Iludem-se os que acreditam que Jair Bolsonaro só tem adeptos entre a meia dúzia que vai vê-lo quando ele sai de casa para, digamos, trabalhar.
Pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, grileiros e incendiários infiltrados na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica, nos manguezais, restingas, dunas, terras indígenas e quaisquer santuários que possam ser destruídos e enriquecer amigos. Ex-cupinchas da velha política, sempre prontos a ser comprados.
Profissionais das bancadas do boi, da bala e da Bíblia. Assessores de gabinete dispostos a ceder 80% de seus salários pagos com dinheiro público, lavá-los e depositá-los nas contas de seus familiares.
Formadores de quadrilha, praticantes de peculato e operadores de esquemas, investigados, denunciados ou réus em ações judiciais. Juízes complacentes e advogados corruptos. Lobistas diversos, íntimos do 01, 02 e 03.
Militares ideológicos, fãs confessos de tirturadores, ou apenas oportunistas, a fim de cargos no governo. PMs expulsos, delegados venais, chefes de milícias e matadores de aluguel, presos ou foragidos.
Fabricantes de armas e "colecionadores" das ditas.
Pastores evangélicos, animadores de televisão, cantores sertanejos e promotores de rodeio, todos felizes beneficiários das novas mamatas.
Negacionistas, homofóbicos, terraplanistas, camelôs de cloroquina, disparadores de fake news, linchadores virtuais, incineradores de livros, fascistas assumidos e odiadores por atacado.
E uma vasta alcateia de bolsonaros, composta de filhos, mulheres, ex-mulheres, mães, noras e aliados do presidente, dedicados a vultosas transações com dinheiro vivo e sem explicação contábil, às vezes trasportado entre as nádegas.
ADAPTAÇÃO DO TEXTO DE 2020 DE:
Ruy Castro
Jornalista, escritor, autor das biografias de Carmem Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
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