“…Vai partir, vai que é sua Taffarel, partiu, bateu…Acabou, ababou! É tetra! É tetra! É tetra! O Brasil é tetracampeão mundial de futebol…”
(Galvão Bueno)
Faz 31 anos da conquista do tetracampeonato mundial de futebol pela seleção brasileira; apesar dos pesares do comando da CBF, ainda podíamos chamar de seleção brasileira, e não seleção de empresários. Tínhamos orgulho de assistir a seleção jogar, mesmo que fosse um mero amistoso contra um país inofensivo esportivamente; mas dava prazer em assistir.
E isso com um tabu de 24 anos sem títulos, o último tinha sido a épica seleção de 1970. A de 1994 não era épica, mas tinha disciplina tática, o que para muitos “entendedores” da época achavam uma seleção chata, burocrática, sem sal. Mas era uma seleção unida, que entrava em cada jogo com as mãos dadas, rito iniciado ainda nas eliminatórias da Copa antes da goleada em cima da Bolívia depois do vexame da derrota em La Paz. Ali foi a virada de chave para uma equipe vencedora. E ali ainda não tinha no elenco o que seria o protagonista principal para o tetra: Romário.
Parreira e Zagallo eram relutantes em convocá-lo; o consideravam rebelde demais e que poderia contaminar o resto do elenco. Mas a pressão popular e da opinião pública foram maiores e ele foi convocado para a última partida contra o Uruguai. O próprio Romário já declarou que esse jogo ele considera uma das maiores performances de toda a carreira dele. Dois lindos gols dele sobre a Celeste e a seleção partiu para os EUA mais confiante.
O resto é história, e das boas. Com direito a risos, polêmicas, dramas, recomeços e ressurgimentos.
E na final como em 1970, Brasil e Itália. Ninguém lembrava de 70, mas sim da tragédia do Sarriá em 82. Isso não afetou em nada os jogadores brasileiros. Foram 90 minutos mais 30 da prorrogação de puro sofrimento.
O Brasil jogou melhor no somatório geral mas talvez pelo nervosismo do tabu não soube ter sabedoria em finalizar com gols, até Romário perdeu os dele. Veio os pênaltis, e como disse Roberto Baggio numa entrevista há algum tempo, o chute dele para fora teve a ajuda do Senna, falecido ironicamente dentro do território italiano dois meses antes.
E não foi à toa que os jogadores o homenagearam com duas faixas pois meses antes a seleção havia se encontrado com Senna e ambos haviam prometidos conquistarem o tetra, a seleção pelo futebol e Senna na F1.
TEXTO DE:
Thiago Muniz
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