Foi o momento em que o script ruiu. A bolha ideológica acordou sem saber se queimava fotos ou erguia altares. Afinal, como atacar o ex-metalúrgico por dialogar com o homem que Jair Bolsonaro tratava quase como um santo de terno e gravata?
Os influenciadores de ultradireita (aqueles que vivem de gritar “comunista!” a cada sílaba de Lula) passaram o dia em busca de um novo adjetivo. Não acharam. Ficaram sem inimigo.
Porque, convenhamos, se o líder da esquerda brasileira e o empresário ícone do conservadorismo americano conseguem se sentar e conversar civilizadamente, o que sobra da narrativa apocalíptica de que o PT quer transformar o Brasil numa Venezuela tropical?
A verdade é que o gesto de Lula foi político, inteligente e para desespero dos adversários, eficaz.
Mostra que o presidente brasileiro se move com desenvoltura no tabuleiro internacional, enquanto a oposição interna insiste em jogar damas num mundo de xadrez.
Lula sabe que o poder não se exerce apenas com ideologia, mas com pragmatismo. E, ironia das ironias, esse pragmatismo — tão demonizado pelos mesmos que agora se calam — foi o que sempre distinguiu os grandes líderes. O Brasil precisa de pontes, não de trincheiras.
Mas a ala bolsonarista, órfã de argumentos, tenta fingir que nada aconteceu. No fundo, sofre com um dilema existencial: se Lula está se aproximando de Trump, com quem eles vão brigar? Vão chamar o próprio Trump de petista?
Enquanto isso, as pesquisas mostram Lula em ascensão, mesmo sob o bombardeio diário da oposição e a tradicional má vontade de setores da imprensa, que fingem neutralidade enquanto torcem pela ruína do governo.
Não é novidade, parte da mídia brasileira tem dificuldade em lidar com o sucesso de Lula. Afinal, ele desafia o dogma de que só tecnocratas bem-nascidos podem governar.
No fim, o encontro com Trump serviu como espelho: mostrou quem tem visão de estadista e quem vive de ressentimento. Lula, mais uma vez, mostrou que sabe jogar o jogo grande. E os que apostaram em sua queda ficaram, mais uma vez, sem saber para que lado correr.
No tabuleiro político, o rei segue de pé, e, ao que tudo indica, avançando casas enquanto a oposição continua discutindo as regras.

 
 
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