Oh! Os delírios políticos que beiram o humor e a loucura de mãos dadas com o orgulho da burrice natural.
A deputada Juliana Zanata (confunde cultura infantil com doutrinação marxista) acaba de descobrir, em sua missão divina contra o comunismo, um novo inimigo da liberdade: a Galinha Pintadinha.
Sim, ela mesma, a cantora de “Borboletinha”, é suspeita de integrar uma célula do PSOL.
Aparentemente, entre um vídeo colorido e outro de animação para bebês, a parlamentar enxergou não um projeto pedagógico de entretenimento, mas um plano gramsciano para infiltrar a foice e o martelo nos berçários.
Talvez imagine que, por trás do galo Carijó e do pintinho amarelinho, se esconda um comitê revolucionário.
A cena seria cômica, não fosse trágica. O problema não é rir, é chorar pela pobreza intelectual de quem ocupa uma cadeira pública e confunde educação com ideologia e infância com ameaça.
E pensar que, se fosse coerente, a deputada deveria também declarar guerra à Mafalda, a personagem de Quino que, fazia críticas sociais consistentes, com um humor corrosivo e uma visão progressista do mundo.
Mafalda ser considerada uma personagem de esquerda humanista, com fortes tendências socialistas democráticas, embora o próprio Quino rejeitasse rótulos partidários.
Mas não: Mafalda é leitura demais.
E leitura dá trabalho. É muito mais fácil inventar comunismo na Galinha Pintadinha do que enfrentar as contradições reais do país.
É o anticomunismo de pelúcia, o espantalho ideológico que transforma qualquer coisa minimamente racional em “ameaça à família tradicional”.
Juliana Zanata parece representar a nova geração de cruzados do ridículo, do grotesco, aqueles que, sem compreender o mínimo de história ou política, veem Karl Marx escondido atrás de cada desenho animado.
Amanhã, quem sabe, acusarão o Pequeno Príncipe de socialista utópico, o Sítio do Picapau Amarelo de leninista e a Turma da Mônica de bolivariana.
Enquanto isso, o Brasil real,o das escolas precárias, dos hospitais lotados, da fome e da ignorância,segue esquecido.
A Galinha Pintadinha canta, as crianças riem, e certos políticos, em seu desespero por relevância, cacarejam ideologia onde só há inocência.
No fim, talvez o único traço de socialismo nessa história seja o da própria deputada, que insiste em dividir a ignorância coletivamente com todo o país.
Finalmente, explicado porque tantas flores na cabeça da deputada, o adubo abundante que povoa o interior do seu crânio.
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