvez não estejam acostumadas, não é que eu enlouqueci. É que eu cresci. Acontece as vezes. E quando acontece, eu saio cortando tudo na lâmina. Mas não falo de ferir o corpo — falo de outra lâmina. 

Uma mais fina, mais silenciosa, que corta por dentro: a palavra.

A coragem de dizer, com todas as letras. A raiva que eu não disse. O luto que eu fingi engolir. O cansaço que sorri por cima. A sensação de não caber. De não ser o bastante. De não ter saída. Como quem entende, finalmente, que esconder a dor só faz com que ela apodreça. O que não digo apodrece. O que engulo vira nó. O que escondo cria raiz no escuro. Então eu abro.

Com a caneta, com os dedos, com o grito mudo.

E deixo escorrer.

Deixo sair.

Cada frase: um rasgo. Cada verso: uma ferida limpa. Cada ponto final: um fio de cura.

E no fim, estou viva. 

Mais viva do que antes do corte.

Se você chegou até aqui, espero que esse desabafo também te cure um pouquinho.


TEXTO DE:

CORA DESCORADA

Cora Descorada é mulher, mãe, mas não é tão mulher assim pois tem bigode (e quem já teve vó, save que com muljer de bigode nem o diabo pode), é pensadora, mas não feminista que é para não ser taxada de histérica e acavar não sendo lida.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

UOL dá voz a safado mentiroso

O portal de notícias UOL, realizou uma entrevista com o ex-presidente mandrião Bolsonaro.

A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Josias de Souza e Carla Araujo.

Foi um festival de mentiras.

Chega a dar ânsia de vômito, ver esse vagabundo novamente mentindo sobre eleições e urnas.

Novamente mentindo que ele será candidato em 2026.

E fazendo um ataque covarde as vacinas e cometendo crime contra a saúde pública.

É de se admirar que nenhum partido, entidade, Ong, ou qualquer diabo que seja, acione a justiça para que o Portal seja responsabilizado pelo ataque do crápula à saúde pública.

O mínimo que o UOL deveria fazer é na mesma página da entrevista colovar em letras garrafais uma errata desmentindo o safado.

Entrevista irresponsável e crimonosa.

Quando pesoas vierem a morer por se recusar a tomar vacina, lembrem que o UOL contribuiu para o crime contra a saúde pública dando voz a esse charlatão.

Quanto ao ex-presidente, posso dizer: nenhuma mentira de sua parte o livrará da cadeia.

Pepe Mujica

ADEUS ESPERADO

E Pepe Mujica partiu. Um homem simples, defendia a democracia na raça e era um defensor da humanidade.

Foi embora sem alarde, da maneira que havia avisado com antecedência.

Num mundo onde o egoísmo e fanatismo dominados pelo algoritmo, Mujica mostrou que olhar sem julgar as pessoas é um ato de amor; onde o ódio e a ganância que dominam as Big Techs, ele mostrou coragem em ser simplesmente ele mesmo, generosidade e fraternidade com o olhar para o social.

Ficam as lições e se ainda existir força para o olhar ao próximo, quem sabe ainda conseguiremos reverter essa situação de barbarie e imbecilidade que vivemos atualmente.

TEXTO DE:

Thiago Muniz

FAZER O BEM É MAIS IMPORTANTE QUE SER BOM

À essa altura, o mundo todo lamenta a perda de Pepe Mujica. Bem, pelo menos a parte do mundo guiada pela empatia e justiça social.

Numa longa e vertiginosa vida, Pepe lutou, foi preso, torturado, libertado, lutou pela democracia e venceu. Seu maior encanto foi sua simplicidade: era um líder mundial que parecia aquele amigo pra se bater papo num botequim e celebrar a vida. 

Desprezou bens de consumo e teve uma vida simples, que todos mereciam ter. Simples e confortável.

Pepe Mujica é daqueles raros seres humanos que nunca se conformaram em ser apenas bons, mas que precisaram fazer o bem. Fizeram a diferença de verdade, sem deslumbramentos mas de forma genuína. 

Fazer o bem é mais importante do que "apenas" ser bom. Pepe Mujica entendeu isso melhor do que ninguém, e por isso sua partida deixa uma lacuna eterna, uma gigantesca saudade mas também o desejo de conhecer gente assim, de verdade, que não pensa somente em si, mas no outro..

TEXTO DE:

@pauloandel


PARTIDAS

Papa Francisco e Pepe Mujica foram homens diferenciados dentro de um sistema onde os homens são meros números e algorítmos.

Eles olharam para as pessoas como se fossem seres humanos e isso chocou a himanidade. Chocou a igreja, pasmem.

Nasceram em uma época diferente onde o "mais fácil" e o "mais difícil" compartilhavam uma mesma fronteira.

Suas lutas foram contra a desigualdade, cobtra o ódio.

Venceram e perderam na mesma proporção.

Deixaram um legado para as gerações que seguem, mas o ódio gratuito ao ser humano pelo ser humano ainda continua na moda.

A luta continua.

Pepe e Papa ficam como memoriais a serem relembrados e apontados as novas gerações. Entram para o panteão dos nobres guerreiros da humanidade.

TEXTO DE:

Tarciso Tertuliano

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Papa Leão XIV

Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia.
(Santo Agostinho)

Devoto de Santo Agostinho, o cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão XIV. A tão esperada fumaça branca que anuncia a eleição do novo Papa foi expelida da chaminé da capela Sistina, no segundo dia de conclave.

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.

De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.

Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Em seu discurso já como Papa eleito, frisou bastante a palavra sinodal, ou seja, aberto a continuidade do Papa Francisco. Uma Igreja sinodal é uma Igreja relacional onde todo o povo de Deus caminha junto, onde todos, batizados, discípulos, missionários, qualquer que seja a sua vocação e a sua posição, se reencontram na interdependência e na mutualidade.

Durante sua passagem pelo Peru, país altamente católico, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos.

Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar Papa, algo raro na Igreja moderna.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Tarcísio pode evitar enfrentar Lula para não enfrentar Bolsonaro

Valdemar Costa Neto apesar da idade, não está senil. Muito pelo contrário, está muito serelepe, buliçoso, ao menos no que tange bajular Bolsonaro.

Ele repetiu a mentira de que Bolsonaro será o candidato a presidente do Brasil em 2026.

Não será. Bolsonaro está inelegível.

E nada que possa vir a ocorrer em relação a anistia de 8 de janeiro e oitras bobagens, Bolsonaro continuará inelegível.

Ele foi julgado e condenado por abuso de poder político e econômico. E a pena foi inegibilidade. Que fique claro.

Bolsonaro até pode indicar quem vai ser o candidato da direita-nazi, contrariando inclusive a moribunda direita moderada, que ingiu Tarcísio de Freitas, governador carioca/paulista.

Alias, talvez Bolsonaro acabe atrapalhando Tarcísio, pensando mais adiante. Besta completa, esse maltrapilho nunca foi.

Pensem comigo:

Bolsonaro está inelegível até 2030. Tecnicamente ele poderia concorrer a presidência em outubro desse ano.

E se Lula estiver terminando seu segundo mandato, em tese, Bolsonaro não teria um adversário à altura.

Mas se o presidente for Tarcísio, como diabos Bolsonaro o impediria de concorrer a reeleição em 2030?

Por isso, Tarcísio e Bolsonaro em algum momento terão de se enfrentar, não na urna, mas na arena do campo político a que pertencem.

Tarcísio pode abandonar a dispita em 2026, se reeleger em São Paulo, deixar Lula fechar sua carreira em 2030, e então, virar presidente.

Ele pode apostar na provável, mas muito provável mesmo, condenação de Bolsonaro no julgamento da tentativa de golpe de estado quedeu errado.

Tarcísio abriria mão da presidência, mas manteria os votos da bolsolândia.

E é quase improvável que apareça algum nome tanto na direita, quanto na esquerda, que possa bater um candidato da direita-nazi, sem Lula na disputa.

A única chance de Tarcísio enfrentar Lula, é se a condenação de Bolsonaro ocorra antes do ano eleitoral.

E isso não é improvável, já que, o STF já acenou que deseja realizar esse julgamento antes de 2026, para não tumultuar a eleição.

E não se engane, meu amigo. Apesar de o STF estar cumprindo muito bem seu papel no caso da tentativa de golpe, os ministros também preferem o candidato do Mercado Financeiro. E esse se chama Tarcísio.

Inclusive os ministros indicados pelo próprio Bolsonaro e uns que foram indicados pelo próprio Lula.

Brasil não é para amadores, já diziam os antigos...

Deputada Camila Jara é diagnosticada com câncer

Embora eu não seja um dos que votaram em Camila Jara, nas últimas eleições federais, não nosso me privar de reconhecer sua coragem e sua disposição para trabalhar e lutar pelo que acredita.

A jovem deputada de apenas 30 anos, em pouco tempo se destacou como uma das vozes mais fortes do Mato Grosso do Sul. Até quem se encontra em outros espectros políticos, reconhece que ela é uma liderança natural.

No Brasil, todas as vezes que surge uma mulher com força e disposição, ganhando destaque muitas vezes nacional, cria-se o discurso de "liderança fabricada".

"É cria de fulano". Como se uma mulher tivesse de obrigatoriamente receber primeiro uma bênção masculina para se destacar.

A Tabata Amaral é cria do Ciro Gomes, a Paula Fernandes foi revelada pelo Roberto...

E se seguirmos na cantilena, vamos descobrir que Bolsonaro criou Zambelli e Lula criou Dilma e assim por diante.

Independente da ideoligia, do tal "lado político" mulher só caminha se o homem abençoar.

E no caso da Camila, já ouvi: é cria do Vander ( Loubet ), é cria do Zeca ( ex-governador Zeca do PT ).

Amigos, Camila não é cria de ninguém. Talvez seja dos pais, e olhe lá.

Camila é mais que uma força, é uma reação a outras forças contrárias. Ela é uma reação as desigualdades sociais, ela é uma reação à exploração do trabalhador, ela é uma reação ao descado do poder público com as populações vulneráveis, enfim, ela é uma cria da resistência de um povo que vive na sua eterna busca por emancipação total.

Ela é uma guerreira.

E é com esse prefácio todo que sou obrigado a dar a notícia que motivou o texto:

A deputada Camila Jara, revelou que foi diagnosticada com câncer, e pediu licença médica da Câmara.

Ela fez o relato em sua página no Instagram.

Camila contou que descobriu a doença recentemente, quando passou por uma cirurgia de tireoide.

Fica aqui meu total apoio pela recuperação de Camila.

Que nossas orações alcancem o coração de nosso bom Deus, e que sua cura seja concedida.

Força, Camila.


segunda-feira, 5 de maio de 2025

Existe maneira de separar a Obra do Autor?


As recentes mortes de talentos incontestáveis como Nana Caymmi e Vargas Llosa reacendem um antigo debate: a possibilidade da separação entre a obra de um artista e suas ações e posições pessoais.

É possível admirar a obra de um artista de caráter duvidoso?

Ao longo da vida, Vargas Llosa deu uma guinada ideológica impressionante. De eufórico entusiasta da revolução cubana e do socialismo, se tornou defensor ferrenho do liberalismo e símbolo da direita mais truculenta.

A primeira manifestação pública de destaque de Nana Caymmi sobre política foi o apoio à candidatura de José Serra para a presidência da república em 2002. De lá para os dias atuais, se confessou bolsonarista, o que provocou desentendimentos familiares.

Para além de Llosa e Nana, são inúmeros os exemplos de artistas talentosos e com falhas evidentes de caráter: Eric Clapton, nome de destaque mundial na guitarra e no blues-rock, já deu diversas declarações racistas e xenófobas, além de se mostrar um convicto militante antivacina; Astor Piazzolla, um dos maiores gênios da música argentina, fez apresentações na Casa Rosada durante a ditadura militar; Clint Eastwood e Alain Delon, lendas do cinema, já se pronunciaram abertamente apoiando a direita mais conservadora.

Entendo que seja, mais do que possível, recomendável a separação entre a arte e seu criador, caso contrário seriamos tomados de um sectarismo e de um gosto enviesado que limitaria o alcance da arte. 

Afinal de contas, como não se arrepiar frente a "Guernica" por ser obra de um misógino que tratou de forma abusiva e manipuladora diversas de suas companheiras? Como segurar a emoção ao ler "Canto General" por conta de seu autor renegar uma filha com hidrocefalia e fazer declaraçõe abomináveis sobre a criança?

Defendo que quando a arte realmente toca as pessoas, seu autor perde importância - e seus feitos mundanos também. Todavia essa posição possui limites, em especial quando a obra é claramente afetada pela visão reacionária do autor. Monteiro Lobato, por exemplo, contaminou muitos de seus escritos com seu racismo, o que comprometeu seus resultados.

E você, qual sua opinião sobre esse tema?

TEXTO:
Alexandre Périgo

domingo, 4 de maio de 2025

Câmara deve ficar maior e "Anistieiros" não trancam essa pauta safada

A Câmara dos Deputados deve votar na segunda (5 de maio), um requerimento para acelerar a análise de um projeto que amplia o número de deputados federais.

O texto é uma resposta à determinação do STF para que o Congresso atualize a distribuição de cadeiras com base nos dados do ultimo Censo, realizado pelo IBGE em 2022. A decisão do Supremo, porém, determina que o número de cadeiras na Casa seja mantida: 513.

Isso significaria que alguns estados ganhariam deputados enquanto outros perderiam cadeiras.

Setores da Câmara discordam e temem perda de capital político com a redução de algumas bancadas, pois sete estados sofreriam redução.

O texto original da proposta que é da deputada Dani Cunha (União-RJ), inflaria a Câmara e invalidaria os dados do Censo de 2022 como critério de atualização das bancadas.

Para justificar a proposta, deputados alegam que o relatório do IBGE é inconsistente.

A ideia é ampliar para 527 cadeiras, com a alegação de que isso não ampliaria os custos da Casa. O que de acordo com avaliação de técnicos da Câmara é impossível.

Eles alegam que redução de salários ou diminuição de benefícios é impossível, e portanto, não haveria maneira de ampliar o número de deputados sem gerar despesas.

É bom lembrar que essa caterva prega a diminuição de Ministérios no Poder Executivo, mas quer ampliar o número de deputados contrariando os dados.

Outro fato a ser lembrado é: se os dados do IBGE em tese não valem, o que impede que milhares de prefeituras entrem com pedidos de revisão orçamentária?

Resumindo, os deputados tal qual garotos mimados querem ignorar a realidade. Querem mudar os fatos e se benficiarem em detrimento do resto do país.

Nessa hora a bancada da aniatia não quer trancar a pauta, não é mesmo?

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Feliz Dia do Trabalhador! Uma Dádiva Deformada Na Era Moderna Para a Exploração!

Hoje é dia do Trabalhador, 1° de Maio! 

A data foi escolhida pelo II Congresso da Segunda Internacional (1889) em Paris por socialistas e sindicalistas como homenagem a Revolta de Haymarket em Chicago (1886), onde milhares de trabalhadores se confrontaram a polícia (muitos presos e assassinados) por melhores condições de trabalho (jornada de 8 horas e demais direitos).

No Brasil, é no governo de Arthur Bernades (quase uma década depois da greve geral de 1917 no país) que é adotado como feriado.

Trata-se de uma data bonita, pois retoma a força de uma classe massacrada pelo capital em suas diversas representações, seja nas diferentes funções, ou na sua própria etimologia herdada da antiguidade greco-romana e do medievo, onde o trabalho é visto como algo inferior, segundo o latim vulgar "tripaliare", tortura. 

Marx, em "O Capital", entendeu que o trabalho constrói o próprio ser humano e a natureza, uma ontologia do ser social, mas que o Capital inovou ao deformá-lo quando introduziu a exploração via venda da força de trabalho, sem romper com esse modelo torturante, de sacrifício, alienado do todo, diferente daquilo que os povos indígenas e africanos pregam, a relação intrínseca e harmoniosa com a natureza e a vida, algo que transforma e é transformador.

Apesar do protestantismo valorizar o trabalho como sacrifício, Jesus, um pedreiro, conforme denuncia a tradução original grega da Bíblia (tekton), construía casas (como seu pai construiu o nosso planeta) entende o mesmo além desse aspecto, do sacrifício.

A começar pela orientação a seus discípulos, a maioria pescadores, onde Jesus traz uma bonita passagem em Lucas quando os orienta a levar a palavra para diferentes regiões sem provisões e apenas dependerem da hospitalidade das pessoas para comer e beber, afinal, para ele, a mensagem espiritual era uma forma de trabalho.

Jesus era crítico aos ricos em várias passagens, mas nessa específica ele ainda reitera, que digno era o "trabalhador que recebe pelo seu trabalho", no caso, a hospitalidade dos novos cristãos convertidos. 

A beleza disso com nosso dia, é que ter direitos em contextos de ataques é indigno a nossa condição e anti-cristão.

Quem retira o direito de um trabalhador, atenta contra a harmonia social e a valorização do ser humano. Num mundo ideal, o trabalhado seria múltiplo em suas vontades (pescador pela manhã, carpinteiro a tarde e leitor a noite), mas estamos distante disso, chegamos a um estágio onde a superexploração só acentua e nos retira força, ampliando doenças nesse mundo face a falta ao deserto de direitos.

Que essa data nos traga reflexões para lutas e que, a exemplo dos discípulos de Cristo, pesquemos homens e mulheres para nossa causa, permeada por uma vida com respeito e acesso ao básico: moradia, saúde, educação, lazer e tudo mais que um trabalhador merece.


TEXTO DE:
Felipe Duque
Coordenador Geral do Sepe Valença 
Doutor em Educação 
Professor da Rede Básica (Valença e RJ)