sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Renascer

SUL DA BAHIA, década de 1970

O sujeito se encontra com uma mão na frente e outra atrás; cheio de barro com lama em suas mãos, tenta ganhar a sua vida plantando cacau arrendando uma grande fazenda de uma viúva de fazendeiro assassinado.

Como não é patente alta e nem nasceu herdeiro, gera discórdia e ódio em seus fazendeiros vizinhos.

Seguindo os conselhos de sua governanta/guru, se embrenha no meio do mato e finca um facão dentro de um jequitibá-rei fazendo um pacto de corpo fechado.

Nesse meio tempo é vítima de uma armadilha de capatazes onde arrancam toda a pele de seu corpo e fica na mata em carne viva esperando seu fim.

Num clima de luz e música surge um libanês que o encontra e o costura todo salvando da morte.

Tempos depois numa feira popular ele compra uma garrafa com uma diabo dentro, onde ele faz um pacto de proteção.

Nisso ele já se encontra como coronel fazendeiro mas sente a barreira da solidão.

Num dia de festa do boi, se apaixona por uma moça pura e santa, porém seu pai não aprova a relação, mesmo assim ele insiste; tempos adiante eles se casam.

Tem filhos, mas durante o nascimento do quarto sua esposa-santa vem a falecer fazendo a sua vida enlouquecer de solidão. O tempo passa, sua obsessão eterna pelo seu amor o consome punindo seus filhos a viverem sem ele praticamente.

Dinheiro, terras e fama não lhe faltam, mas o tempo vai passando e em paralelo o pacto com a natureza e com o Cramulhão vão encerrando, fazendo com que nem a sua governanta-guru consiga mais nada em seu favor.

Mas com a vida ele vai amadurecendo a ideia de encerrar se ciclo na vida terrena.

Essa é a minha leitura de Renascer.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

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