sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Um olho no governo Lula e outro em 2026

 

De olho em 2026, a imprensa hegemônica que sempre atou como porta voz dos representantes do Mercado Financeiro, já iniciam tentativas de emplacar uma narrativa de terra arrasada no governo Lula, antes mesmo de o governo começar.

A cada fala de Lula, uma tempestade. Os analistas de economia de todas as TVs, revistas e grandes sites, sempre "liberais" até o tutano do osso, ficam histéricos. A grande ação do governo que ocorreu antes mesmo da posse, foi negociar com o Congresso uma PEC para além de garantir o auxílio Bolsa Família no valor de R$ 600,00 e reajuste do salário mínimo, como também pagar contas do governo anterior, que deixou a economia nacional em frangalhos ao entrega-la nas mãos do ignóbil chamado Paulo Guedes. Os analistas não queriam que o Bolsa Família fosse colocado fora do teto de gastos, pois afinal, eles não se importam com quem está passando fome, eles se importam com superávits.

Aliás a única coisa que o antigo governo tem para se gabar, é de ter tido superávit primário positivo. E o Mercado comemorou como se fosse o ápice da existência da raça humana.

O que Mercado e Governo não disseram, é que para ter o superávit primário positivo, contas foram deixadas de lado. Cortes absurdos na saúde, na educação, foram deixando o povo ao "Deus dará".

Para que ficar mais fácil de entender, é o mesmo que você deixar de pagar sua conta de luz, água, aluguel, e dizer que economizou dinheiro este mês.

Mas afinal, o que tem toda essa histeria haver com 2026?

Hora, se Lula realizar um bom governo (para o povo, não para o Mercado, óbvio), existe uma forte possibilidade de se emplacar um sucessor. E é muito provável que o sucessor seja Fernando Haddad, que inclusive foi candidato em 2018, com a ausência de Lula.

O preferido da imprensa hegemônica é ninguém menos que o ex-juiz incompetente e suspeito, Sérgio Moro, que hoje é senador. Porém, a imprensa já descobriu que emplacar o nome desta criatura desprovida de caráter, é praticamente impossível. Uma coisa é se eleger senador no Paraná (capital da República de Curitiba), outra coisa é ser eleito presidente do país, passando por cima do Nordeste.

Imprensa e Mercado, temem a escalada de Tarcísio de Freitas (atual governador de São Paulo) ou do também senador Hamilton Mourão. Eles temem repetir o mesmo erro de deixar chegar ao comando do país outro Bolsonaro.

Não se enganem, Mourão, Tarcísio e Moro, são tão fascistas quanto Bolsonaro, com a diferença de que talvez tenham lido um ou outro livro, coisa que Bolsonaro jamais fez. Se bem que é difícil que Moro tenha entendido qualquer livro que tenha lido.

Os canhões estarão voltados para Fernando Haddad e Simone Tebet. Os dois serão criticados, atacados tanto quanto possível. Analistas já tentam emplacar a narrativa de que os dois se estranham.

A cada erro, por mínimo que seja, estarão todos prontos para a histeria que não existiu em nenhum momento no governo Bolsonaro, nem mesmo enquanto morriam milhares de pessoas por dia, durante a pandemia, enquanto o presidente se fazia de doido, e praticava crimes de charlatanismo e contra a saúde pública diariamente, debaixo do nariz de todos aqueles que seriam responsáveis por impedir (leia-se Augusto Aras e Congresso). Ou quando o presidente simplesmente explodiu o teto de gastos diversas vezes. Ou quando o governo passou parte do orçamento para o Congresso, pavimentando a orgia sórdida que se tornou o esquema das emendas de relator (apelidado vulgarmente de orçamento secreto).

Exatamente aí, entra a grande cartada de Lula: a escolha de Geraldo Alckmin para ocupar a vice presidência e também assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Lula sabe que não foi eleito sozinho, mas por uma frente ampla, que foi construída durante todo o processo eleitoral (mesmo que não de forma subjetiva). Alianças e apoios foram importantes, e Lula está a seu modo, dispondo as peças no tabuleiro na tentativa de construir um governo sólido que possa atender aos seus eleitores, e também deixar mais tranquilos setores que nutrem antipatia natural por ele ou por suas ideias políticas e econômicas.

Alckmin pode ser o fiel da balança.

Haddad sabe disso, Simone sabe disso, o próprio Alckmin sabe disso.

Eles sabem que não podem falhar com Lula, pois isso pode significar falhar consigo mesmo, e acabar por sepultar qualquer chance de tentar a presidência em 2026.

Os cavalos estão no páreo, façam suas apostas.

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