sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Chinelo de Lula comprado nas Americanas preocupa Mercado Financeiro

 

O Mercado Financeiro recebeu uma notícia que deveria ter deixado todos os operadores do sistema financeiro completamente desesperados e preocupados quanto ao futuro econômico do país: a crise bilionária da Americanas. Porém, o Mercado continua em um silêncio contemplativo, sem esboçar nenhum chilique, faniquito ou fricote por menor que seja.

Talvez se o título das matérias que saíram nos jornais fossem: "Lula compra chinelo nas Americanas antes do anuncio de quebra", ou "Lula se preocupa com perda de emprego de funcionários das Americanas", o Mercado pularia da sua cadeira almofadada.

O Mercado prefere continuar preocupado com a fixação do atual presidente Lula em falar sobre o tal de "social".

Ora, afinal, uma crise que afeta varejistas, bancos, investidores, companhias parceiras, funcionários, clientes, e outros tantos, não preocupa tanto quanto a possibilidade de o governo gastar algum dinheiro alimentando pobres.

A descoberta de R$ 20 bilhões em inconsistências financeiras no balanço das Americanas, custou muito caro aos bolsos dos três sócios do 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os sócios são acionistas na AB inBev (maior cervejaria do mundo), na fabricantes Kraft Heinz (fabricante de alimentos) e na rede de restaurantes Restaurants Brands International (dona da rede Burger King).

Desde o dia 11 de janeiro até agora, o prejuízo de valor de mercado dos negócios destes três celebrados homens de negócios chega a casa dos R$ 60 bilhões, considerando a variação de valor de todas as empresas em que eles surgem como sócios.

O silêncio do Mercado é um reflexo do apreço muito grande pela forma de gestão do 3G Capital. Seu modelo faz sucesso com o Mercado pois se baseia em redução máxima de gastos, busca por ganhos em eficiência com metas agressivas e crescimento por aquisições.

*LEIA-SE:
- Redução máxima de gatos = salários miseráveis, exploração da mão de obra e condições de trabalho análogas a escravidão.
- Ganhos em Eficiência com metas agressivas = mais exploração de mão de obra, acrescida de assédio moral e psicológico.
- Crescimento por Aquisições = especulação financeira e imobiliária e concorrência desleal.

O que preocupa o Mercado não é a possibilidade mais que real de uma fraude bilionária praticada pelo grupo desse trio idolatrado do mundo dos negócios. Afinal, esta crise pode ser superada facilmente fazendo o mesmo que eles já vem fazendo: explorando um pouco mais sua mão de obra. Nada que umas demissões aqui e ali, com triplicação de carga de trabalho para aqueles que serão contemplados com a permanecia nos empregos, não resolva.

Se tiver que rolar uma ajudinha do "governo populista" da vez, em forma de perdões ali, incentivos fiscais aqui e desonerações acolá, sem problema.

Mas, tudo dentro do maior rigor fiscal, não é mesmo?

Até por isso, o Mercado não pode amolecer com o atual governo e sua sanha pelo "social". Estamos falando do mundo liberal, e nele a meritocracia é peça chave.

Afinal, quem já fez mais pelo país: Lemman, Telles e Sicupira ou os pobres?

Caso sua resposta seja a que eu estou pensando, não esqueça de somar fraude, aos itens que provavelmente você vai citar para justificar sua resposta.


TEXTO DE:
TARCISO TERTULIANO, que pede desculpas se ofendeu algum operador financeiro melindroso.

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