Abertura e acusações
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A sessão teve início às 9h e foi aberta pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, que leu o relatório da ação penal nº 2668, detalhando todo o caminho processual desde a investigação até as alegações finais.
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Em seu discurso, Moraes destacou que o julgamento resistirá a “pressões internas ou externas”, reforçando a defesa da soberania e da democracia brasileira.
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que depoimentos, documentos e registros comprovam que
Bolsonaroliderou uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Segundo Gonet, as ações incluíram convocar militares, espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral e incitar os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Réus e acusações
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Além de
Bolsonaro, também são réus sete ex-altos cargos civis e militares — incluindo Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Mauro Cid — acusados pelos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. -
Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, teve parte das acusações suspensas e responde a apenas três dos cinco crimes.
Defesa dos réus
Após o intervalo para o almoço, as defesas se manifestaram:
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Mauro Cid: Defesa defendeu a validade da delação premiada e negou ter sido coagido, ressaltando que Cid perdeu a carreira e que não há provas concretas vinculando-o ao golpe.
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Alexandre Ramagem: Defesa afirmou que ele apenas “compilava pensamentos do presidente” e negou envolvimento em espionagem a ministros do STF.
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Almir Garnier: Defesa negou que o almirante tenha colocado tropas à disposição de um golpe e contestou a existência de reunião golpista com
Bolsonaro. -
Anderson Torres: Defesa ironizou a “minuta do golpe” apreendida pela PF, chamando-a de “minuta do Google” e sem valor prático.
Encerramento e próximos passos
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A sessão foi suspensa por volta das 17h55 e será retomada nesta quarta-feira (3/9), a partir das 9h.
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Estão previstas oito sessões ao todo, distribuídas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A fase de votação, que definirá absolvição ou condenação, ocorrerá nas próximas sessões.
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As penas em caso de condenação podem ultrapassar 30 anos de prisão!