terça-feira, 17 de junho de 2025

A Cascata da Casta para manter castos os seus ganhos

Ontem à noite, um "mantra" materialista foi bradado o tempo todo na Câmara: "chega de impostos!". Isso seduz mas, no caso, engana.

Para defender que não se altere a estrutura tributária e fiscal injusta - onde quem mais ganha menos paga - os deputados da elite "vendem gato por lebre": é MENTIRA que os impostos sobre Operações Financeiras "recaiam sobre toda a sociedade". 

O decreto do governo - cuja "urgência" para ser derrubado foi aprovada por 346 a 97 - afeta, moderadamente, quem tem grandes aplicações ou faz gastos expressivos no exterior - o "andar de cima".

O presidente Hugo Motta, para se contrapor a Haddad, diz que "todos moram no mesmo prédio". Só não diz que as regras do condomínio, que querem inalterada, privilegiam quem mora na cobertura.

Os ultraneoliberais repetem que é preciso "cortar gastos" - isto é, programas sociais, reajuste do salário mínimo e para aposentados/pensionistas, percentuais constitucionais de Educação e Saúde. E "esfregam as mãos": hoje, o Senado deve aprovar o aumento do número de deputados, de 513 para 531!

Cortar isenções bilionárias de empresas (R$ 800 bi este ano), benesses de parlamentares e emendas pouco transparentes (R$ 50 bi), juros e serviços da imensa dívida (R$ 540 bi)? Nem pensar.

Falta sinceridade no debate sobre a necessária Reforma Tributária estrutural. Sobra hipocrisia.

TEXTO DE:
Chico Alencar

domingo, 15 de junho de 2025

(Tris)tirinhas do Nietzsche Tupiniquim

1) A mesma "imprensa" que ataca a ministra Marina Silva por "atrapalhar" o desenvolvimento economico, é a que fica chocada com intenção do Instituto Butantan desmatar mais de 6 mil árvores para ampliar o complexo industrial. Aqui vale a máxima: desmatamento no dos outros é refresco.

2) Brasileros aplaudem ataques de Israel em Gaza, enquanto outros brasileiros aplaudem ataques do Irã contra Israel. Todos dizem ter bons motivos, mas nenhum consegue explicar quais.

3) Esquerda brasileira apoia Rússia comunista, que persegue homossexuais, judeus e cristãos. Direita brasileira apoia Ucrânia nazista que persegue homossexuais, judeus e cristãos.

4) Enquanto isso, o mundo acomapanha o mundial de clubes da Fifa. Aquela que proibiu a Rússia de jogar enquanto faz Copa do Mundo na Arábia Saudita, onde direitos humanos ainda não chegaram.

5) O futebol é contra racismo, homofobia e misoginia, desde que esejam praticados fora do Qatar.

6) Revista Veja diz que Mauro Cid mentiu e que portanto mentias e golpes de Bolsonaro deveriam ser perdoados.

7) Leo Lins se defende da condenação por crimes cometidos em show, atacando Universidades (antros comunistas), e dizendo ser perseguidopela mesma "ditadura do judiciário", responsável por inventar crimes contra Bolsonaro. So não explicou se essa postura reacionária é personagem também.

8) Rafinha Bastos na ânsia de defender o colega de profissão(?), pede prisão de Nazaré Tedesco, personagem de novela.

9) Em depoimento no STF, Bolsonaro perguntou a ministro se poderia contar uma piada. O Ministro na lata devolveu:
"Vai ser sem graça?". O ex-presidente preferiu não contar.

10) Motta não quer IOF, e pede que Governo reduza gastos para que Congresso possa criar projeto para acumular salário e aposentadoria para congressistas. Aqui vale a máxima (correndo risco de soar repetido): reforma estruturante no dos outros é refresco.

11) Não deu tempo de comentar sobre o deputado Nikole Ferreira porque ele saiu correndo daqui.

sábado, 14 de junho de 2025

(Tris)tirinhas do Thiago Muniz

1) O querido Hélio de La Peña, o famoso Chocolate Cumprimenta, não se incomoda com as piadas hostis de Leo Lins. Mas é óbvio que ele não vai se incomodar, ele comprou a alforria dele num dos metros quadrados mais caros do mundo, o Jardim Pernambuco, onde fica a nata da elite carioca.

2) Bolsonaristas decepcionados com Bolsonaro. Alguém achava mesmo que com todos as provas e delações ele iria peitar o STF? Pedir desculpas na audiência é tentar minimizar os danos com a possível prisão. Diminuir a pena para sermos bem claro.

3) Copa do Mundo de Clubes. Não vamos nos iludir com um título de clube brasileiro, mas como estamos no meio da temporada e os clubes europeus estão em final de temporada, pode ser que a parte física comprometa. Um passo de cada vez.

4) O Estado sionista de Israel cada vez mais audaz, desta vez sequestrando o barco da Greta Thumberg em águas internacionais. Isso porque ela não estava armada, era ajuda humanitária aos palestinos. Israel sionista de hoje é a Alemanha nazista de ontem, só falta os campos de concentração. E desta vez é muito mais grave pois os judeus possuem grande parte da influência e do controle bancário e da mídia Ocidental. Tempos tenebrosos. 

5) Carlo Ancelotti na seleção da CBF. Até a Copa acho que será possível ele imprimir um estilo de trabalho próprio, bem ao estilo europeu impondo muita marcação na saída de bola. Resta saber se essa geração “tik tok” de jogadores vai abraçar a ideia de tentar o hexacampeonato mundial, o que não acredito muito. Mas talvez com a volta do Casemiro, homem de confiança de Ancelotti; possa mudar essa mentalidade. Veremos!

6) Odete Roitman vilã? A mulher protege os filhos para não cagarem mais ainda as suas vidas. Afonso é um playboy que só treina e faz palestras sobre sustentabilidade e descobriu que sua família é bilionária graças a quem? A sua mãe! E não se conforma em ter uma namorada que prioriza o trabalho pois não nasceu em berço de ouro, precisa de uma mulher que paparique o ego dele 24 horas por dia. A Heleninha da Paolla Oliveira é uma super mulher inteligente, graças ao bom estudo que foi proporcionada mas não equaliza isso tudo numa independência pessoal, falta uma boa dose de amor próprio e zero álcool.

7) Extrema direita tentou lacrar para cima de Haddad e tomou lindas invertidas de fatos verdadeiros. Mesmo assim acho que será Lula 2026 pois a esquerda ainda não conseguiu se unir da forma que tenha sucessores vorazes.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Bolsonaro, a infâmia da República

Ontem bolsonaro ( todo com minúsculas, pois maiúscula no nome há que merecê-la ) escreveu um dos mais infames capítulos de nossa história. Seu depoimento para Alexandre de Moraes foi um espetáculo dantesco de hipocrisia, mentiras, covardia, desarticulação de ideias e burrice.

Esse monte de esterco ter sido presidente da república é, mais do que uma vergonha, uma calamidade que só poderia msmo acontecer numa democracia de mentirinha, como a nossa, burguesa até a medula, cuja finalidáde é a manutenção dos privilégios dos donos do capital.

Como alguém pode admirar aquele rascunho mal acabado de ser humano? Eu simplesmente não entendo. Quer ser de direita, eu lamento, mas ainda entendo; agora, ser fâ de um saco de esterco com pernas como aquele, aí já é demais pra mim.

TEXTO DE:
Alexandre Périgo

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Trump e suas Trumpices

Donald Trump atua como agitador de multidões que sabe que o caos é seu melhor combustível político. A última cena dessa tragédia repetida como farsa se desenrola em Los Angeles, onde o mandatário decidiu enviar tropas federais para reprimir protestos contra deportações em massa.

Contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom, e das autoridades locais, transformou as ruas da cidade em um palco de seu espetáculo autoritário. Tanques e fuzis estão apontados contra inimigos internos construídos insistentemente nos últimos anos.

Mas não se enganem: isso não é sobre migração. É sobre poder.

Enquanto manifestantes, em sua maioria pacíficos, saíam às ruas para protestar contra operações brutais de deportação, Trump trabalhava duro para vender a narrativa de que Los Angeles estava “invadida por turbas violentas”.

Disparou a repórteres frases de efeito dignas de um filme B: “Ninguém vai cuspir nos nossos policiais. Ninguém vai cuspir nos nossos militares”.

Para ele, quanto mais os protestos escalarem, melhor. Ironicamente, as turbas violentas são suas próprias tropas.

A estratégia é velha conhecida de quem estuda regimes autoritários:
1) Invente um inimigo (no caso, migrantes e quem os defendem);
2) Crie uma ameaça (tratando protestos como insurreição);
3) Ofereça a si mesmo como salvador (enviando tropas para lutar contra a própria população).

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, resumiu: “Esta é uma luta para salvar a civilização”.

A frase, digna de um discurso de Mussolini, revela o projeto em curso.

Não se trata de governar, mas de dominar. Trump não está apenas desrespeitando o governo da Califórnia em uma briga que ajuda a fragmentar a federação. Testa até onde pode ir na erosão da democracia.

A Universidade de Harvard, que vem sofrendo ataques por resistir ao choque autoritário do governo federal, e Los Angeles não são casos isolados, mas laboratórios. Se der certo por lá, a receita será exportada para outras universidades e cidades que ousem resistir.

Enquanto isso, os EUA seguem na direção errada, e o mundo assiste, esperando que o pior não aconteça. Mas o pior já está acontecendo.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

sábado, 7 de junho de 2025

Ódio Performático

Muito se tem falado sobre a condenação do "comediante" Leo Lins e, lendo as publicações, resolvi trazer um pouco do que pensa a filósofa e linguista Judith Butler sobre o que ela chama de discurso de ódio.

Primeiro, precisamos dizer que a condenação é mais que justa, uma vez que ele não foi censurado, ou seja, ele fez seu show e apenas está sendo julgado por coisas que ele mesmo disse.

Porém, como não achamos que a prisão é uma solução inteligente para nenhuma problema, achamos que 8 anos de cadeia não é a melhor medida de punição. Melhor seria que houvesse uma condenação reparativa.

Mas...vamos a Butler.

Na obra Discurso de ódio: uma política do performativo (1997), Butler faz uma reflexão crítica sobre como a linguagem pode ser utilizada como uma ferramenta de violência, opressão e exclusão.

Para ela, a linguagem é performativa e, por isso, ela não só fala sobre a realidade, mas ela constrói, reconstrói, molda, desfaz e refaz a realidade como ela nos aparece.

Partindo desse princípio, uma frase nunca é uma frase. Uma palavra carrega a performatividade histórica a qual ela está atribuída e o contexto no qual ela é explicitada.

Assim, uma frase, que se pretende piada ou não, nesse caso pouco importa, é capaz de escrever, criar ou reconstituir e restabeleces relações de poder, subordinando certos grupos minorizados.

Na prática, como a linguagem molda a realidade social e a identidade dos sujeitos, ela pode causar danos psicológicos, sociais e até físicos.

A palavra INVENTA a violência. A palavra MANTÉM a violência. Mas a palavra também pode RESISTIR À VIOLÊNCIA.

E isso talvez seja o mais importante agora: como as palavras não apenas descrevem, mas também produzem efeitos sociais e políticos, ideia que ela recupera de Michel Foucault, estaria justamente na linguagem o nosso potencial de resistência e ressignificação dentro do próprio discurso.

Disputar, então, significados da linguagem no espaço público é nossa trincheira para um mundo mais justo.

Sigamos.


TEXTO DE:

Luiz Antonio Ribeiro

- editor do Nota

domingo, 1 de junho de 2025

Eulogy

Chegou à Netflix a aguardadíssima sétima temporada de Black Mirror e com ela, Eulogy, episódio que mergulha de cabeça no novelo emaranhado entre tecnologia e lembrança.

O artifício que move a trama é, por si só, de arrepiar: um software capaz de nos colocar dentro de fotografias antigas para que possamos compor um elogio fúnebre à altura de quem partiu. Para Phillip ( Paul Giamatti ), essa porta no tempo tem gosto amargo.

Nas três polaroides que ele escolhe, o rosto da antiga namorada, Carol, foi rasbicada às pressas - uma tentativa infantil e inútil de apagar a dor de quem preferiu rasgar a página em vez de virá-la.

A lente do episódio é quase psicanalítica. Memória não é uma gaveta bem arrumada, é história recontada para que possamos seguir vivendo. Ao reconstruir aqueles cenários riscados, Phillip ressuscita tudo o que havia empurrado para o porão.

O dispositivo age como analista: força o encontro - desconfortável mas, necessário - entre a vontade inconsciente de repetir a perda e o desejo de transformar luto em futuro.

O roteiro frisa que o destino cinzento de Phillip, envelhecendo sozinho numa cidade pequena, não foi castigo do relógio: brotou de decisões minúsculas, de cada conversa adiada, cada foto rasgada em silêncio.

Paul Giamatti carrega tudo isso no corpo. Ele faz dos olhos uma zona de exclusão - raramente encara a lente. Um leve tremor no canto da boca vale mais que paginas de diálogo. E, nos silêncios, sentimos o peso de tudo que não coube em palavras. Quando enfim chega o choro, ele explode como relâmpago.

A direção de Chris Barret e Luke Taylor brinca com a nossa percepção: as fotos começam planas, desbotadas, e de repente as figuras respiram, o grão salta, o obturador estala. É lindo e pertubador - como folhear um álbum de família sabendo que cada página guarda algo que talvez preferíssemos nunca reviver.

Charlie Brooker e Ella Road, os roteiristas, costuram tudo con a melancolia de quem olha para a própria juventude pelo retrovisor. As menórias de verão vibrantes - risadas ecoando na feira, planos ousados para quando ficarmos velhos - batem de frente com ruas vazias, a barbearia fechada, o relógio da praça parado às três e quinze.

Eulogy pergunta: será que a solidão é obra do tempo... ou culpa da nossa covardia diante das encruzilhadas?

Os giros do enredo - a identidade real da Guia, o segredo por trás da foto rasgada - mantêm o coração na garganta. Mas, quando a tela escurece, fica o olhar de Phillip: um pedido de desculpas tardio para o próprio passado. Aprendemos aí: a tecnologia pode reabrir portas, atracessá-las ou não continua sendo só nosso.

Eulogy dispensa consolo fácil. Oferece, em vez disso, um espelho sem retoques. Nele, entendemos que dá para reescrever certas memórias antes que o tenpo as cubra de poeira - mas apenas se tivermos coragem de encará-las de frente.

Black Mirror talvez nunca tenha soado tão profundamebte humano.

TEXTO DE:

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF): Quem mais chia?

O Novo Arcabouço Fiscal (NAF) impõe restrição excessiva ao orçamento público, estrangulando os gastos a 70% da arrecadação. Limita a implementação de novas políticas sociais e a recomposição dos orçamentos perdidos nos governos Temer e Bolsonaro.

O decreto de alteração nas alíquotas do IOF, com a tentativa de ampliar a arrecadação para evitar novos contingenciamentos, revela o empenho da equipe econômica pelo “déficit zero”, mas também visa o funcionamento do Estado para enfrentar os desafios sociais brasileiros.

A medida irá afetar principalmente a parcela mais rica da população, já que o foco foi a ampliação da alíquota em operações (de câmbio, crédito e gasto com cartão) no exterior. 

No entanto, esse tipo de imposto sobre operação financeira, cumulativo (que incide em mais de uma fase da cadeia produtiva), pode representar aumento da alíquota em operações de crédito para empresas do Simples e do MEI, dificultando a vida de pequenos empreendedores. É preciso evitar isso.

O recuo na parte que aumentava alíquota de fundos e investimentos no exterior - e, portanto, pouco afetaria a população mais pobre - mostra a força das demandas da "Faria Lima", dos banqueiros, dos grandes rentistas. Eles querem sempre mais: julgam-se intocáveis!

O caminho para repensar o planejamento econômico exige uma reforma tributária estratégica, que permita o crescimento do investimento público, com uma estrutura tributária que priorize impostos progressivos sobre renda e patrimônio, tributação de grandes fortunas, lucros e dividendos, e a revisão de isenções fiscais - com R$ 554 bilhões de renúncias esse ano! Desde 2024 apresentamos um PL para limitar a farra dessas isenções.

Por outro lado, a Câmara não tem freios para aumentar o número de deputados nem para conter  salários acima do teto constitucional ou para taxar os super ricos. Também se agarra nas emendas parlamentares de R$ 50 bi e pouco transparentes (o que se tenta arrecadar com o IOF, R$ 19 bi, é duas vezes e meia menos). Já cortes no Minha Casa Minha Vida e novo contingenciamento de R$ 31 bilhões são considerados normais...

Ainda estamos longe da verdadeira Justiça Tributária!

TEXTO DE:
Chico Alencar

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Marina Silva é maior que a maioria dos senadores

Ecologia sem luta de classes é jardinagem.
(Chico Mendes)

Marina Silva é uma das mais respeitadas líderes ambientais do mundo. Mulher negra, amazônida, seringueira, referência global na luta pela preservação da vida e da floresta.

Sua trajetória é símbolo de resistência, dignidade e compromisso inabalável com os povos originários e com o futuro do planeta. Ainda assim, em pleno 2025, ela segue sendo alvo de ataques brutais, misóginos e racistas por parte do escrutínio bolsonarista no Senado Federal.

Marina foi interrompida, silenciada, ironizada e desrespeitada por senadores que, mais uma vez, revelaram o ódio à autonomia de uma mulher negra em posição de poder. Após uma série de agressões verbais inaceitáveis, a ministra deixou a sessão com firmeza e dignidade, denunciando a violência política e de gênero que enfrentou diante de todo o país.

Mas Marina não começou ontem. Ao compartilhar uma foto de 1997, no Parque Chico Mendes, no Acre, ela escreveu: “Talvez lembrasse ali do assassinato do Chico, quase dez anos antes, ou de quando o encontrei pela primeira vez, vinte anos antes, e me senti convocada para o mesmo compromisso ao ouvi-lo falar em defesa da floresta... As datas são pontos de referência numa luta que é contínua e, para mim, já se estende por mais de quatro décadas.” São mais de quarenta anos de caminhada, enfrentando o desmatamento, o autoritarismo, o preconceito e a destruição — sempre com a coragem de quem se comprometeu com a vida. E segue lutando. O que está em jogo não é apenas sua honra, mas o direito das mulheres — especialmente as negras — de ocuparem espaços de poder, a integridade das instituições democráticas e a luta por um Brasil que respeite a floresta e quem a defende com coragem e verdade.

Marina Silva merece respeito!

TEXTO DE:
Thiago Muniz

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Justiça para Dilma Rousseff

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu, na quinta (22), anistia política  ex-presidente Dilma Rousseff em razão das violações sofridas durante a ditadura militar

Os conselheiros também foram favoráveis ao pagamento de uma indenização de R$ 100 mil, em prestação única.




Carnabet, o Carnaval do Tigrinho

E a rainha dos Tigrinhos substituirá a eterna musa Onça na Grande Rio.

Se falarmos a curto prazo e a tamanha viralização nas redes sociais, é uma proporção imensa. Sabemos que o Carnaval está passando por uma transformação, vide a renovação do quadro da Liesa. Mas até que ponto vale a pena capitalizar o espetáculo às custas da desgraça alheia?

Pelo que vemos os relatos (e não são poucos), pessoas perdendo milhares de reais e outras até cometendo suicídio.

Vale a pena o Carnaval do Rio de Janeiro se associar a este tipo de vandalismo eletrônico, ou já estava ligada e só percebemos agora com a entrada de uma influencer famosa?

Dinheiro na mão é vendaval”, como diz a lenda Paulinho da Viola.

sábado, 17 de maio de 2025

A Literatura que me salvou (quase)

Outro dia, estava arrumando meus livros e pensei: quantos deles me mantiveram viva sem nem saber?

Não estou falando de romances fofos, nem de aventuras épicas. Estou falando daquela literatura estranha, escura, que dói quando a gente lê.

Aquele tipo de livro que não conforta, mas que entende. Que não tenta consertar você, só te oferece uma cadeira ao lado e diz: senta aqui, eu também já não vi sentido em nada.

A literatura de cura — se é que a gente pode chamar assim — não é feita por quem está bem. Ela nasce da beira. Da beira da cama, da beira da sanidade, da beira do mundo.

Vem de quem escreve porque não tem mais onde pôr a dor, e a dor precisa sair por algum lugar.

Não é um gênero oficial, ninguém vai encontrar uma estante com esse nome na livraria. Mas ela existe — e como existe. É um estilo que escapa das categorias rígidas. É prosa, é poesia, é diário, é confissão, é lampejo. Às vezes, tudo isso junto. É literatura escrita a partir da dor, não sobre ela. E isso faz toda a diferença.

Eu descobri esses textos como quem encontra um esconderijo. Eram palavras pesadas, sinceras, cheias de falhas e pausas. Palavras que não tentavam fingir que tudo ia ficar bem — e, curiosamente, foi isso que mais me acalmou. Porque a pior solidão é pensar que só você sente esse buraco no peito, esse cansaço sem nome, essa vontade de desaparecer sem barulho.

Esses livros, essas vozes anônimas escritas em páginas impressas, nunca me prometeram a cura. E talvez seja por isso que funcionaram. Porque a cura, se vem, vem devagar, por migalhas. Um parágrafo que faz sentido. Uma frase que diz exatamente o que você nunca conseguiu explicar. Uma personagem que também tem medo de se olhar no espelho.

A literatura de cura não resolve a dor — ela divide. E só quem já esteve quebrado sabe o alívio que é não carregar tudo sozinho.

Hoje, ainda escrevo às vezes. Não porque esteja curada. Mas porque aprendi que, quando a dor vira palavra, ela dói um pouco menos. E leio também, porque compreendi que a cura, se existe, não é um destino — é um processo. E nesse processo, a literatura é um dos caminhos que me dá chão. Ou ao menos, palavras suficientes para não cair. E se, no meio desse processo, alguém ler o que escrevi e sentir o mesmo alívio que um dia senti... então talvez, só talvez, a gente esteja salvando uns aos outros, um pedaço de cada vez. 

Se eu pudesse escrever tudo numa rede social, nem assim eu o faria. Mas depois de alguns dias de reflexão, principalmente depois dessa semana em que minha filha precisou de mim e pela primeira vez eu não tive forças de me levantar por ela, lembrei do porque escolhi ter minha família ao meu lado.

 Lembrei da pessoa que eu era antes de entrar para o Serviço Público. Decidi que preciso dela de volta. Por todos nós.

 Então, se eu começar a fazer ou disser coisas que algumas pessoas talvez não estejam acostumadas, não é que eu enlouqueci. É que eu cresci. Acontece as vezes. E quando acontece, eu saio cortando tudo na lâmina. Mas não falo de ferir o corpo — falo de outra lâmina. 

Uma mais fina, mais silenciosa, que corta por dentro: a palavra.

A coragem de dizer, com todas as letras. A raiva que eu não disse. O luto que eu fingi engolir. O cansaço que sorri por cima. A sensação de não caber. De não ser o bastante. De não ter saída. Como quem entende, finalmente, que esconder a dor só faz com que ela apodreça. O que não digo apodrece. O que engulo vira nó. O que escondo cria raiz no escuro. Então eu abro.

Com a caneta, com os dedos, com o grito mudo.

E deixo escorrer.

Deixo sair.

Cada frase: um rasgo. Cada verso: uma ferida limpa. Cada ponto final: um fio de cura.

E no fim, estou viva. 

Mais viva do que antes do corte.

Se você chegou até aqui, espero que esse desabafo também te cure um pouquinho.


TEXTO DE:

CORA DESCORADA

Cora Descorada é mulher, mãe, mas não é tão mulher assim pois tem bigode (e quem já teve vó, save que com muljer de bigode nem o diabo pode), é pensadora, mas não feminista que é para não ser taxada de histérica e acavar não sendo lida.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

UOL dá voz a safado mentiroso

O portal de notícias UOL, realizou uma entrevista com o ex-presidente mandrião Bolsonaro.

A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Josias de Souza e Carla Araujo.

Foi um festival de mentiras.

Chega a dar ânsia de vômito, ver esse vagabundo novamente mentindo sobre eleições e urnas.

Novamente mentindo que ele será candidato em 2026.

E fazendo um ataque covarde as vacinas e cometendo crime contra a saúde pública.

É de se admirar que nenhum partido, entidade, Ong, ou qualquer diabo que seja, acione a justiça para que o Portal seja responsabilizado pelo ataque do crápula à saúde pública.

O mínimo que o UOL deveria fazer é na mesma página da entrevista colovar em letras garrafais uma errata desmentindo o safado.

Entrevista irresponsável e crimonosa.

Quando pesoas vierem a morer por se recusar a tomar vacina, lembrem que o UOL contribuiu para o crime contra a saúde pública dando voz a esse charlatão.

Quanto ao ex-presidente, posso dizer: nenhuma mentira de sua parte o livrará da cadeia.

Pepe Mujica

ADEUS ESPERADO

E Pepe Mujica partiu. Um homem simples, defendia a democracia na raça e era um defensor da humanidade.

Foi embora sem alarde, da maneira que havia avisado com antecedência.

Num mundo onde o egoísmo e fanatismo dominados pelo algoritmo, Mujica mostrou que olhar sem julgar as pessoas é um ato de amor; onde o ódio e a ganância que dominam as Big Techs, ele mostrou coragem em ser simplesmente ele mesmo, generosidade e fraternidade com o olhar para o social.

Ficam as lições e se ainda existir força para o olhar ao próximo, quem sabe ainda conseguiremos reverter essa situação de barbarie e imbecilidade que vivemos atualmente.

TEXTO DE:

Thiago Muniz

FAZER O BEM É MAIS IMPORTANTE QUE SER BOM

À essa altura, o mundo todo lamenta a perda de Pepe Mujica. Bem, pelo menos a parte do mundo guiada pela empatia e justiça social.

Numa longa e vertiginosa vida, Pepe lutou, foi preso, torturado, libertado, lutou pela democracia e venceu. Seu maior encanto foi sua simplicidade: era um líder mundial que parecia aquele amigo pra se bater papo num botequim e celebrar a vida. 

Desprezou bens de consumo e teve uma vida simples, que todos mereciam ter. Simples e confortável.

Pepe Mujica é daqueles raros seres humanos que nunca se conformaram em ser apenas bons, mas que precisaram fazer o bem. Fizeram a diferença de verdade, sem deslumbramentos mas de forma genuína. 

Fazer o bem é mais importante do que "apenas" ser bom. Pepe Mujica entendeu isso melhor do que ninguém, e por isso sua partida deixa uma lacuna eterna, uma gigantesca saudade mas também o desejo de conhecer gente assim, de verdade, que não pensa somente em si, mas no outro..

TEXTO DE:

@pauloandel


PARTIDAS

Papa Francisco e Pepe Mujica foram homens diferenciados dentro de um sistema onde os homens são meros números e algorítmos.

Eles olharam para as pessoas como se fossem seres humanos e isso chocou a himanidade. Chocou a igreja, pasmem.

Nasceram em uma época diferente onde o "mais fácil" e o "mais difícil" compartilhavam uma mesma fronteira.

Suas lutas foram contra a desigualdade, cobtra o ódio.

Venceram e perderam na mesma proporção.

Deixaram um legado para as gerações que seguem, mas o ódio gratuito ao ser humano pelo ser humano ainda continua na moda.

A luta continua.

Pepe e Papa ficam como memoriais a serem relembrados e apontados as novas gerações. Entram para o panteão dos nobres guerreiros da humanidade.

TEXTO DE:

Tarciso Tertuliano

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Papa Leão XIV

Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia.
(Santo Agostinho)

Devoto de Santo Agostinho, o cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão XIV. A tão esperada fumaça branca que anuncia a eleição do novo Papa foi expelida da chaminé da capela Sistina, no segundo dia de conclave.

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.

De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.

Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Em seu discurso já como Papa eleito, frisou bastante a palavra sinodal, ou seja, aberto a continuidade do Papa Francisco. Uma Igreja sinodal é uma Igreja relacional onde todo o povo de Deus caminha junto, onde todos, batizados, discípulos, missionários, qualquer que seja a sua vocação e a sua posição, se reencontram na interdependência e na mutualidade.

Durante sua passagem pelo Peru, país altamente católico, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos.

Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar Papa, algo raro na Igreja moderna.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Tarcísio pode evitar enfrentar Lula para não enfrentar Bolsonaro

Valdemar Costa Neto apesar da idade, não está senil. Muito pelo contrário, está muito serelepe, buliçoso, ao menos no que tange bajular Bolsonaro.

Ele repetiu a mentira de que Bolsonaro será o candidato a presidente do Brasil em 2026.

Não será. Bolsonaro está inelegível.

E nada que possa vir a ocorrer em relação a anistia de 8 de janeiro e oitras bobagens, Bolsonaro continuará inelegível.

Ele foi julgado e condenado por abuso de poder político e econômico. E a pena foi inegibilidade. Que fique claro.

Bolsonaro até pode indicar quem vai ser o candidato da direita-nazi, contrariando inclusive a moribunda direita moderada, que ingiu Tarcísio de Freitas, governador carioca/paulista.

Alias, talvez Bolsonaro acabe atrapalhando Tarcísio, pensando mais adiante. Besta completa, esse maltrapilho nunca foi.

Pensem comigo:

Bolsonaro está inelegível até 2030. Tecnicamente ele poderia concorrer a presidência em outubro desse ano.

E se Lula estiver terminando seu segundo mandato, em tese, Bolsonaro não teria um adversário à altura.

Mas se o presidente for Tarcísio, como diabos Bolsonaro o impediria de concorrer a reeleição em 2030?

Por isso, Tarcísio e Bolsonaro em algum momento terão de se enfrentar, não na urna, mas na arena do campo político a que pertencem.

Tarcísio pode abandonar a dispita em 2026, se reeleger em São Paulo, deixar Lula fechar sua carreira em 2030, e então, virar presidente.

Ele pode apostar na provável, mas muito provável mesmo, condenação de Bolsonaro no julgamento da tentativa de golpe de estado quedeu errado.

Tarcísio abriria mão da presidência, mas manteria os votos da bolsolândia.

E é quase improvável que apareça algum nome tanto na direita, quanto na esquerda, que possa bater um candidato da direita-nazi, sem Lula na disputa.

A única chance de Tarcísio enfrentar Lula, é se a condenação de Bolsonaro ocorra antes do ano eleitoral.

E isso não é improvável, já que, o STF já acenou que deseja realizar esse julgamento antes de 2026, para não tumultuar a eleição.

E não se engane, meu amigo. Apesar de o STF estar cumprindo muito bem seu papel no caso da tentativa de golpe, os ministros também preferem o candidato do Mercado Financeiro. E esse se chama Tarcísio.

Inclusive os ministros indicados pelo próprio Bolsonaro e uns que foram indicados pelo próprio Lula.

Brasil não é para amadores, já diziam os antigos...

Deputada Camila Jara é diagnosticada com câncer

Embora eu não seja um dos que votaram em Camila Jara, nas últimas eleições federais, não nosso me privar de reconhecer sua coragem e sua disposição para trabalhar e lutar pelo que acredita.

A jovem deputada de apenas 30 anos, em pouco tempo se destacou como uma das vozes mais fortes do Mato Grosso do Sul. Até quem se encontra em outros espectros políticos, reconhece que ela é uma liderança natural.

No Brasil, todas as vezes que surge uma mulher com força e disposição, ganhando destaque muitas vezes nacional, cria-se o discurso de "liderança fabricada".

"É cria de fulano". Como se uma mulher tivesse de obrigatoriamente receber primeiro uma bênção masculina para se destacar.

A Tabata Amaral é cria do Ciro Gomes, a Paula Fernandes foi revelada pelo Roberto...

E se seguirmos na cantilena, vamos descobrir que Bolsonaro criou Zambelli e Lula criou Dilma e assim por diante.

Independente da ideoligia, do tal "lado político" mulher só caminha se o homem abençoar.

E no caso da Camila, já ouvi: é cria do Vander ( Loubet ), é cria do Zeca ( ex-governador Zeca do PT ).

Amigos, Camila não é cria de ninguém. Talvez seja dos pais, e olhe lá.

Camila é mais que uma força, é uma reação a outras forças contrárias. Ela é uma reação as desigualdades sociais, ela é uma reação à exploração do trabalhador, ela é uma reação ao descado do poder público com as populações vulneráveis, enfim, ela é uma cria da resistência de um povo que vive na sua eterna busca por emancipação total.

Ela é uma guerreira.

E é com esse prefácio todo que sou obrigado a dar a notícia que motivou o texto:

A deputada Camila Jara, revelou que foi diagnosticada com câncer, e pediu licença médica da Câmara.

Ela fez o relato em sua página no Instagram.

Camila contou que descobriu a doença recentemente, quando passou por uma cirurgia de tireoide.

Fica aqui meu total apoio pela recuperação de Camila.

Que nossas orações alcancem o coração de nosso bom Deus, e que sua cura seja concedida.

Força, Camila.


segunda-feira, 5 de maio de 2025

Existe maneira de separar a Obra do Autor?


As recentes mortes de talentos incontestáveis como Nana Caymmi e Vargas Llosa reacendem um antigo debate: a possibilidade da separação entre a obra de um artista e suas ações e posições pessoais.

É possível admirar a obra de um artista de caráter duvidoso?

Ao longo da vida, Vargas Llosa deu uma guinada ideológica impressionante. De eufórico entusiasta da revolução cubana e do socialismo, se tornou defensor ferrenho do liberalismo e símbolo da direita mais truculenta.

A primeira manifestação pública de destaque de Nana Caymmi sobre política foi o apoio à candidatura de José Serra para a presidência da república em 2002. De lá para os dias atuais, se confessou bolsonarista, o que provocou desentendimentos familiares.

Para além de Llosa e Nana, são inúmeros os exemplos de artistas talentosos e com falhas evidentes de caráter: Eric Clapton, nome de destaque mundial na guitarra e no blues-rock, já deu diversas declarações racistas e xenófobas, além de se mostrar um convicto militante antivacina; Astor Piazzolla, um dos maiores gênios da música argentina, fez apresentações na Casa Rosada durante a ditadura militar; Clint Eastwood e Alain Delon, lendas do cinema, já se pronunciaram abertamente apoiando a direita mais conservadora.

Entendo que seja, mais do que possível, recomendável a separação entre a arte e seu criador, caso contrário seriamos tomados de um sectarismo e de um gosto enviesado que limitaria o alcance da arte. 

Afinal de contas, como não se arrepiar frente a "Guernica" por ser obra de um misógino que tratou de forma abusiva e manipuladora diversas de suas companheiras? Como segurar a emoção ao ler "Canto General" por conta de seu autor renegar uma filha com hidrocefalia e fazer declaraçõe abomináveis sobre a criança?

Defendo que quando a arte realmente toca as pessoas, seu autor perde importância - e seus feitos mundanos também. Todavia essa posição possui limites, em especial quando a obra é claramente afetada pela visão reacionária do autor. Monteiro Lobato, por exemplo, contaminou muitos de seus escritos com seu racismo, o que comprometeu seus resultados.

E você, qual sua opinião sobre esse tema?

TEXTO:
Alexandre Périgo

domingo, 4 de maio de 2025

Câmara deve ficar maior e "Anistieiros" não trancam essa pauta safada

A Câmara dos Deputados deve votar na segunda (5 de maio), um requerimento para acelerar a análise de um projeto que amplia o número de deputados federais.

O texto é uma resposta à determinação do STF para que o Congresso atualize a distribuição de cadeiras com base nos dados do ultimo Censo, realizado pelo IBGE em 2022. A decisão do Supremo, porém, determina que o número de cadeiras na Casa seja mantida: 513.

Isso significaria que alguns estados ganhariam deputados enquanto outros perderiam cadeiras.

Setores da Câmara discordam e temem perda de capital político com a redução de algumas bancadas, pois sete estados sofreriam redução.

O texto original da proposta que é da deputada Dani Cunha (União-RJ), inflaria a Câmara e invalidaria os dados do Censo de 2022 como critério de atualização das bancadas.

Para justificar a proposta, deputados alegam que o relatório do IBGE é inconsistente.

A ideia é ampliar para 527 cadeiras, com a alegação de que isso não ampliaria os custos da Casa. O que de acordo com avaliação de técnicos da Câmara é impossível.

Eles alegam que redução de salários ou diminuição de benefícios é impossível, e portanto, não haveria maneira de ampliar o número de deputados sem gerar despesas.

É bom lembrar que essa caterva prega a diminuição de Ministérios no Poder Executivo, mas quer ampliar o número de deputados contrariando os dados.

Outro fato a ser lembrado é: se os dados do IBGE em tese não valem, o que impede que milhares de prefeituras entrem com pedidos de revisão orçamentária?

Resumindo, os deputados tal qual garotos mimados querem ignorar a realidade. Querem mudar os fatos e se benficiarem em detrimento do resto do país.

Nessa hora a bancada da aniatia não quer trancar a pauta, não é mesmo?

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Feliz Dia do Trabalhador! Uma Dádiva Deformada Na Era Moderna Para a Exploração!

Hoje é dia do Trabalhador, 1° de Maio! 

A data foi escolhida pelo II Congresso da Segunda Internacional (1889) em Paris por socialistas e sindicalistas como homenagem a Revolta de Haymarket em Chicago (1886), onde milhares de trabalhadores se confrontaram a polícia (muitos presos e assassinados) por melhores condições de trabalho (jornada de 8 horas e demais direitos).

No Brasil, é no governo de Arthur Bernades (quase uma década depois da greve geral de 1917 no país) que é adotado como feriado.

Trata-se de uma data bonita, pois retoma a força de uma classe massacrada pelo capital em suas diversas representações, seja nas diferentes funções, ou na sua própria etimologia herdada da antiguidade greco-romana e do medievo, onde o trabalho é visto como algo inferior, segundo o latim vulgar "tripaliare", tortura. 

Marx, em "O Capital", entendeu que o trabalho constrói o próprio ser humano e a natureza, uma ontologia do ser social, mas que o Capital inovou ao deformá-lo quando introduziu a exploração via venda da força de trabalho, sem romper com esse modelo torturante, de sacrifício, alienado do todo, diferente daquilo que os povos indígenas e africanos pregam, a relação intrínseca e harmoniosa com a natureza e a vida, algo que transforma e é transformador.

Apesar do protestantismo valorizar o trabalho como sacrifício, Jesus, um pedreiro, conforme denuncia a tradução original grega da Bíblia (tekton), construía casas (como seu pai construiu o nosso planeta) entende o mesmo além desse aspecto, do sacrifício.

A começar pela orientação a seus discípulos, a maioria pescadores, onde Jesus traz uma bonita passagem em Lucas quando os orienta a levar a palavra para diferentes regiões sem provisões e apenas dependerem da hospitalidade das pessoas para comer e beber, afinal, para ele, a mensagem espiritual era uma forma de trabalho.

Jesus era crítico aos ricos em várias passagens, mas nessa específica ele ainda reitera, que digno era o "trabalhador que recebe pelo seu trabalho", no caso, a hospitalidade dos novos cristãos convertidos. 

A beleza disso com nosso dia, é que ter direitos em contextos de ataques é indigno a nossa condição e anti-cristão.

Quem retira o direito de um trabalhador, atenta contra a harmonia social e a valorização do ser humano. Num mundo ideal, o trabalhado seria múltiplo em suas vontades (pescador pela manhã, carpinteiro a tarde e leitor a noite), mas estamos distante disso, chegamos a um estágio onde a superexploração só acentua e nos retira força, ampliando doenças nesse mundo face a falta ao deserto de direitos.

Que essa data nos traga reflexões para lutas e que, a exemplo dos discípulos de Cristo, pesquemos homens e mulheres para nossa causa, permeada por uma vida com respeito e acesso ao básico: moradia, saúde, educação, lazer e tudo mais que um trabalhador merece.


TEXTO DE:
Felipe Duque
Coordenador Geral do Sepe Valença 
Doutor em Educação 
Professor da Rede Básica (Valença e RJ)

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Vereadora se acha bonita, mas é feia

A vereadora por São Paulo, do Partido Nojo, Cris Monteiro é:

Meio branca, classe média e FEIA.

Sim, ela é objetivamente feia.

E achar alguém feio não é crime.

Mas colocar a cor da pele como condição de superioridade política, sim, é crime.

Crime de racismo.

Que a justiça faça sua parte.


Ah, e lembrando, não se trata de machismo, apenas de liberdade de expressão.

A senhora é muito, mas muito feia.

Por dentro e por fora...

terça-feira, 29 de abril de 2025

Camisa Vermelha elege Tarcísio no primeiro turno

Vazou, na segunda-feira (28), que a seleção brasileira terá uma camisa vermelha na Copa do Mundo de 2026.

Nem classificado para a copa o Brasil está ainda, mas isso é mero detalhe.

O site Footy Headlines divulfou a informação, assim do nada. Dizem que em uma reunião da CBF, o novo uniforme foi aprovado.

Segundo informações, a Nike teria mudado o uniforme e ainda colocaria o logotipo do ex-jogador de basquete Jordan.

Além de ser um absurdo, deixar que o patrocinador tenha força suficiente para simplesmente mudar o uniforme de uma seleção nacional, caso isso seja verdade, pode condenar o país nas eleições presidenciais de 2026.

Nem mesmo a informação tem conformação oficial, apenas comunicados da imprensa, seguidos obviamente do bom e velho drama dos comentaristas.

Até mesmo Galvão Bueno já deu seu showzinho particular ridículo.

O mesmo já vem fazendo a esgotosfera ligada ao ex-presidente que não defeca.

O governo brasileiro falha miseravelmente na sua comunicação, dizem.

Mas os mesmos que dizem isso, são os que dão voz as mentiras bolsonaristas e criam drama em cima dessa informação não confirmada de camisa vermelha.

Eu aposto que não haverá camisa vermelha nenhuma em Copa do Mundo. No máximo pode haver um produto promocional da Nike em venda nas lojas pelo mundo afora.

Mas deixo aqui uma profecia não divina: caso a CBF confirme uma camisa vermelha para a seleção, será a bala de prata do nazismo para vencer as eleições em 2026.

Já é quase impossível que Tarcísio cara-de-areia-mijada não seja o próximo presidente. E colocar um camisa vermelha na seleção seria entregar de vez a eleição no primeiro turno.

Eu nem sei se o governo pode interferir na escolha do uniforme da seleção. Ou se cabe exclusivamente a CBF, fazer a escolha. Mas caso isso seja verdade, o governo tem de se virar para evitar essa tragédia.

Quem avisa, amigo é... ou dizem.

Repito: camisa vermelha elege Tarcísio.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Os elementos do caixão do Papa

Em 2024 o Vaticano divulgou uma nova edição do “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, o livro de liturgias que especifica como devem ser os ritos funerários de um papa.

Francisco ordenou uma simplificação dos ritos funerários pontifícios, que eram bastante longos e com jeitão muito “imperial”.

Algo no tom de “less is more”, menos é mais. E Francisco havia dito na ocasião que ele ia estrear esse novo funeral simplificado.

Por exemplo, antes os papas tinham que estar, obrigatoriamente, dentro de 3 caixões: um de cipreste, outro de chumbo e um de carvalho. Mas desta vez foi um caixão de madeira com um revestimento de zinco. Esse metal é para preservar o corpo.

Francisco eliminou a exigência de que o corpo do papa seja colocado em um caixão em uma plataforma elevada na Basílica de São Pedro para exibição pública, tal como nos funerais dos papas Pio X em 1914 e Leão XIII, em 1903 eram plataformas altíssimas, às vezes superando a altura de uma pessoa, e com um ângulo bem mais inclinado.

No caso de Francisco, foi exibido em uma baixíssima plataforma. Nas mãos de Francisco havia um rosário, que é uma marca dos funerais dos papas desde Paulo VI em 1978, Francisco tinha um rosário discreto. Francisco tem na mão direita um simples anel de prata, ele usava esse anel desde que era bispo em Buenos Aires.

O portenho papa tem um pálio ao redor do pescoço e que desce sobre o peito, é um ornamento de uma faixa de tecido que os papas usam nas missas... e sobre o pálio fúnebre há uma peça dourada que representa os pregos da cruz de Jesus.

Na cabeça está a mitra, um ornamento que os pontífices usavam com mais frequência antigamente e que representa a santidade e a autoridade papal.

Francisco se vestia quase sempre de branco mas ali está de púrpura, no entanto essa cor é associada aos apóstolos.

Monsenhor Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, afirmou que as instruções de Francisco para o funeral foram “as de um pastor e um discípulo de Cristo, e não as de um homem poderoso deste mundo”.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

DF STAR, hospital ou lupanar?

Uma das coisas que eu não fiz na vida, foi estudar medicina. Nunca tive nem vontade e nem vocação para ficar enfiando bisturis e agulhas nas pessoas.

Mas alguma coisinha com o passar dos anos, a gente vai aprendendo sobre a profissão. Reza a lenda que de médico e louco todos cá, temos um pouco.

Não se auto-medicar é uma das coisas que você aprende primeiro. Mas depois você vai descobrindo algumas plantas e raízes, e vai deixando de lado a primeira lição e passa a achar curas para todo tipo de chaga, enfermidade e maleita.

Há quem acredite até mesmo, ter o poder de matar vírus com remédio para verme. Até lá pelas bandas do Planalto a gente já viu coisas deste tipo.

E outra coisa que eu aprendi durante meus anos de vida foi a importância do CTI e da UTI, dentro dos hospitais.

A UTI é a Unidade de Tratamento Intensivo, onde pacientes com graves problemas que precisam de cuidados e supervisão constante são internados.

Sabendo disso, fica óbvio que uma UTI não é um circo de horrores.

E o ex-presidente Bolsonaro, internado em uma UTI, ficou chocado ao ser visitado por uma oficiala de justiça com uma intimação do STF.

E seu advogado foi rápido em dizer que esse tipo de ocorrência seria proibida por lei e, pasmem, inédita no país.

Obviamente, é mentirosa esta informação. Mas vou chamar aqui de equivocada, porque o mentiroso pode se sentir ofendido, e por cá, evitamos ofender qualquer pessoa.

Que o advogado então faça prevalecer o direito de seu cliente.

Processe o hospital DF STAR, por permitir que uma UTI, seja transformada em uma espécie de lupanar intelectual e político.

Nessa UTI, Bolsonaro já deu entrevista ao SBT, já recebeu visitas de vários políticos, recebeu até visita de um estranho que se auto-intitula padre de alguma igreja estranha deste mundo.

E até fez live todo pelado e enrolado em fios de aparelhos para vender capacete de grafeno junto com os filhos.

Até mesmo Sóstenes Cavalcanti (deputado que em 2022 causou a morte de Irma Diniz da Cruz, de 81 anos), disse que o presidente estaria tendo tempo para redigir o novo texto do projeto da Anistia aos vândalos e visigodos da nação.

Fica aqui, minha humilde critica ao atendimento do DF STAR.

Se algo ocorrer de muito ruim ou té mesmo mortal ao ex-presidente, o hospital deve ser investigado e responsabilizado.

Que a direção do hospital e a chefia da UTI sejam responsabilizadas por todo sofrimento do nosso messias às avessas.

E lembrem-se, lavem bem as mãos antes de comer. Principalmente se, a exemplo de Bolsonaro, ficar toda hora colocando a mão na região interna do glúteo para coçar.

sábado, 12 de abril de 2025

Canibalismo, prisão de ventre e vitimismo. Os motivos da internação de Jair

Bastou saber que o STF publicaria a decisão que o tornou réu pelos crimes de tentativa de golpe de estado, para que o inimigo das farofas, voltasse a se sentir mal.

Quanto mi-mi-mi...

O ex-presidente, e projeto de ditador fajuto, ficou litetalmente com o "rabo preso" após ingerir quantidades enormes de camarão.

Canibalismo não compensa.

Camarão é conhecido popularmente por ter "merda na cabeça", o que cria uma ligação direta de parentesco com nosso nazi favorito.

Claro, precisa do teatro. Precisa tirar foto cheio de fios e com a barriga exposta para ver se o papel de vítima convence.

É fato que ele sofre de diversos problemas após o ataque que sofreu daquele outro psicopata. Embora ele não tome nenhuma medida para que o problema não se agrave. Afinal, ele tem histórico de atleta.

Também, é fato que esse traste tem mais de 70 anos, e está se cagando (não literalmente no caso) pelo fato de correr o risco de ir para cadeia.

Então, entra o plano B.

Como a anistia é uma piada ridícula e mesmo que aprovada pelo nosso Congresso composto em maioria por acéfalos, imbecis e bajuladores safados não passará pelo crivo do STF, a saída é trabalhar a ideia da "prisão domiciliar".

Ah, e os presos do 8 de janeiro?

Vocês realmente acreditaram que a anistia era por causa dos "popcorn" e "icecream"?

Agora é ver se cola.

Se ele alegar que não pode ir para um presídio bem quentinho, por causa da doença e da idade, em casa falando merda pela internet é que não pode ficar.

Eu recomendo um hospício.

Educadamente chamado de Manicômio Judiciário.

Existem uns 28 no Brasil, e um deles fica inclusive no Paraná. Facilitaria as visitas do amigo Sérgio Moro, o suspeito e incompetente.

Por enquanto, é só isso que posso fazer, dar opinião.

Afinal, não sou coveiro, não é mesmo?

E nem tenho messias no nome.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Todos os fãs de Bolsonaro

Se você gosta dele e acha que ele combatia corrupção, acabou. Veja se você se enquadra em alguma categoria:

Iludem-se os que acreditam que Jair Bolsonaro só tem adeptos entre a meia dúzia que vai vê-lo quando ele sai de casa para, digamos, trabalhar.

Bolsonaro tem seguidores em muitas categorias. Eis algumas:

Pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, grileiros e incendiários infiltrados na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica, nos manguezais, restingas, dunas, terras indígenas e quaisquer santuários que possam ser destruídos e enriquecer amigos. Ex-cupinchas da velha política, sempre prontos a ser comprados.

Profissionais das bancadas do boi, da bala e da Bíblia. Assessores de gabinete dispostos a ceder 80% de seus salários pagos com dinheiro público, lavá-los e depositá-los nas contas de seus familiares.

Formadores de quadrilha, praticantes de peculato e operadores de esquemas, investigados, denunciados ou réus em ações judiciais. Juízes complacentes e advogados corruptos. Lobistas diversos, íntimos do 01, 02 e 03.

Militares ideológicos, fãs confessos de tirturadores, ou apenas oportunistas, a fim de cargos no governo. PMs expulsos, delegados venais, chefes de milícias e matadores de aluguel, presos ou foragidos.

Fabricantes de armas e "colecionadores" das ditas.

Pastores evangélicos, animadores de televisão, cantores sertanejos e promotores de rodeio, todos felizes beneficiários das novas mamatas.

Negacionistas, homofóbicos, terraplanistas, camelôs de cloroquina, disparadores de fake news, linchadores virtuais, incineradores de livros, fascistas assumidos e odiadores por atacado.

E uma vasta alcateia de bolsonaros, composta de filhos, mulheres, ex-mulheres, mães, noras e aliados do presidente, dedicados a vultosas transações com dinheiro vivo e sem explicação contábil, às vezes trasportado entre as nádegas.

Bolsonaro também tem seguidores bem intencionados, que não se veem nas categorias acima e acham que, com ele, a corrupção acabou.


ADAPTAÇÃO DO TEXTO DE 2020 DE:

Ruy Castro
Jornalista, escritor, autor das biografias de Carmem Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.