PARTE 1
A manobra do governo do Rio de Janeiro na data de hoje não teve nada a ver com segurança pública. Mas sim com política, poder e neo-coronelismo.
Política, porque em diversas dimensões, foi a antecipação de disputas eleitorais de 2026.
Poder, porque se trata, antes de tudo, de uma demonstração de força.
Neo-coronelista, porque tem como finalidade a consolidação de novos currais eleitorais dominados pela violência armada como sustentáculo de um sistema político que não é particular do RJ do século XXI, mas que nessas terras, se demonstra com extrema crueza para quem sabe observar.
Em uma dimensão, o governo do RJ entra em colisão com o Governo Federal, com massiva mobilização de seu aparato militar próprio, jogando o caos gerado pela operação na conta da falta de apoio do ente superior.
Em outra medida, assegura-se novos mercados lucrativos para narcoquadrilhas e milicianos que encontram na extrema-direita, no RJ, especialmente no PL, sua representação política.
E, finalmente, funciona triplamente de um ponto de vista eleitoral: as imagens como propaganda para os já convertidos, o caos como fator legitimador de certos discursos a partir do medo, e de forma objetiva, a captura de novos territórios que, sob terror armado, tem seus direitos políticos cerceados.
Existem diversos grupos, páginas, e reprodutores de conteúdos que se associam na intenção de formar uma narrativa na qual, a partir do medo e do choque com o caos, a visão de mundo da extrema-direita se torne palatável.
Não para as pessoas em zonas conflagradas e dominadas, pois a lógica funciona de sorte que estes já vivem um estado de exceção autoritário não importando qual grupo armado domine a região, mas para as pessoas ricas e de classe média, que assistem e legitimam tudo de eleição em eleição.
PARTE 2
Enquanto isso, surpreendendo um total de zero pessoas, a mídia hegemônica cumpre um papel legitimador de todo o processo.
Da mesma forma que o fez durante o processo de implantação das UPPs.
Cumpre notar, porém, o fenômeno da desinformação proposital e operação de guerra psicológica, tanto por parte de grupos criminosos quanto por parte do próprio governo do RJ.
Existem diversos grupos, páginas, e reprodutores de conteúdos que se associam na intenção de formar uma narrativa na qual, a partir do medo e do choque com o caos, a visão de mundo da extrema-direita se torne palatável.
Não para as pessoas em zonas conflagradas e dominadas, pois a lógica funciona de sorte que estes já vivem um estado de exceção autoritário não importando qual grupo armado domine a região, mas para as pessoas ricas e de classe média, que assistem e legitimam tudo de eleição em eleição. 
Essa tragédia política neo-coronelista do Estado do Rio de Janeiro, que lembraria a qualquer um da República Oligárquica, se desenhou a partir da morte do Brizolismo como força política organizada, e com a sabotagem e destruição do projeto dos CIEPs e do socialismo moreno fluminense.
TEXTO DE:
Daniel Albuquerque Abramo
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