quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Governadores Nazi querem Brasil a favor do MAGA

Em um evento do BTG Pactual, governadores simpatizantes do nazi-fascismo, reclamaram da Medida Provisória do Governo Federal, que abre linha de crédito para empresas afetadas pelo tarifaço do velho gagá alaranjado que preside os EUA.

Para os governadores Rato Júnior, Ronaldo Gagá Caiado, Tarcísio Cara de Areia Mijada de Freitas e Dudu Leitinho, o Brasil deveria se curvar ao ditador estadunidense.

Para eles, o Brasil deveria trabalhar para Make America Great Again, ao invés de tentar salvar suas próprias empresas.

Foram aplaudidos por empresários presentes no evento, o que gera aquela dúvida justificada:
Esses que aplaudiram, vão recorrer ao dinheiro do Governo, ou vão rejeitar em nome da defesa dos EUA?

Óbvio que vão abraçar o dinheiro.

Nestes momentos, os defensores do ESTADO MÍNIMO, recorrem ao MÁXIMO DO ESTADO.

Hipocrisia e cara de "cu doce" é a marca registrada dessa corja, que é tão pobre que a única coisa que possuem, é dinheiro.

Bispo filmado de calcinha fazia investigação sigilosa

Bispo evangélico foi gravado usando calcinha e peruca loura.

Todos ficaram transtornados com o fato, porém, o bispo veio a público ao lado da esposa explicar o ocorrido.

O bispo estava diafarçado, realizando uma investigação secreta.

O bispo fazia uma investigação sigilosa para provar fraude nas urnas eletrônicas, além de tentar provar a trama internacional de aplicação de vacinas contra o Covid, que seriam responsáveis pelo contágio de comunismo que afeta o país.

Agora, com tudo explicado, o bispo volta aos cultos e pode continuar recebendo o dízimo dos fieis.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Lei Magnífica

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes decretou hoje (4), a prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro.

Bolsonaro é aquele golpista que tentou destruir o pais em quatro anos de mandato, mas graças a Deus, falhou.

Nos corredores de Brasília está o maior burburinho. Tarcísio Areia Mijada está todo arrepiado lá em São Paulo.

Alexandre de Moraes teria aplicado a tal Lei Magnífica.

Desculpem, não resisti à piada.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Entre a Fé e o Orgulho: Por que setores evangélicos têm dificuldade de abandonar o bolsonarismo

Nos últimos anos, o Brasil testemunhou uma aliança robusta entre o bolsonarismo e uma parte expressiva do movimento evangélico.

Ainda que o governo Bolsonaro já tenha terminado e que muitos dos seus erros tenham vindo à tona — do negacionismo na pandemia à fragilização das instituições democráticas, seguida da tentativa frustrada de golpe de estado — grande parte dos líderes e fiéis evangélicos ainda resistem em romper com esse projeto político.

Mas por quê?

A resposta, ao que tudo indica, não é apenas política, mas também teológica e emocional.

O apoio maciço de igrejas a Bolsonaro não foi apenas uma escolha estratégica ou ideológica. Em muitos púlpitos, esse apoio foi apresentado como revelação divina, como se o voto no ex-presidente fosse um dever espiritual.

Líderes disseram ter "ouvido de Deus" que Bolsonaro era o "escolhido", o "rei Ciro moderno", o "ungido por Deus para restaurar o Brasil".

Afinal, seu nome (Jair) é o nome de um dos juízes de Israel, e seu sobrenome é Messias. Os pastores viram nisso um sinal divino, uma profecia. Jamais passou por sua cabeça que isso fosse talvez, uma mera coincidência. Ou quem sabe, na mais pessimista das análises, um engano do próprio Satanás para dividir a Igreja.

Nos anos anteriores, incluindo os dois primeiros mandatos do atual presidente Lula (que foi eleito como principal adversário da Igreja por esses mesmos líderes), o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil foi exponencial.

Com o recrudescimento do bolsonarismo dentro dos templos, esse crescimento se reverteu pela primeira vez em anos. Vários fiéis passaram a abandonar suas igrejas por não se reconhecerem mais em seus líderes que se tornaram abertamente autoritários e apostaram em discursos violentos e vingativos nos púlpitos.

Apesar disso tudo, muitos crentes ainda se entregam de corpo e alma a narrativa messiânica de Bolsonaro com fervor, orando e jejuando pela reabilitação de um homem que foi, aos olhos deles, investido de uma missão sagrada.

Abandonar o bolsonarismo, portanto, não é apenas romper com uma figura política. É admitir que se pode ter confundido uma convicção pessoal com uma revelação divina.

É reconhecer que, talvez, o discernimento espiritual falhou. E para um grupo cuja identidade está profundamente enraizada na certeza de que "Deus falou", essa admissão é dolorosa — beira o inaceitável.

Há ainda um fator psicológico importante: o orgulho espiritual.

A cristã prega a humildade, mas na prática, reconhecer publicamente que se errou — e pior, que se errou atribuindo esse erro a Deus — é um fardo quase insuportável. Isso explicaria por que muitos líderes dobram a aposta: preferem reinterpretar os fracassos de Bolsonaro como perseguições ou provações, ao invés de considerar que talvez tenham sido enganados ou tenham errado no julgamento.

Esse apego ao bolsonarismo, então, não é apenas político, mas também existencial. É uma tentativa de preservar a imagem de infalibilidade que muitos ministérios constroem em torno de si. Se eu digo que Deus falou, e depois admito que errei, como poderei manter minha autoridade espiritual sobre os fiéis? Esse dilema é central.

Claro que há exceções. Pastores e líderes que, com coragem, voltaram atrás, pediram perdão e passaram a fazer uma autocrítica honesta. Mas eles ainda são minoria, e frequentemente sofrem retaliações dentro do próprio meio evangélico, rotulados como “desviados” ou “liberais”.

A permanência do bolsonarismo entre os evangélicos não pode ser compreendida apenas com categorias políticas tradicionais. Ela envolve questões de fé, identidade e poder espiritual. Para que esse vínculo se rompa, será necessário um movimento interno de honestidade, humildade e, acima de tudo, disposição para reconhecer que ouvir a voz de Deus exige também discernimento e autocrítica.

Talvez, mais do que um erro político, o bolsonarismo tenha sido um espelho incômodo que revelou algo que os evangélicos precisam encarar: a tentação de transformar convicções ideológicas em verdades divinas, sem passar pelo crivo da compaixão, da justiça e da verdade — valores centrais do Evangelho que dizem professar.


TEXTO DE:

Tarciso Tertuliano

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Caso Zambelli, próximos passos

O professor da Universidade de Brasília (UnB), procurador regional da República e ex-secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), Vladimir Aras projeta que o processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli da Itália para o Brasil pode levar de um ano e meio a dois anos, na melhor das hipóteses do ponto de vista da Justiça brasileira. Aras ressalta que fala como estudioso do tema e não como procurador, já que não atua no caso da deputada.

"Na pior das hipóteses, ela estará solta em breve devido ao espaço para decisão política, como é comum em extradição."
- disse Aras.

Ele foi o secretário de cooperação internacional da PGR quando o Brasil conseguiu, em 2015, a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que fugiu para a Itália após ser condenado no Mensalão. Vladimir Aras também é professor de direito processual penal na Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Direito Penal Internacional.

Zambelli foi presa na Itália nesta terça-feira, 29. Com dupla cidadania, ela fugiu para o país em junho após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter pedido a um hacker a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Aras explica que o próximo passo é o equivalente ao Ministério da Justiça italiano decidir se pede ou não a confirmação da prisão de Zambelli. Em caso positivo, caberá a Corte de Apelação em Roma tomar uma decisão sobre o caso.

Em seguida, o Brasil terá prazo de 45 dias para formalizar a extradição. O Ministério Público italiano e a defesa de Zambelli se manifestam no processo e a Corte de Apelação decide sobre a extradição. Os advogados da deputada têm defendido que ela sofre perseguição política no Brasil.

domingo, 27 de julho de 2025

As vísceras da cidade

I

A cidade não para. Ela nunca dorme, ela nunca termina. Ela é vendida para o mundo como o mais belo dos belos rostos, mas vista bem de perto tem sua pele bastante machucada pelo ser humano.


II

A cidade ganha novas tecnologias, os grandes prédios ficam mais modernos, os carros apressados são de última geração,  as pessoas das classes dominantes ostentam suas novidades digitais. Ao mesmo tempo, certas coisas nunca mudam - especialmente quando o tema é degradação. Sim, porque a cidade é linda nas fotografias turísticas, mas é esgarçada à medida em que se avança em direção aos bairros mais populares e populosos.


III

A cidade é humilhada. Ou melhor, ela humilha boa parte de seus habitantes. A violência humilha as pessoas, os transportes de massa, o emprego precarizado, a desigualdade social, a falta de oportunidades, tudo isso compõe uma carga imensa de humilhação às pessoas, e muitas acabam não resistindo: aderem às drogas lícitas e ilícitas, ao fanatismo religioso e a outros recursos para tentar aliviar suas realidades brutais. Vários não aguentam e dão cabo das próprias vidas, mas este é um assunto estupidamente proibido. 


IV

A cidade acaba sendo uma imensa frangueira elétrica num almoço de domingo, com milhões de pessoas fazendo o papel de cachorros, com os olhos bem arregalados, olhando e sonhando com pedaços de frango que nunca terão. 


V

A cidade tem lugares lindos, mas eles não são para todos, mesmo quando têm acesso ou entrada franca. 


VI

As coisas que nunca mudam. Os traficantes perigosos são levados para presídios federais, mas o tráfico continua estuprando, torturando e matando. A milícia também. Há lugares da cidade onde a polícia simplesmente não entra. Atravessar a cidade no fim da noite pode ser risco de morte, a depender do trajeto adotado.


VII

Acontece que essa também é a cidade das esmolas. Esmolinhas. Os políticos dão projetos de esmolinha para meia dúzia e acreditam ter mudado a cidade. O sonho do Carnaval é uma esmola para tanta gente tão sofrida. O sonho do futebol no Maracanã já foi uma grande esmola, mas o povo foi expulso de lá e agora se abriga em biroscas para poder vivenciar sua única alegria. Às vezes temos esmolas de grandes shows como os de Madonna e Lady Gaga, então o grande capital ganha, os trabalhadores minúsculos sobrevivem e ficamos esperando a próxima esmola. 


VIII

A maior prova do descalabro da cidade está nas madrugadas, quando milhares de famintos tentam se abrigar na porta de agências bancárias. Lembre-se: toda vez que você vir uma pessoa em situação de rua desabada numa calçada à tarde, pode ser consequência da pessoa virar a noite acordada, com medo de ser morta, incendiada ou estuprada.


IX

A cidade está crescendo. Temos cada vez mais prédios, voltados para quem já tem apartamentos - a minoria. Surgem novos bairros devidamente gentrificados, onde o povo só aparece como camelô ou prestando os serviços condominiais. "

"O povo? Que se aperte nas favelas."

Nos bairros antigos, há cada vez mais lojas fechadas que nunca mais vão abrir. 

Aliás, a própria rua que, no passado, era um palco de celebração da cidade, agora é cada vez mais mero percurso de passagem. As pessoas têm pressa. As pessoas têm medo. O celular virou o último refúgio das amizades numa cidade que já misturou muitos gênios em muitos bares, mas tirando os nichos da burguesia e alguns pontos esparsos, a vida na rua acabou. Ficaram apenas as pessoas oprimidas pela miséria.


X

"Miséria, miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes."

"A morte não causa mais espanto."

A cidade ainda tem beleza sim. Ainda tem poesia. Contudo, as chances são cada vez mais escassas.

A cidade humilha as pessoas, não todas, mas a maioria. 

Muita gente deu seu sangue e sua vida para que a cidade fosse de todos, mas isso jamais aconteceu, e não há esperanças de que o cenário mude. 

Seria possível mudar a cidade para melhor, mas as pessoas que controlam o poder não têm o menor compromisso com o bem comum: parlamentares, empresários, personalidades, banqueiros etc. Nunca estiveram nem estão aí com nada. 


XI

Cidade maravilhosa. 


TEXTO DE:

@p.r.andel

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Morango do Amor, o capitalismo social

É verdade que o "marketing de influência" do morango do amor tem se mostrado uma ferramenta poderosa para impulsionar a economia local, especialmente ao beneficiar um grupo majoritariamente feminino de microempreendedoras e autônomas.

Essa tendência tem permitido que confeiteiras, doceiras e outras profissionais do ramo gerem uma renda extra significativa.

Nem toda "modinha" precisa ser alvo de críticas ou cancelamento.

Neste caso, não se trata de grandes indústrias ou bilionários lucrando, mas sim de pessoas como nós que estão batalhando por um dinheiro a mais.

É um ótimo exemplo de como uma tendência pode gerar um impacto positivo direto na vida de muitas pessoas.

Deixem de chatice e apoiem essa iniciativa!

E, se você não gosta do doce, compre um e me mande!

TEXTO DE:
Bia Rocha

Dia do Escritor: o eu lírico do general golpista

No Dia do Escritor, nossa homenagem não podia ser para ninguém além de um autor de ficção de primeira qualidade.

O general da reserva Mario Fernandes.

Ele é autor da obra Punhal Verde Amarelo. Romance político escrito durante os planos da tentativa de golpe no Brasil, que tem como cenário o assassinato de políticos e juízes.

Em entrevista ao STF, Mario Fernandes, contou como criou a obra.

Ele estava em casa, em uma bela manhã, quando um pensamento tomou conta de sua cabeça: e se o governo matasse Lula, Alckimin e Alexandre de Moraes?

Então, ele passou a fazer uma análise de riscos sobre esta operação.

Na mesma manhã, ele foi até o Palácio do Planalto, onde, quando deu por si, seu eu lírico estava digitando em um computador todo esboço do romance.

Como ele tem problemas para enxergar direito, ele resolveu imprimir três cópias para revisar melhor o que havia escrito.

A primeira teria sido em fonte arial 12, e ele teve dificuldades de ler. Então, resolveu imprimir uma segunda, em fonte 14. O problema persistiu, e por fim ele trocou a fonte para geórgia 14, e ficou satisfeito.

Pegou seus papéis oficiais, e correu para uma reunião com o atual presidente, na época, Jair Bolsonaro.

Finalmente, quando chegou em casa, percebeu que havia perdido uma das cópias do esboço do romance. Que depois descobriu ter esquecido em cima da mesa do presidente.

Quando questionado então, sobre o fato de Bolsonaro saber da existência do rascunho da obra, ele foi rápido em negar.

"Bolsonaro não lê po*** nenhuma. Ele mandou o Cid limpar a mesa e jogou tudo fora..."

Pois é...

Que coisa, não?

segunda-feira, 21 de julho de 2025

PRETA


PRETA

Filha de Gilberto Gil, Preta carregava no sangue a música, a arte e a luta. Mas ela fez mais do que herdar — ela construiu. Cantou, encantou, enfrentou o preconceito com um sorriso no rosto e orgulho no peito. Preta foi resistência em forma de voz, presença e afeto.

Como mulher negra, ela nunca se calou. Falou sobre amor, corpo, autoestima e racismo com a coragem de quem sabia o peso — e o poder — de sua existência. Inspirou gerações com sua autenticidade, seu carisma inesquecível e seu compromisso com a verdade.

Preta era festa, mas também era firmeza. Era abraço, mas também era bandeira. E acima de tudo, era amor — pelo povo, pela arte, pela vida.

TEXTO DE:
Tarciso Tertuliano


PRETA GIL

Sempre gostei da imagem de Preta Gil; independente da época, enquanto ainda produtora no backstage ora como uma lagarta virando borboleta para a vida de cantora. Preta irradiava alegria, bom humor, plenitude, independência e criação. Uma partida tão precoce, ainda mais com os papéis invertidos onde eu fico mais chocado, os pais perderem seus filhos.

Preta foi fiel a quem lhe deu a mão, e agarrou-se com unhas e dentes na batalha contra a miserável da doença, foi uma guerreira evidenciando que era notório seu amor à vida. Quis que o destino a levasse.

Alô! Alô! Preta Gil, Aquele Abraço! Preta tinha swing, tinha sex appeal, clímax, tinha borogodó; independente de seu peso e altura, não importava, ela irradiava essas nuances de maneira natural, aos gordofóbicos de plantão aquele grande “fuck you”.

Preta não desistiu; suponho que mesmo sabendo que perderia a luta, não baixou a guarda. Uma guerreira igual a muitos que lutam contra essa doença. Vai fazer falta a sua presença, a sua alegria, o seu trio elétrico que encantava multidões, a sua ternura, o seu amor pela família.

Que os orixás a acompanhem e a guiem pelo equilíbrio espiritual. Axé!

TEXTO DE:
Thiago Muniz

domingo, 20 de julho de 2025

Preta Gil - voz que não se cala


Partiu no dia 20 de julho de 2025, como quem fecha os olhos, mas não silencia a alma.

Preta Gil — não apenas nome, mas cor, brilho, herança e luz.

Filha da música, irmã da coragem, mãe da alegria e da liberdade sem moldura.

Cantou amores sem vergonha, abraçou corpos com ternura, desafiou o mundo com a própria existência.

Foi tambor e bandeira, foi palco e protesto, foi riso e lágrima em verso aberto.

Hoje, o Brasil chora.

Mas é um choro que também canta,
porque sua voz ficou — nos refrões que dançamos, nas lutas que ecoamos, na lembrança quente de quem nunca se apagará.

Voa, Preta.

Teu som agora embala o céu.

E aqui embaixo, teu nome ainda pulsa — preto, forte, vivo, Gil.

O abismo entre Lula e Bolsonaro

Ainda que eu tenha uma caminhão cheio de críticas ao conciliacionismo crônico e às políticas neoliberais do atual governo, é sempre importante demarcar o abismo moral existente entre as figuras de Lula e Bolsonaro.

Lula, para além de sua brava trajetória de vida, quando foi preso injustamente não fugiu, não choramingou, não capitulou. Esperou, corajoso e de cabeça erquida, a hora chegar para provar sua inocência e se eleger novamente. É um brasileiro sério, com qualidades e defeitos como todos nós, mas que é honesto e adora seu país.

Bolsonaro, além de sua vergonhosa história, após se consolidar como o pior presidente da república brasileira - e olha que a concorrência por esse título é enorme -, falhou na tentativa da reeleição, não admitiu a derrota nas urnas e tentou um golpe de estado que, graças à sua insuficiência cognitiva, não se concretizou. Quando o plano ruiu e o então ex-presidente se viu totalmente exposto, resolveu escancarar sua covardia: choramingou, esperneou, criticou aliados, chamou seus seguidores de malucos, mentiu compulsivamente e protagonizou um dos mais vexatórios episódios da política nacional, ao fazer voz melosa e ensaiar um monte de gracinhas durante seu depoimento para Alexandre de Morais, que tanto havia amaldiçoado quando era presidente. Por fim, mostrou toda sua viralatice e ódio do Brasil ao arquitetar junto de seu filho e do governo estadunidense, sanções econômicas como parte de uma chantagem para tentar fugir da cadeia. 

Diferente de Lula, Bolsonaro não é um ser humano com qualidades e defeitos. É um canalha, um fascista asqueroso, um lesa-pátria, alguém que provoca nojo em todas as pessoas com um mínimo de senso humanista e de coletividade. 

Como comunista, não acredito na justiça burguesa e acho muito improvável que Bolsonaro fique na prisão por muito tempo, mas meu desejo é que ele é sua família apodreçam em uma cela fria, úmida, escura e fazendo péssima companhia aos ratos dos esgotos próximos.


TEXTO DE:

Alexandre Périgo

sábado, 19 de julho de 2025

Colisão de buracos negros desafia a ciência

Uma colisão cósmica acaba de entrar para a história! A fusão de buracos negros mais massiva já registrada acaba de acontecer.

E o evento formou um buraco negro com 225 vezes a massa do Sol.

Denominado GW231123, o evento ocorreu na verdade há bilhões de anos, mas só foi detectado em 13 de julho de 2025 pela rede internacional de observatórios LIGO-Virgo-KAGRA.

Dois buracos negros colossais colidiram no espaço profundo, liberando ondas gravitacionais — sutis ondulações no tecido do espaço-tempo previstas por Einstein — que eventualmente alcançaram a Terra.

O resultado: um novo buraco negro com mais de 225 vezes a massa do nosso Sol, tornando-se o maior do tipo já observado por meio da detecção de ondas gravitacionais.

Essa fusão não apenas quebra recordes anteriores de tamanho, como também desafia teorias tradicionais sobre a formação de buracos negros.

Ela levanta possibilidades intrigantes sobre uma população oculta de buracos negros de massa intermediária e força os astrofísicos a repensarem modelos de evolução estelar e colisões cósmicas.

A precisão de instrumentos capazes de detectar distorções menores que um próton comprova o alcance crescente da humanidade nos mistérios do universo.

Com o GW231123, o cosmos nos envia um lembrete poderoso de que ainda guarda muitos segredos à espera de serem revelados.


FONTE:

Colaboração LIGO-Virgo-KAGRA (Relatório de Detecção GW231123, 2025)

LEIA MAIS EM:

CNN Brasil

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Tetra

…Vai partir, vai que é sua Taffarel, partiu, bateu…Acabou, ababou! É tetra! É tetra! É tetra! O Brasil é tetracampeão mundial de futebol…

(Galvão Bueno)


Faz 31 anos da conquista do tetracampeonato mundial de futebol pela seleção brasileira; apesar dos pesares do comando da CBF, ainda podíamos chamar de seleção brasileira, e não seleção de empresários. Tínhamos orgulho de assistir a seleção jogar, mesmo que fosse um mero amistoso contra um país inofensivo esportivamente; mas dava prazer em assistir.

E isso com um tabu de 24 anos sem títulos, o último tinha sido a épica seleção de 1970. A de 1994 não era épica, mas tinha disciplina tática, o que para muitos “entendedores” da época achavam uma seleção chata, burocrática, sem sal. Mas era uma seleção unida, que entrava em cada jogo com as mãos dadas, rito iniciado ainda nas eliminatórias da Copa antes da goleada em cima da Bolívia depois do vexame da derrota em La Paz. Ali foi a virada de chave para uma equipe vencedora. E ali ainda não tinha no elenco o que seria o protagonista principal para o tetra: Romário.

Parreira e Zagallo eram relutantes em convocá-lo; o consideravam rebelde demais e que poderia contaminar o resto do elenco. Mas a pressão popular e da opinião pública foram maiores e ele foi convocado para a última partida contra o Uruguai. O próprio Romário já declarou que esse jogo ele considera uma das maiores performances de toda a carreira dele. Dois lindos gols dele sobre a Celeste e a seleção partiu para os EUA mais confiante.

O resto é história, e das boas. Com direito a risos, polêmicas, dramas, recomeços e ressurgimentos.

E na final como em 1970, Brasil e Itália. Ninguém lembrava de 70, mas sim da tragédia do Sarriá em 82. Isso não afetou em nada os jogadores brasileiros. Foram 90 minutos mais 30 da prorrogação de puro sofrimento.

O Brasil jogou melhor no somatório geral mas talvez pelo nervosismo do tabu não soube ter sabedoria em finalizar com gols, até Romário perdeu os dele. Veio os pênaltis, e como disse Roberto Baggio numa entrevista há algum tempo, o chute dele para fora teve a ajuda do Senna, falecido ironicamente dentro do território italiano dois meses antes.

E não foi à toa que os jogadores o homenagearam com duas faixas pois meses antes a seleção havia se encontrado com Senna e ambos haviam prometidos conquistarem o tetra, a seleção pelo futebol e Senna na F1.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

terça-feira, 15 de julho de 2025

Petrobras mais feminina

O  anúncio feito pela Petrobras da nomeação da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano para a diretoria executiva de transição energética e sustentabilidade consolida pela primeira vez uma maioria feminina na alta gestão da companhia. Com a chegada de Angélica, cinco dos nove cargos da diretoria são agora ocupados por mulheres, incluindo a presidência, atualmente liderada por Magda Chambriard.

A nova composição, inédita na história da estatal, coloca a Petrobras na vanguarda da diversidade no mercado brasileiro. Segundo o estudo "Mulheres em ações", divulgado pela B3 no ano passado, apenas 6% das companhias listadas têm três ou mais mulheres em suas diretorias, enquanto 59% não possuem nenhuma.

A diversidade torna o ambiente mais saudável e produtivo. Esperamos inspirar outras mulheres a buscar cargos de liderança, especialmente no setor de petróleo e gás, que ainda é majoritariamente masculino”, disse Magda Chambriard.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Toma lá dá cá

O presidente Lula assinou nesta segunda (14) o decreto que regulamenta a chamada Lei da Reciprocidade.

O decreto vai estabelecer os procedimentos que devem ser adotados para a aplicação da lei e cria um comitê formado por representantes do governo e empresários para discutir o tarifaço.

A Lei da Reciprocidade foi aprovada pelo Congresso Nacional em abril, debaixo de protestos desesperados da bancada bolsonarista.

"Inaceitável que o Brasil queira retaliar os EUA, só porque eles estão defendendo sua economia. O Brasil devia agradecer a parceria americana e se submeter a maior nação do planeta."

Antes da lei, não havia um arcabouço que permitia ao governo reagir a agressões economicas de outro país.

O decreto será publicado na edição desta terça (15) do Diário Oficial da União.

Do outro lado, Eduardo Bolsonaro, o vabundo homiziado, pede que os empresários brasileiros apoiem e agradeçam a Donald Trump, o asno que governa os EUA.

Para Eduardo, os empresários precisam aceitar que tem de pagar um preço de bilhões para que seu pai seja anistiado.

"O que é(sic) alguns milhares de empregos se comparados a liberdade do Messias vivo? O empresário que não aceita pagar um preço agora, jamais é digno de seguir ao Bolsonaro."

É muita cara-de-pau, não é mesmo?

Esta é a primeira vez na história que Governo e Congresso tomam medidas para que o Brasil deixe de ser vira-latas dos EUA.

Mas ainda tem muita gente sem a menor vergonha na cara, torcendo contra o Brasil.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Vassalo

Por motivos óbvios, não vamos dizer isso aqui de maneira explícita.

Mas o vassalo da cara de areia mijada sabe onde pode enfiar esse boné, não é mesmo?

sábado, 5 de julho de 2025

O Liberal Constrangimento

É constrangedor quando um liberal confunde lé com cré e diz que "comunistas querem que um mendigo vá morar na sua casa".

Essa gente não faz a mínima ideia da diferença entre propriedade pessoal e propriedade privada.

Vamos ajudá-los a escapar dos grilhões da ignorância?

Propriedade tem, ao menos, 3 significados diferentes:

O primeiro está relacionado ao direito legítimo de usar algo de forma exclusiva.

O segundo se refere ao direito ilegítimo de explorar a posse de algo.

O terceiro, desdobramento do segundo, corresponde ao direito ilegítimo de possuir o que é produzido em uma propriedade do significado acima.

O primeiro caso pode ser traduzido como posse. Eu possuo o celular que uso agora para escrever essa postagem. Uso esse aparelho para trabalhar, para me deslocar e para me comunicar com os outros. Dividir sua posse atrapalharia consideravelmente minhas rotinas, portanto posso, de modo legítimo, reclamar sua posse exclusiva. Todavia seria bem diferente se eu tivesse mais um - ou vários outros - celulares para aluguel. Esses aparelhos adicionais já fugiriam desse conceito de posse e se classificariam nos dois últimos significados de propriedade, ambos ilegítimos.

Nós comunistas aceitamos a posse para uso de uma propriedade ou bem, isso é mais do que legítimo, é a chave para a atividade e até mesmo para a existência humana. O que combatemos é o exercício da propriedade não para seu usufruto, mas para a exploração de outras pessoas. É a famosa e infame propriedade privada de meios de produção.

No limite, há uma quantidade finita de bens que uma pessoa reclamar legitimamente a posse; uma casa, uma câmera fotográfica, um barbeador, algumas peças de roupas e por aí afora. Somente quando se tem mais do que se usa é que começam os problemas de legitimidade com o conceito de propriedade. É o senhorio que aluga 50 casas para viver como rico baseado na insegurança alheia, é o empresário que vive da propriedade da fábrica e dos produtos nela fabricados por trabalhadores explorados e assim por diante.

Sinceramente não sei se liberais são ignorantes ou desonestos por não enxergarem tais diferenças. No fundo, pouco importa; a depender de mim morariam num Gulag, com boas ou más intenções.


TEXTO DE:

Alexandre Périgo

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Guerra Fria no Futebol mundial

Pra começarmos, você deve saber o básico; a FIFA destina-se a organizar e monitorizar competições intercontinentais (Copa do Mundo), enquanto a UEFA apenas o faz a nível Europeu (Eurocopa).

Existe uma disputa velada entre a FIFA e a UEFA em quem tem mais poder, influências e logicamente capital em caixa. E essa disputa chega a conquista de patrocinadores de bandeiras de cartões de crédito, cervejas oficiais, marcas de carros oficiais; enfim tudo que seja oficial para a competição e as marcas no backdrop oficial mundial e que se destina em grandes fortunas. E muitas marcas patrocinam esses eventos porque sabem que dão o retorno de mídia maior do que o investimento.

E nos últimos anos a UEFA tem se dedicado a se isolar do resto do mundo com a criação da Liga das Nações, o que sinceramente não existe uma lógica fundamental já que existe a Eurocopa, mas essa Liga entra justamente nas “Datas FIFA”, o que ocasiona esse isolamento mundial. Puramente uma guerra de poder, já que a FIFA intensificou a Copa do Mundo feminina e a criação da Copa do Mundo de Clubes, um sonho antigo e que saiu do papel nesse ano de 2025, para desespero dos clubes e federações europeias pois justamente calha no calendário o fim da temporada europeia e na metade do calendário dos clubes sul americanos.

Isso é a demonstração de poder e força da FIFA de quem manda realmente na administração do futebol mundial, fazer uma Copa do Mundo de 2 em 2 anos, intercalando clubes com seleções. E as premiações são extremamente pomposas, desde o campeão até o último colocado, uma tentativa de solidificação da instituição FIFA com seus parceiros comerciais e de comunicação, com o intuito de trazer de volta o público mundial.

Sabemos quem manda hoje no futebol em campo graças aos seus poderosos proprietários beira na base de 6 a 8 clubes na primeira prateleira, mas chegar ao ponto de querer ditar as regras do jogo chega a ser muita presunção e arrogância da UEFA.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

terça-feira, 1 de julho de 2025

O jantar romântico de Doria e Motta

O dondocas que preside a Câmara, Hugo Motta, participou de um jantar de homenagem, oferecido pelo homem de calças apertadinhas, João Doria.

Na reunião estavam presentes, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, Gilberto Kassab, Rodrigo Garcia e o moedor de pobres, Henrique Meirelles.

(quando quiserem moer pobre, chamem o Meirelles)

Ainda estava ali o presidente da Confederação Nacional da indústria, Antônio Alban.

Pra quem não sabe, a CNI, é um sindicato de patrões que sentam e discutem juntos, maneiras mais práticas de explorar pobres. Pois é, sindicato é coisa de vagabundo, né?

Deve ter sido um jantar muito romântico, enquanto desossava com os dentes um bom pedaço de faisão, Meirelles, dissertava como desossar pobres. Doria falando mal de Eduardo Leite com Pêra, e os outros se perguntando onde estava o Huck...

Para Motta, muito além de boa comida e vinhos caros, o jantar teve um único objetivo: discutir os rumos do país.

Ícone do "extremo-centrão", Motta reclama da polarização.

"Perdemos tempo nessa discussão Lula e Bolsonaro, enquanto deveríamos estar todos unidos por um objetivo em comum: manter ricos, ricos, e manter pobres, pobres."

João Doria deu o jantar de homenagem ao presidente da Câmara como agradecimento pelo que ele considera uma verdadeira política para o Brasil.

"Barrar o iof mostra que Motta tem coragem de defender os mais ricos que sustentam esta país. Ninguém quer pagar impostos para sustentar uma massa preguiçosa que quer viver de bolsa preguiça. Que o governo corte gastos da educação, saúde ou segurança para sustentar esses nababos."

Kassab também esteve presente, óbvio, porque ele sabe que pode eleger Tarcísio, o misto de Moisés com Abraão, que vai pegar os votos do Bolsonaro e a política do Mercado.

Não necessariamente nessa mesma ordem.

Para ele, basta falar sobre aborto, Paulo Freire e difamar professores, para que a eleição seja vencida facilmente.

Afinal, para pobre que se preze, não importa o que se está comendo, mas quem se está comendo, não é mesmo?

Vamos parar por aqui...

sábado, 28 de junho de 2025

INSS: Nem Lula, nem Bolsonaro, mas Moro...

E não é que no curso das investigações sobre as fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS surgiu o nome do senador Sérgio Moro (Podemos)?

O nome do ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro apareceu junto com o ex-ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) e o deputado Fausto Pinato (PP-SP) nos documentos e relatórios da Operação Sem Desconto, que apura as fraudes. 

As citações a Moro envolvem mudanças nas atribuições administrativas do Ministério da Justiça, quando ele era o titular da pasta, para regular sindicatos e associações patronais e de trabalhadores. Segundo a PF, na gestão do ex-ministro foram feitas alterações que enfraqueceram sindicatos tradicionais e favoreceram associações assistenciais desconhecidas  que estão na lista dos acusados de se apropriar dos recursos de aposentados. 

O mesmo ocorre com Lorenzoni que, quando titular do Trabalho e Previdência, teve em suas mãos vários dos acordos para descontos de entidades investigadas por fraudes. Lorenzoni teria até mesmo recebido doações de campanha de uma dessas entidades. Vamos aguardar para ver se tem caroço debaixo desse angu!

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Com as bênçãos de Teruel

Como é bom ser ungido e abençoado nesse país.

Assim é a vida de Fábio Teruel, deputado federal e pregador de internet, que nas suas próprias palavras, não é evangélico e nem católico, é apenas cristão.

Assim, alcança mais público com suas palavras de conforto e ensinamento. E também, alcança mais votos, a ponto de se eleger para a Câmara Federal.

Mas quem pensa que profeta de casa não faz milagre, se engana redondamente.

Graças a emendas parlamentares de Teruel, o recapeamento das ruas do Condominio Residencial Tamboré I, em Barueri, foi realizado com sucesso. Por uma mera concidência, é o condomínio onde mora o nobre senhor.

O condomínio é conhecido como a "Beverly Hills paulista", onde vivem celebridades como Simone ( cantora sertaneja ), e onde já morou a Deolane Bezerra.

Com as bênçãos do deputado, o condomínio de lixo poderia mudar de nome.

Quem sabe Terra de Canaã?

A terra prometida aos descendentes de Abraão.

Já, outros lugares do Brasil, onde não residam deputados tão abençoados, o jeito é se virar sem saneamento básico e terra de chão mesmo.

Vale lembrar que o ungido em questão, votou projetos que podem fazer o valor da conta de luz ficar mais cara, e votou contra impostos para os mais ricos, grupo que evidentemente, ele faz parte.

Amém.

terça-feira, 24 de junho de 2025

General iraniano morto está vivo

E não é que em meio as guerras travadas na Terra Prometida, milagres ainda ocorrem?

O mais recente é uma ressureição.

Em meio a atos de celebração pelo fim da guerra de 12 dias entre Irã e Israel, veículos de imprensa no Irã em em países aliados divulharam imagens do chefe da Força Quds, um dos principais braços da Guarda Revolucionária, Esmail Qaani, nas ruas de Teerã, nesta terça (24).

Após os primeiros bombardeios israelenses, Qaani tinha sido dado como morto, assim como boa parte da cúpula militar iraniana, mas aparentemente a informação era uma grande furada.

Ou isso, ou as coisas podem ficar feias para o resto do mundo, pois se os iranianos conseguem ressuscitar seus soldados, quem for entrar em guerra com eles vai ter serios problemas.

Com a palavra, o serviço de intigência de Israel.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Juíz aloprado não sabia de nada

A hipocrisia é o ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos ou intenções.

E está na moda no Brasil desde 2014.

O hipócrita da vez, é um magistrado mineiro que já escreveu artigo em 2018, se posicionando contra progressão de pena, apoiava uso de tornozeleira eletrônica como forma de moniorar crininosos, e mais oitras tantas opiniões duras contra os criminosos.

Mas não é que, ao se deparar com um condenado por tentativa de abolição de estado democrático, condenado a 17 anos, o magistrado deu para trás em todas as suas convicções?

E soltou o criminoso antes nesmo do prazo legal para obter direito à progressão de pena, sem que ao menos fosse utilizada tornozeleira.

Ao ser acionado pelo STF, o magistrado disse que não fez isso para ofender o Tribunal Superior, mas por um erro grosseiro.

Ele alegou que o processo veio voando e apareceu do nada no sistema da sua vara.

O magistrado disse que como não acompanha política e não assiste Globo, jamais soube que o processo fosse oriundo do Supremo.

"Nem mesmo fiquei sabendo de golpe algum, pouco vejo TV e não me interesso por política. Vivo trabalhando e quase não tenho tempo de ver minha própria família".

Tá explicado, então.

Mesmo não gostando de política, ele já era investogado por particopar de um conselho do governo de Minas sem autorização prévia.

Sabe como é... talvez não conhecesse as regras da magistratura também.

domingo, 22 de junho de 2025

O Vomitório de Donald Trump

Às vezes o presidente dos Estados Unidos parece um cowboy em um saloon, lançando imprecações, de armas na mão, num ambiente enfumaçado. Às vezes parece um bêbado valentão que gosta de provocar brigas na rua. Às vezes parece um sinhozinho dando ordens à criadagem. 

Sua linguagem é sempre chula, repleta de ameaças, bravatas e vulgaridades.

Ali Khamenei, líder do Irã, é o oposto disso. É frágil, tem 86 anos. Move-se devagar. Não grita. Fala pausadamente, sem fazer caras e bocas. Usa linguagem culta. Invoca princípios. Lembra com amor e orgulho a história do seu povo, especialmente as suas conquistas culturais. 

Masoud Pezeshkian, presidente, foi eleito pelo voto direto, concorrendo com outros seis candidatos. É um cirurgião cardíaco de grande prestígio, com posição de destaque na comunidade científica do país. É racional e moderado. Nunca foi político. Não precisou fazer negociações partidárias para se candidatar.

Já se disse que o estilo é o homem. Agora, porém, é mais do que isso. O estilo é a sociedade que elege esses homens. Os Estados Unidos e seus aliados não apresentam mais nenhum projeto civilizatório para a humanidade. Agora, é tiro, porrada e bomba. 

Só o racismo entranhado nas elites ocidentais, com seu passado colonial, explica a ideia idiota de que que, sendo atacado, o povo persa se juntaria aos atacantes e se levantaria contra o seu governo. Só uma imprensa controlada e cínica finge que leva a sério esse tipo de expectativa. 

Nós, ocidentais, perdemos completamente o senso de dignidade. Queremos ganhos materiais imediatos. Estamos escravizados pelas coisas.

TEXTO DE:
Cesar Benjamin

terça-feira, 17 de junho de 2025

A Cascata da Casta para manter castos os seus ganhos

Ontem à noite, um "mantra" materialista foi bradado o tempo todo na Câmara: "chega de impostos!". Isso seduz mas, no caso, engana.

Para defender que não se altere a estrutura tributária e fiscal injusta - onde quem mais ganha menos paga - os deputados da elite "vendem gato por lebre": é MENTIRA que os impostos sobre Operações Financeiras "recaiam sobre toda a sociedade". 

O decreto do governo - cuja "urgência" para ser derrubado foi aprovada por 346 a 97 - afeta, moderadamente, quem tem grandes aplicações ou faz gastos expressivos no exterior - o "andar de cima".

O presidente Hugo Motta, para se contrapor a Haddad, diz que "todos moram no mesmo prédio". Só não diz que as regras do condomínio, que querem inalterada, privilegiam quem mora na cobertura.

Os ultraneoliberais repetem que é preciso "cortar gastos" - isto é, programas sociais, reajuste do salário mínimo e para aposentados/pensionistas, percentuais constitucionais de Educação e Saúde. E "esfregam as mãos": hoje, o Senado deve aprovar o aumento do número de deputados, de 513 para 531!

Cortar isenções bilionárias de empresas (R$ 800 bi este ano), benesses de parlamentares e emendas pouco transparentes (R$ 50 bi), juros e serviços da imensa dívida (R$ 540 bi)? Nem pensar.

Falta sinceridade no debate sobre a necessária Reforma Tributária estrutural. Sobra hipocrisia.

TEXTO DE:
Chico Alencar

domingo, 15 de junho de 2025

(Tris)tirinhas do Nietzsche Tupiniquim

1) A mesma "imprensa" que ataca a ministra Marina Silva por "atrapalhar" o desenvolvimento economico, é a que fica chocada com intenção do Instituto Butantan desmatar mais de 6 mil árvores para ampliar o complexo industrial. Aqui vale a máxima: desmatamento no dos outros é refresco.

2) Brasileros aplaudem ataques de Israel em Gaza, enquanto outros brasileiros aplaudem ataques do Irã contra Israel. Todos dizem ter bons motivos, mas nenhum consegue explicar quais.

3) Esquerda brasileira apoia Rússia comunista, que persegue homossexuais, judeus e cristãos. Direita brasileira apoia Ucrânia nazista que persegue homossexuais, judeus e cristãos.

4) Enquanto isso, o mundo acomapanha o mundial de clubes da Fifa. Aquela que proibiu a Rússia de jogar enquanto faz Copa do Mundo na Arábia Saudita, onde direitos humanos ainda não chegaram.

5) O futebol é contra racismo, homofobia e misoginia, desde que esejam praticados fora do Qatar.

6) Revista Veja diz que Mauro Cid mentiu e que portanto mentias e golpes de Bolsonaro deveriam ser perdoados.

7) Leo Lins se defende da condenação por crimes cometidos em show, atacando Universidades (antros comunistas), e dizendo ser perseguidopela mesma "ditadura do judiciário", responsável por inventar crimes contra Bolsonaro. So não explicou se essa postura reacionária é personagem também.

8) Rafinha Bastos na ânsia de defender o colega de profissão(?), pede prisão de Nazaré Tedesco, personagem de novela.

9) Em depoimento no STF, Bolsonaro perguntou a ministro se poderia contar uma piada. O Ministro na lata devolveu:
"Vai ser sem graça?". O ex-presidente preferiu não contar.

10) Motta não quer IOF, e pede que Governo reduza gastos para que Congresso possa criar projeto para acumular salário e aposentadoria para congressistas. Aqui vale a máxima (correndo risco de soar repetido): reforma estruturante no dos outros é refresco.

11) Não deu tempo de comentar sobre o deputado Nikole Ferreira porque ele saiu correndo daqui.

sábado, 14 de junho de 2025

(Tris)tirinhas do Thiago Muniz

1) O querido Hélio de La Peña, o famoso Chocolate Cumprimenta, não se incomoda com as piadas hostis de Leo Lins. Mas é óbvio que ele não vai se incomodar, ele comprou a alforria dele num dos metros quadrados mais caros do mundo, o Jardim Pernambuco, onde fica a nata da elite carioca.

2) Bolsonaristas decepcionados com Bolsonaro. Alguém achava mesmo que com todos as provas e delações ele iria peitar o STF? Pedir desculpas na audiência é tentar minimizar os danos com a possível prisão. Diminuir a pena para sermos bem claro.

3) Copa do Mundo de Clubes. Não vamos nos iludir com um título de clube brasileiro, mas como estamos no meio da temporada e os clubes europeus estão em final de temporada, pode ser que a parte física comprometa. Um passo de cada vez.

4) O Estado sionista de Israel cada vez mais audaz, desta vez sequestrando o barco da Greta Thumberg em águas internacionais. Isso porque ela não estava armada, era ajuda humanitária aos palestinos. Israel sionista de hoje é a Alemanha nazista de ontem, só falta os campos de concentração. E desta vez é muito mais grave pois os judeus possuem grande parte da influência e do controle bancário e da mídia Ocidental. Tempos tenebrosos. 

5) Carlo Ancelotti na seleção da CBF. Até a Copa acho que será possível ele imprimir um estilo de trabalho próprio, bem ao estilo europeu impondo muita marcação na saída de bola. Resta saber se essa geração “tik tok” de jogadores vai abraçar a ideia de tentar o hexacampeonato mundial, o que não acredito muito. Mas talvez com a volta do Casemiro, homem de confiança de Ancelotti; possa mudar essa mentalidade. Veremos!

6) Odete Roitman vilã? A mulher protege os filhos para não cagarem mais ainda as suas vidas. Afonso é um playboy que só treina e faz palestras sobre sustentabilidade e descobriu que sua família é bilionária graças a quem? A sua mãe! E não se conforma em ter uma namorada que prioriza o trabalho pois não nasceu em berço de ouro, precisa de uma mulher que paparique o ego dele 24 horas por dia. A Heleninha da Paolla Oliveira é uma super mulher inteligente, graças ao bom estudo que foi proporcionada mas não equaliza isso tudo numa independência pessoal, falta uma boa dose de amor próprio e zero álcool.

7) Extrema direita tentou lacrar para cima de Haddad e tomou lindas invertidas de fatos verdadeiros. Mesmo assim acho que será Lula 2026 pois a esquerda ainda não conseguiu se unir da forma que tenha sucessores vorazes.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Bolsonaro, a infâmia da República

Ontem bolsonaro ( todo com minúsculas, pois maiúscula no nome há que merecê-la ) escreveu um dos mais infames capítulos de nossa história. Seu depoimento para Alexandre de Moraes foi um espetáculo dantesco de hipocrisia, mentiras, covardia, desarticulação de ideias e burrice.

Esse monte de esterco ter sido presidente da república é, mais do que uma vergonha, uma calamidade que só poderia msmo acontecer numa democracia de mentirinha, como a nossa, burguesa até a medula, cuja finalidáde é a manutenção dos privilégios dos donos do capital.

Como alguém pode admirar aquele rascunho mal acabado de ser humano? Eu simplesmente não entendo. Quer ser de direita, eu lamento, mas ainda entendo; agora, ser fâ de um saco de esterco com pernas como aquele, aí já é demais pra mim.

TEXTO DE:
Alexandre Périgo

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Trump e suas Trumpices

Donald Trump atua como agitador de multidões que sabe que o caos é seu melhor combustível político. A última cena dessa tragédia repetida como farsa se desenrola em Los Angeles, onde o mandatário decidiu enviar tropas federais para reprimir protestos contra deportações em massa.

Contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom, e das autoridades locais, transformou as ruas da cidade em um palco de seu espetáculo autoritário. Tanques e fuzis estão apontados contra inimigos internos construídos insistentemente nos últimos anos.

Mas não se enganem: isso não é sobre migração. É sobre poder.

Enquanto manifestantes, em sua maioria pacíficos, saíam às ruas para protestar contra operações brutais de deportação, Trump trabalhava duro para vender a narrativa de que Los Angeles estava “invadida por turbas violentas”.

Disparou a repórteres frases de efeito dignas de um filme B: “Ninguém vai cuspir nos nossos policiais. Ninguém vai cuspir nos nossos militares”.

Para ele, quanto mais os protestos escalarem, melhor. Ironicamente, as turbas violentas são suas próprias tropas.

A estratégia é velha conhecida de quem estuda regimes autoritários:
1) Invente um inimigo (no caso, migrantes e quem os defendem);
2) Crie uma ameaça (tratando protestos como insurreição);
3) Ofereça a si mesmo como salvador (enviando tropas para lutar contra a própria população).

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, resumiu: “Esta é uma luta para salvar a civilização”.

A frase, digna de um discurso de Mussolini, revela o projeto em curso.

Não se trata de governar, mas de dominar. Trump não está apenas desrespeitando o governo da Califórnia em uma briga que ajuda a fragmentar a federação. Testa até onde pode ir na erosão da democracia.

A Universidade de Harvard, que vem sofrendo ataques por resistir ao choque autoritário do governo federal, e Los Angeles não são casos isolados, mas laboratórios. Se der certo por lá, a receita será exportada para outras universidades e cidades que ousem resistir.

Enquanto isso, os EUA seguem na direção errada, e o mundo assiste, esperando que o pior não aconteça. Mas o pior já está acontecendo.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

sábado, 7 de junho de 2025

Ódio Performático

Muito se tem falado sobre a condenação do "comediante" Leo Lins e, lendo as publicações, resolvi trazer um pouco do que pensa a filósofa e linguista Judith Butler sobre o que ela chama de discurso de ódio.

Primeiro, precisamos dizer que a condenação é mais que justa, uma vez que ele não foi censurado, ou seja, ele fez seu show e apenas está sendo julgado por coisas que ele mesmo disse.

Porém, como não achamos que a prisão é uma solução inteligente para nenhuma problema, achamos que 8 anos de cadeia não é a melhor medida de punição. Melhor seria que houvesse uma condenação reparativa.

Mas...vamos a Butler.

Na obra Discurso de ódio: uma política do performativo (1997), Butler faz uma reflexão crítica sobre como a linguagem pode ser utilizada como uma ferramenta de violência, opressão e exclusão.

Para ela, a linguagem é performativa e, por isso, ela não só fala sobre a realidade, mas ela constrói, reconstrói, molda, desfaz e refaz a realidade como ela nos aparece.

Partindo desse princípio, uma frase nunca é uma frase. Uma palavra carrega a performatividade histórica a qual ela está atribuída e o contexto no qual ela é explicitada.

Assim, uma frase, que se pretende piada ou não, nesse caso pouco importa, é capaz de escrever, criar ou reconstituir e restabeleces relações de poder, subordinando certos grupos minorizados.

Na prática, como a linguagem molda a realidade social e a identidade dos sujeitos, ela pode causar danos psicológicos, sociais e até físicos.

A palavra INVENTA a violência. A palavra MANTÉM a violência. Mas a palavra também pode RESISTIR À VIOLÊNCIA.

E isso talvez seja o mais importante agora: como as palavras não apenas descrevem, mas também produzem efeitos sociais e políticos, ideia que ela recupera de Michel Foucault, estaria justamente na linguagem o nosso potencial de resistência e ressignificação dentro do próprio discurso.

Disputar, então, significados da linguagem no espaço público é nossa trincheira para um mundo mais justo.

Sigamos.


TEXTO DE:

Luiz Antonio Ribeiro

- editor do Nota

domingo, 1 de junho de 2025

Eulogy

Chegou à Netflix a aguardadíssima sétima temporada de Black Mirror e com ela, Eulogy, episódio que mergulha de cabeça no novelo emaranhado entre tecnologia e lembrança.

O artifício que move a trama é, por si só, de arrepiar: um software capaz de nos colocar dentro de fotografias antigas para que possamos compor um elogio fúnebre à altura de quem partiu. Para Phillip ( Paul Giamatti ), essa porta no tempo tem gosto amargo.

Nas três polaroides que ele escolhe, o rosto da antiga namorada, Carol, foi rasbicada às pressas - uma tentativa infantil e inútil de apagar a dor de quem preferiu rasgar a página em vez de virá-la.

A lente do episódio é quase psicanalítica. Memória não é uma gaveta bem arrumada, é história recontada para que possamos seguir vivendo. Ao reconstruir aqueles cenários riscados, Phillip ressuscita tudo o que havia empurrado para o porão.

O dispositivo age como analista: força o encontro - desconfortável mas, necessário - entre a vontade inconsciente de repetir a perda e o desejo de transformar luto em futuro.

O roteiro frisa que o destino cinzento de Phillip, envelhecendo sozinho numa cidade pequena, não foi castigo do relógio: brotou de decisões minúsculas, de cada conversa adiada, cada foto rasgada em silêncio.

Paul Giamatti carrega tudo isso no corpo. Ele faz dos olhos uma zona de exclusão - raramente encara a lente. Um leve tremor no canto da boca vale mais que paginas de diálogo. E, nos silêncios, sentimos o peso de tudo que não coube em palavras. Quando enfim chega o choro, ele explode como relâmpago.

A direção de Chris Barret e Luke Taylor brinca com a nossa percepção: as fotos começam planas, desbotadas, e de repente as figuras respiram, o grão salta, o obturador estala. É lindo e pertubador - como folhear um álbum de família sabendo que cada página guarda algo que talvez preferíssemos nunca reviver.

Charlie Brooker e Ella Road, os roteiristas, costuram tudo con a melancolia de quem olha para a própria juventude pelo retrovisor. As menórias de verão vibrantes - risadas ecoando na feira, planos ousados para quando ficarmos velhos - batem de frente com ruas vazias, a barbearia fechada, o relógio da praça parado às três e quinze.

Eulogy pergunta: será que a solidão é obra do tempo... ou culpa da nossa covardia diante das encruzilhadas?

Os giros do enredo - a identidade real da Guia, o segredo por trás da foto rasgada - mantêm o coração na garganta. Mas, quando a tela escurece, fica o olhar de Phillip: um pedido de desculpas tardio para o próprio passado. Aprendemos aí: a tecnologia pode reabrir portas, atracessá-las ou não continua sendo só nosso.

Eulogy dispensa consolo fácil. Oferece, em vez disso, um espelho sem retoques. Nele, entendemos que dá para reescrever certas memórias antes que o tenpo as cubra de poeira - mas apenas se tivermos coragem de encará-las de frente.

Black Mirror talvez nunca tenha soado tão profundamebte humano.

TEXTO DE: